Com aumento das queimadas no PA e AP, ar volta a ficar insalubre em Manaus

MANAUS – Manaus, capital do Amazonas, amanheceu mais uma vez encoberta por fumaça nesta quinta-feira, 16. O Estado, que ainda sofre com os efeitos da estiagem, está sendo afetado pela fumaça proveniente de focos de calor registrados, principalmente, pelos Estados vizinhos. O Sistema Eletrônico de Vigilância Ambiental (Selva), vinculado à Cuomo Foundation e a Universidade Estadual do Amazonas (UEA), aponta intenso registro de focos de incêndios no Pará e Amapá. Com isso, a qualidade do ar na capital e região metropolitana volta a ficar insalubre, e representar riscos à população.

Por conta da fumaça, Ponte Jornalista Phelippe Daou, sobre o Rio Negro, quase não pode ser vista a partir do Porto de Manaus (Foto: Ricardo Oliveira/ Revista Cenarium Amazônia) – Republicação gratuita, desde que citada a fonte. AGÊNCIA CENARIUM

Com a fumaça, o sistema mostra que a maior parte dos bairros de Manaus está com a qualidade do ar de ruim a péssima. Os bairros mais afetados são os da zona Sul e Centro-Sul. Municípios da região metropolitana também sofrem com a qualidade do ar ruim.

A Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema) informou que, de acordo com imagens do satélite GOES-16, fornecidas pela Administração Nacional Oceânica e Atmosférica (NOAA), as partículas de fumaça intensificadas nesta quinta-feira, 16, em Manaus, provêm, sobretudo, de queimadas registradas no Estado do Pará desde terça-feira, 14, e, em menor intensidade, de focos também registrados na Região Metropolitana de Manaus (RMM).

Ainda conforme a Sema, a qualidade do ar também está prejudicada em municípios do baixo Rio Amazonas. “O material particulado deve permanecer suspenso na região devido ao calor intenso e chuvas abaixo da média provocados pelo El Niño, uma vez que partículas de fumaça encontram dificuldades em se dispersar nessas condições”, disse, em nota, ao afirmar que as forças ambientais e de segurança pública do Estado do Amazonas seguem atuando em ações de combate e fiscalização na Região Metropolitana da capital e no sul do estado.

Queimadas 

Em 2023, segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), o Pará lidera o ranking de focos de incêndios por Estados, com 36.349 ocorrências registradas. O município de Altamira, distante 831 quilômetros da capital, Belém, lidera o número de focos de incêndio por município. Mato Grosso ocupa a segunda posição e o Amazonas, o terceiro lugar, segundo o Programa Queimadas, do instituto.

No entanto, nos últimos meses, o Amapá registra uma situação crítica em relação às queimadas. O Corpo de Bombeiros combate uma média de sete incêndios por dia durante a estiagem, segundo a coordenação da operação Amapá Verde – que combate queimadas. Nos últimos 90 dias de operação, foram registrados e combatidos 653 focos de queimadas, um crescimento de cerca de 120% dos registros de focos de incêndio em comparação ao mesmo período do ano passado.

Segundo o Boletim Estiagem divulgado nessa quarta-feira, 15, o Amazonas registrou no período de 1º de janeiro a 14 de novembro de 2023, 19.060 focos de calor.

Estiagem

O Amazonas ainda enfrenta a estiagem severa que afeta todos os 62 municípios do Estado. O clima seco contribui para que os focos de calor se espalhem e distribua a fumaça vista na capital e nas regiões metropolitanas.

Prevenção

Procurados pela AGÊNCIA AMAZÔNIA, especialistas sugerem, inclusive, fechar escolas e ampliar a orientação para que a população se proteja. O médico pneumologista David Luniere reforça a importância dos governantes emitirem orientações à população e fornecerem a assistência necessária ao sistema público de saúde, que, em períodos como este, precisa, principalmente, de reforço no atendimento e de insumos.

“De forma geral, é importante que os governantes procurem, obviamente, elaborar medidas para que a população evite esse contato com o meio. Além disso, caso as escolas permaneçam em atividade, atividades ao ar livre deverão ser evitadas, mantendo os alunos dentro das salas de aula. Também é crucial otimizar e suprir a demanda de insumos para o tratamento de doenças respiratórias nos pronto-socorros, que têm enfrentado algum grau de desabastecimento devido ao aumento da procura em relação à necessidade de tratar doenças respiratórias”, explica.

A AGÊNCIA AMAZÔNIA solicitou o posicionamento do Governo do Pará e do Amapá em relação aos focos de calor na região do Estado, e aguarda retorno.

Ana Pastana – Da Agência Amazônia – Edição: Yana Lima – Revisão: Gustavo Gilona
Republicação gratuita, desde que citada a fonte. AGÊNCIA CENARIUM – Agência Cenarium Amazônia (aamazonia.com.br)– (VER GRÁFICOS E FOTOS) 

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