A venezuelana Ismenia Elena Beria, de 47 anos, nunca imaginou que suas habilidades de preparar soluções de medicamentos com precisão cirúrgica – especialidade adquirida por sua formação como enfermeira – seriam úteis para qualquer outro emprego fora da área da saúde.
Os venezuelanos que buscam refúgio no Brasil, deixando seu país devido à instabilidade política e à crise econômica, podem oferecer importante contribuição para o desenvolvimento brasileiro. Além dos aspectos culturais e políticos, eles podem atuar como mão de obra especializada em vários setores ou abrir seus próprios negócios.
O teor da nota do Presidente da Câmara dos Deputados, Deputado Rodrigo Maia, ao criticar a visita feita pelo Secretário de Estado dos EUA, em minha companhia, às instalações da Operação Acolhida em Boa Vista no dia 18/9, baseia-se em informações insuficientes e em interpretações equivocadas, que desejo aqui respeitosamente corrigir e esclarecer.
O presidente da Câmara considerou que a visita de Mike Pompeo “afronta as tradições de autonomia e altivez” das políticas externa e de defesa brasileiras
O secretário de Estado dos Estados Unidos, Mike Pompeo, desembarcou há pouco na capital de Roraima, Boa Vista. Pompeo vai conhecer o trabalho realizado pela Operação Acolhida, a força-tarefa que o governo federal criou em março de 2018 para receber os milhares de imigrantes e refugiados venezuelanos que chegavam ao Brasil, fugindo da instabilidade política e econômica no país vizinho.
A Operação Acolhida segue em funcionamento no país, mesmo com a pandemia do novo coronavírus. Só em agosto, 1,3 mil venezuelanos participaram do processo de interiorização. Segundo informações do Ministério da Cidadania, a ação beneficiou no período cerca de 42 migrantes e refugiados por dia.
A ação é liderada pela prefeitura de Manaus em parceria com a Agência da ONU para Refugiados (ACNUR), a Organização Internacional para as Migrações (OIM), o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) e o Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA).
A representante do Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) no Brasil, Astrid Bant, participou de audiência na quarta-feira (19) com o governador de Roraima, Antônio Denarium, para formalizar um acordo com a Secretaria de Saúde e garantir a doação de insumos médicos e hospitalares.
Desde 2018, mais de 38 mil venezuelanos foram interiorizados de Roraima para mais de 570 municípios de 26 estados brasileiros e o Distrito Federal. Esses são resultados da Estratégia de Interiorização da Operação Acolhida, que conta com o apoio da Agência da ONU para Refugiados (ACNUR) e outras agências das Nações Unidas e da sociedade civil.