Hidrelétricas e o IPCC: 1 – Resumo da série

As emissões de hidrelétricas tropicais são subestimadas em inventários nacionais de gases de efeito estufa no âmbito da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC), dando-lhes um papel em minar a eficácia de limites, ainda não decididos, sobre emissões.

As emissões de hidrelétricas tropicais são também em grande parte, deixadas fora do Relatório Especial sobre Fontes Renováveis de Energia e Mitigação das Mudanças Climáticas, do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), e foram excluídas de uma revisão das orientações do IPCC sobre zonas úmidas.

O papel das hidrelétricas em inventários de emissões e na mitigação tem sido sistematicamente ignorado.

Emissões de barragens tropicais

Barragens da Amazônia produzem gases de efeito estufa, especialmente durante seus primeiros dez anos de operação (e.g., [1-16]). Os números publicados para emissões de hidrelétricas variam muito, mas a maior parte desta variação pode ser explicada por diferenças conhecidas entre as barragens em questão, por omissões conhecidas e por problemas na metodologia de medição, particularmente para os valores baixos.

A existência de incerteza tem sido usada repetidamente como justificativa para não levar as emissões de hidrelétricas em conta. Entre os exemplos desta prática é o atual conjunto de diretrizes do Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática (IPCC) para os inventários nacionais, que optou por não para fornecer valores padrão (default) para as grandes fontes de emissões de hidrelétricas através de desgaseificação nas turbinas, de ebulição (bolhas) da superfície do reservatório e de ebulição e difusão no rio a jusante da barragem ([17], Vol. 4, Apêndice 3)[18].

PHILIP M. FEARNSIDE 

Philip M. Fearnside é doutor pelo Departamento de Ecologia e Biologia Evolucionária da Universidade de Michigan (EUA) e pesquisador titular do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), em Manaus (AM), onde vive desde 1978. É membro da Academia Brasileira de Ciências e também coordena o INCT (Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia) dos Serviços Ambientais da Amazônia. Recebeu o Prêmio Nobel da Paz pelo Painel Intergovernamental para Mudanças Climáticas (IPCC), em 2007. Tem mais de 500 publicações científicas e mais de 200 textos de divulgação de sua autoria que estão disponíveis neste link

ÍNTEGRA DISPONÍVEL EM: Hidrelétricas e o IPCC: 1 – Resumo da série – Amazônia Real (amazoniareal.com.br)   

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