O encontro dos deuses brasivianos – parte II

Morando no batelão às margens do rio Abunã, a família do seringal Mapiri, tornou-se vítima da mais cruel ruptura entre os seus modos de vida e o rio Mamu. As relações de harmonia com a natureza foram escabrosamente dilaceradas, enquanto a felicidade sublime entrou em profunda derrocada, provocando um sentimento exacerbado da vida.

Rio Abunã – Fronteira Brasil – Bolívia. Foto: Marquelino Santana.

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O encontro dos deuses brasivianos – parte I

Na condescendência humana da tradicional coletividade brasiviana do rio Mamu – Departamento de Pando – a natureza pandina torna-se indissociável da munificente alma ribeirinha. Do fabrico da péla na fumaça do buião ao escoamento da borracha através dos comboios nos varadouros, o seringueiro vai se apropriando dos valores das atividades de extração e também apreendendo os ritos e mitos das divindades transcendentais dos seringais amazônicos.

Rio Mamu – Pando – Bolívia – Postada por: Marquelino Santana

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O Homem, a Terra e o bem viver

Na mundividência cosmopolita da vida, o sentido de bem viver dirige-se empaticamente à prática humana da pluriculturalidade nas benévolas e heterotópicas relações do homem com a terra. Para o geógrafo Eric Dardel, a terra é a mãe de tudo o que vive, de tudo que é, e segundo o autor, um laço de parentesco une o homem a tudo que o cerca, às árvores, aos animais, às aguas e até às pedras.

Pintura – Lico – óleo sobre tela – TJ – RO / Postada por: Marquelino Santana

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Afugentando saberes e desalojando almas

As consequências de um anátema desenvolvimentista e coercitivamente concentrador de capital fere profundamente o ecoequlíbrio amazônico. A ação predatória e afrontosa do homem, além de alimentar desregradamente o capitalismo ardil, provoca uma rede exacerbada e violentadora dos modos de vida das populações originárias e tradicionais da Amazônia em conflito.

Pintura – Geraldo Cruz – Vida I – óleo sobre a tela – TJ – RO – 2000 / Postada por: Marquelino Santana

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A generosa casa ribeirinha e a cura divinal do lar

Na desmesurada colocação dos seringais amazônicos, o seringueiro vive concatenado com o abrigo prodigioso da casa, enquanto o inebriante rio banha-a com toda a sua voluptuosidade e honradez. A casa abre-se imponente e dadivosa para receber as divindades das águas, das matas e do universo, e nessa divinal recepção ela acolhe prazerosamente o virtuoso e brioso lar ribeirinho.

Casa ribeirinha – Foto: Marquelino Santana

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