A população terá acesso às praças e ao museu do espaço
Após iniciativa do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), o Complexo da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré, em Porto Velho (RO), voltará a funcionar de forma parcial a partir do dia 30 de abril. A decisão é resultado de uma reunião convocada pelo Iphan em Rondônia, que visou unir esforços com o Ministério Público Federal (MPF), a Prefeitura Municipal de Porto Velho, a Secretaria do Patrimônio da União (SPU) e a empresa concessionária Amazon Fort para a reabertura do local.
O complexo estava fechado desde 2019 e, inicialmente, a população terá acesso às praças e ao museu do local, que ficará aberto de quinta a domingo. O protocolo de abertura e encerramento das atividades será discutido nas próximas semanas entre Iphan, Prefeitura Municipal e a empresa Amazon Fort. Durante os dias em que o complexo ficará fechado, será realizada manutenção, limpeza e/ou obras que poderão ser feitas.
Presente na reunião, a superintendente do Iphan-RO, Alyne Mayra, agradeceu a disposição dos órgãos públicos envolvidos e destacou que, mesmo que parcial, a reabertura tem um significado gigantesco para o estado de Rondônia. “É o cartão postal da cidade. A população espera isso há bastante tempo. O esforço é coletivo para as políticas sociais e culturais serem entregues em Porto Velho”, disse.
Divisão de tarefas para preservação do patrimônio
De acordo com o procurador do MPF, Gabriel Amorim, as tarefas serão divididas até a reabertura total do complexo. “A prefeitura se comprometeu a fazer uma gestão em parceria com a Amazon Fort por três meses. O município irá arcar com energia, vigilância e gestão das visitas do local. A Amazon Fort continuará fazendo a limpeza do local”, explicou.
“Os banheiros químicos são uma pendência estrutural. Eles serão provisórios e, depois, haverá um projeto aprovado pelo Iphan sobre os banheiros definitivos”, completou o procurador. A reunião dos órgãos públicos também decidiu que a empresa Amazon Fort deverá assumir a gestão do complexo após o período de três meses da administração da Prefeitura de Rondônia.
A chefe da Divisão Técnica do Iphan-RO, Mônica Castro, lembrou que todos os envolvidos estão seguindo os protocolos combinados e os últimos detalhes estão sendo acertados. “Ainda faltam algumas adequações. Existem algumas obras de conforto público que estão em análise e em breve estarão em andamento. Por ser um local tombado, alguns critérios devem ser obedecidos. Mas a abertura parcial é importantíssima para a população, que estava privada deste importante espaço de identidade e memória”, ressaltou.
Complexo da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré
Tombada pelo Iphan em 2008, a Estrada de Ferro Madeira-Mamoré foi inaugurada em 1912 e trouxe desenvolvimento econômico para o estado de Rondônia, com a produção e comercialização da borracha no norte do país. A ferrovia era gerida por empresas privadas ligadas à produção da borracha boliviana até a década de 1930, quando passou a ser controlada pelo Estado brasileiro.
Passados alguns anos, a produção da borracha entra em crise e o então governo de Getúlio Vargas atribui outras funções para a Madeira-Mamoré, sendo uma delas a de ocupar as áreas de fronteira, onde foram criadas colônias agrícolas que cercavam a estrada de ferro.
O local passou por algumas reformas e hoje conta com espaços de convivência e um museu que guarda a história de Porto Velho e da ferrovia.
