MANAUS (AM) – O Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Acre apontou na quarta-feira, 28, que em Brasiléia, o nível do Rio Acre chegou a 15,56 metros (m) de altura, a maior cheia registrada desde 2015. Por conta disso, o governador do Acre, Gladson Cameli, decretou situação de emergência em 17 dos 22 municípios do Estado, devido as fortes chuvas registradas nos últimos dias, causando inundações e o transbordamento de igarapés e rios.
O decreto foi publicado no domingo, 25, em edição extra do Diário Oficial do Estado, com validade de 180 dias. Os municípios atingidos que estão em Estado de emergência são: Assis Brasil, Brasiléia, Capixaba, Cruzeiro do Sul, Epitaciolândia, Feijó, Jordão Mâncio Lima, Marechal Thaumaturgo, Plácido de Castro, Porto Walter, Rio Branco, Santa Rosa do Purus, Sena Madureira, Tarauacá e Xapuri.
A situação mais grave se encontra nos municípios de Jordão e Brasiléia, que estão com cerca de 80% e 75% de seus territórios tomados pelas águas. Os dois municípios estão isolados, conseguindo se locomover apenas via fluvial, por embarcações.
O boletim divulgado nesta quinta-feira, 29, mais de 6 mil pessoas estão desabrigadas no Estado, distribuídas entre 70 abrigos públicos. No caso das comunidades indígenas, o número atinge 23 aldeias, segundo dados do Distrito Sanitário Especial Indígena (Dsei) Alto Rio Purus.
Atualmente, a Terra Indígena (TI) Mamoadate, que abrange Sena Madureira e Assis Brasil, é uma das mais afetadas. Ao todo, 395 famílias indígenas foram atingidas, das etnias Jaminawa, Kaxarari, Huni Kui e Manchineri.
O coordenador do Distrito Sanitário Especial Indígena do Alto Rio Juruá (DSEI – ARJ), Isaac Piyãko, afirmou que existem comunidades onde ainda não foi possível estabelecer contato. O coordenador regional da unidade descentralizada da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), fixada em Rio Branco (AC), Junior Manchineri, participou de uma reunião emergencial, realizada no domingo, 25, na sede da Defesa Civil Estadual, na capital acreana.
A Secretaria Extraordinária dos Povos Indígenas (Sepi) do governo federal enviou 300 kits família para atender as comunidades indígenas do Juruá, onde tem perdas de plantio e as águas invadiram casas. Os suprimentos vão de caminhão até Cruzeiro do Sul, onde serão levados de avião às comunidades.
Além de alimentos, também há kits de limpeza. O primeiro lote será encaminhado para os Ashaninkas e Araras do Rio Amônia, que são as mais distantes.
Veja o nível dos rios do Acre:
Karina Pinheiro – Da Agência Cenarium
Editado por Jefferson Ramos
Revisado por Adriana Gonzaga
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