Ano de 2024 começa com queda de 60% no desmatamento da Amazônia

Roraima foi o estado com a maior área derrubada em janeiro, seguido de Mato Grosso e do Pará

Área contornada em vermelho mostra derrubada de 1,64 km² de floresta detectada em Roraima em janeiro de 2024, conforme Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD) do Imazon

A floresta amazônica teve em janeiro de 2024 seu décimo mês consecutivo na redução do desmatamento. Conforme dados do monitoramento por imagens de satélite do Imazon, a derrubada passou de 198 km² em janeiro de 2023 para 79 km² em de janeiro de 2024, uma queda de 60%.

Roraima foi o estado com maior devastação em janeiro, representando 40% da área derrubada em toda Amazônia Legal. Mato Grosso (24%) e Pará (18%) ficaram em segundo e em terceiro lugar, respectivamente.

Segundo a pesquisadora do Imazon Larissa Amorim, a liderança de Roraima no ranking de janeiro provavelmente ocorreu pelo fato do regime de chuvas no estado funcionar de forma “inversa” aos outros oito que compõem a região. “Enquanto os outros passam por um período de chuvas, Roraima está com o clima mais seco, o que facilita a prática do desmatamento, assim como a detecção da destruição pelos satélites”, explica.

Apesar da queda, a destruição detectada na Amazônia em janeiro equivale à perda de mais de 250 campos de futebol por dia de floresta e foi maior do que as registradas no mesmo mês de anos como 2016, 2017 e 2018, por exemplo. “Para reduzir ainda mais a derrubada e chegarmos à meta de desmatamento zero em 2030, que é prioritária para o Brasil reduzir suas emissões de gases do efeito estufa, é essencial continuar investindo em fiscalização e fortalecimento dos órgãos ambientais e fazer a destinação de florestas públicas para criação de novas áreas protegidas, como terras indígenas e unidades de conservação”, afirma Larissa.

Roraima teve seis TIs entre as 10 mais desmatadas

Das 10 terras indígenas mais desmatadas na Amazônia em janeiro, seis ficam em Roraima, sendo cinco com territórios exclusivamente no estado e uma com parte da área no Amazonas.

“É preciso aumentar urgentemente as garantias de proteção desses territórios, principalmente os que já vêm recorrentemente aparecendo nos nossos alertas de desmatamento. Esse é o caso da terra Yanomami, que apareceu entre os dez territórios indígenas mais desmatados em 2023 e, em janeiro deste ano, ficou em segundo lugar”, alerta Larissa.

Já quando se olha para as unidades de conservação, Pará e Amazonas são os estados que concentram o maior número de territórios entre os 10 mais desmatados no mês. São três UCs no Pará, incluindo a líder do ranking APA Triunfo do Xingu, e três no Amazonas.

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FONTE: IMAZON (ver gráficos) – Ano de 2024 começa com queda de 60% no desmatamento da Amazônia – Imazon 

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