O emprego da atividade DOMPSA na Operação Humanitária à Reserva Indígena Yanomami
O Batalhão de Dobragem, Manutenção de Paraquedas e Suprimentos pelo Ar (B DOMPSA) tem a missão de prestar apoio logístico por meio da realização de atividades e tarefas das funções logísticas de suprimento, manutenção, transporte e salvamento (de material aeroterrestre).
O B DOMPSA é o principal condutor da Força Terrestre no que se refere ao suprimento por via aérea, sendo este um dos processos especiais de distribuição. Os seus integrantes são considerados altamente capacitados para esse tipo de operação, e o Especialista DOMPSA (Esp DOMPSA) é o militar extremamente qualificado com habilidades e conhecimentos necessários para inspecionar, dobrar, montar, lançar, recuperar, armazenar, manter e periciar equipamentos e materiais aeroterrestres, pois possuem um elevado grau de capacitação para preparar e executar o lançamento de cargas.
O Suprimento pelo Ar compreende o uso de aeronaves de asa fixa ou rotativa para o transporte e distribuição de pessoal, equipamento e suprimentos. Esse tipo de suprimento é uma alternativa aos modais de transporte terrestre e aquaviário que atuam no suporte às operações das forças militares em todo o teatro de operações (TO), e as aeronaves KC-390 e C-105, da Força Aérea Brasileira, as quais são totalmente capacitadas e recomendadas para realizar o Lançamento Aéreo de Suprimento.
O Lançamento Aéreo de Suprimento (LAS) é a entrega de equipamentos e suprimentos necessários às ações de combate das forças amigas, ou à sobrevivência do elemento apoiado, por intermédio do lançamento de cargas com paraquedas, utilizando para isso aeronaves de asa fixa ou rotativa, civis ou militares. O tipo de lançamento mais utilizado é o chamado de múltiplo. Este, consiste em lançar cargas de uma plataforma fixa apropriada, com a utilização de paraquedas. As cargas são lançadas de aproximadamente 400 a 1000 pés, sendo possível realizá-las a cada lançamento de até oito cargas. Para isso, usa-se o Container Delivery System (CDS).
A Operação Yanomami apoia as comunidades da Terra indígena Yanomami, em Roraima, por intermédio do 4º Pelotão Especial de Fronteira (4° PEF) em Surucucu(RR), do Comando de Fronteira Roraima / 7° Batalhão de Infantaria de Selva (7º BIS). Trata-se de uma operação humanitária realizada pelo Exército Brasileiro, que tem a participação dos militares do B DOMPSA. Para isso, equipes de militares se deslocam do Rio de Janeiro (RJ) para Boa Vista (RR).
A população Yanomami vem sofrendo com casos de desnutrição, malária, infecção respiratória aguda e outros problemas de saúde. Os Yanomamis são um povo indígena que habita a região de fronteira entre o Brasil e a Venezuela, no norte da Floresta Amazônica. Do lado brasileiro, as Terras Indígenas Yanomami ocupam uma área de 9,6 milhões de hectares, entre o estado de Roraima e o estado do Amazonas, e abrigam mais de 26 mil pessoas, totalizando oito comunidades indígenas.
O emprego da atividade DOMPSA, na reserva Indígena Yanomami, consiste em prestar apoio logístico com pessoal e material necessários a serem empregados no lançamento de carga nesta operação.
As cargas preparadas e lançadas ao longo desta operação já somam mais de 300 toneladas, e são compostas por diversos itens como mantimentos, remédios, cestas básicas, entre outros. Os suprimentos são lançados em pontos estratégicos próximos ao 4º PEF, na Zona de Lançamento (ZL) Surucucu, em Roraima e, posteriormente, são reordenados para uma nova distribuição junto às comunidades Yanomamis. A ZL é Zona especificada sobre a qual os suprimentos são lançados por paraquedas para serem distribuídos.
No 4° PEF, os militares do B DOMPSA são mobilizados para fazer o recolhimento do material aeroterrestre, ficando a cargo da equipe terra recolher todo o material aeroterrestre para os próximos lançamentos. Para a precisão no lançamento, a equipe terra monta na ZL o prisma, de acordo com as coordenadas, e faz o contato, via rádio, com o piloto da aeronave, com a finalidade de passar o vento de solo e o ponto de impacto das cargas.
O emprego da atividade DOMPSA na operação humanitária à reserva Indígena Yanomami tem feito toda a diferença para o êxito da missão. Desse modo, ratifica que a realização do LAS é perfeitamente adequada para atender demandas de uma operação com o cenário de difícil acesso terrestre, visto que proporciona maior agilidade de entrega e, consequentemente, maior economia de meios e de suprimentos.
Por fim, destaca-se a importância e a abertura de possibilidades de emprego da atividade DOMPSA para cumprir novas missões de Lançamento de Suprimento Aéreo.
O B DOMPSA: “A escola, a consulta, a decisão”. ERRAR NUNCA.
Autor: ST Hildemar das Graças Teixeira
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