Coletânea debate fronteiras e sociedades de Roraima

A Editora da Universidade Federal de Roraima lançou o quarto volume da Coletânea Sociedade e Fronteiras, Amazônia em debate: fronteiras e sociedades e interdisciplinaridade, organizado por Alfredo Ferreira de Souza e Ana Lia Farias Vale. A obra trata de alguns temas específicos que abordam identidade, educação, cultura indígena, minorias, saúde, sociedade e natureza em Roraima.

Roraima – Foto: Daniel Lapola – postada em: EMBRAPA

Patrícia da Costa, pesquisadora da Embrapa Meio Ambiente, participa do capítulo Integridade sociedade/natureza entre os indios Wai Wai de Jatapuzinho-Roraima, de Daniel Montenegro Lapola, Maxim Repetto e Maria M. Bethonico, que apresenta uma análise dos processos de relação e integridade sociedade e natureza do povo indígena Wai Wai, da comunidade Jatapuzinho, Terra Indígena Trombetas Mapuera-Roraima, considerando como os Wai Wai se relacionam com a natureza em sua vida diária e cotidiana, para uma melhor compreensão de sua interação com a floresta amazônica e com o mundo. De acordo com a pesquisadora, o capítulo foi resultado da pesquisa de Mestrado de Daniel Montenegro Lapola sob orientação do Prof. Maxim Repetto junto ao Programa de Pós-graduação em Sociedade e Fronteiras na Universidade Federal de Roraima, através do projeto EcogenCast – Ecologia e genética da castanheira (Bertholletia excelsa Bonpl.) como subsídio à conservação e uso sustentável da espécie, liderado pela Embrapa.

Selmar de Souza Almeida Levino e Maria das Graças Santos Dias, trazem uma pesquisa de natureza qualitativa, servindo-se de fontes documentais, bibliográficas e entrevistas semiestruturadas, com a seleção dos entrevistados abrangendo segmentos do poder público e sociedade civil, observando as competências, atribuições e condições de participação dos entrevistados no artigo Agenda pública de cultura em Roraima e seu diálogo com o Sistema Nacional de Cultura.

Identidade skatista em Boa Vista: o global e o local, de Jimmy Iran dos Santos Melo e Alfredo Ferreira de Souza, abordam a construção da identidade skatistas boa-vistenses na globalização, a partir da construção da Pista de Skate no Parque Anauá em 1989, em Boa Vista, apresentando o skatista como agente que cria e recria novas práticas culturais.

Adolescência e violência de Marilia Ross dos Reis Pantoja Martins e Eliane Silvia Costa busca analisar as narrativas de vida de adolescentes autores de atos infracionais, a partir de sua passagem ao Centro Socioeducativo (CSE) no município de Boa Vista-RR, propondo uma discussão sobre a questão da violência contra crianças e adolescentes e suas concepções conceituais, com duas linhas de discussão: violência e seus marcadores sociais e violência contra criança e adolescente.

Mulheres e enfrentamento do diagnóstico HIV positivo na cidade fronteiriça de Pacaraima-Roraima de Luana Rios Moura dos Santos e Francilene dos Santos Rodrigues apresentam vivências de enfrentamento da infecção pelo vírus HIV em mulheres residentes em Pacaraima, Roraima, buscando conhecer como elas se percebem nas suas especificidades e em seus modos de vida, considerando as particularidades de uma cidade fronteiriça, distante da capital do Estado.

Diferenças entre a Umbanda e o Candomblé: uma análise a partir de experiências de praticantes no contexto afro religioso da cidade de Boa Vista – Roraima de David Dantas Targino, Maxim Paolo Repetto Carreno, Antonio Tolrino de Rezende Veras analisam essas diferenças a partir das experiências de alguns praticantes que integram o conjunto de adeptos das religiões de matrizes africanas existentes na cidade, apresentando alguns aspectos sobre religiosidade afrobrasileira.

Práxis de professores e currículo: o ensino de História entre diversidade e homogeneidade de Galvani Pereira de Lima, Alfredo Ferreira de Souza e João Paulino da Silva Neto mostra categorias e subcategorias fundamentais para refletir a “práxis dos professores” de história. Os autores discutem como essa relação está presente na sala de aula das escolas observadas, desde os seus projetos às práxis dos professores sobre a percepção histórica que estes têm dos estudantes.

Formação de professores indígenas em Roraima: uma reflexão sobre experiências e desafios de Rosangela da Silva Viana e Maxim Repetto destaca os desafios práticos da educação escolar indígena, compreendendo-a como conquista política e jurídica com diretrizes curriculares que fundamentam-se no ensino intercultural e bilíngue numa perspectiva de valorização de pedagogias indígenas, buscando discutir o lugar dos saberes tradicionais na cultura escolar e, ao mesmo tempo, rever aspectos da formação de professores indígenas em Roraima, destacando experiências do magistério nesta rede de ensino.

O artigo de Dayana Soares Araújo Paes e Olendina Cavalcante Arte e cosmologia indígena: miçangas na cultura Ye’kuana foi uma pesquisa com o Povo Ye’kuana onde se tratou especificamente sobre as miçangas na cultura desse povo, fazendo um contraponto com outros povos indígenas que também usam as miçangas.

Por fim, O negro na Capitania de São José do Rio Negro: propriedade, trabalho e resistência de Kézia Wandressa Lima e Maria Luiza Fernandes trata do escravo residente nessa Capitania, no período da Amazônia colonial entre os séculos XVIII-XIX, região do Estado do Grão-Pará e Maranhão, incluindo a construção do escravo negro, seu trabalho compulsório e a resistência contra os opressores.

O livro está disponível para download aqui.

Cristina Tordin (MTB 28499)  – Embrapa Meio Ambiente – PUBLICADO POR:   EMBRAPA  

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