A substância ontológica ribeirinha nas fronteiras da Amazônia

Entranhados na exuberância cósmica da dimensão amazônica, os guardiães ribeirinhos e sua maviosa florestania, convivem harmonicamente no sentido de sobreviverem sem o uso da prática insolente da violência em Ascenção.

Fronteira Brasil – Bolívia – Foto: Marquelino Santana

Ao propor uma cultura de paz e benevolência nas fronteiras internacionais, o homem ribeirinho demonstra possuir um formidável conjunto de valores que agrega acima de tudo uma relação de brandura e empatia com os demais povos da humanidade. Ele abraça e internaliza a fronteira do humano, uma fronteira peculiar e heterogênea que no espaço e tempo metamorfoseia-se para se transformar em liberdade.

Esses hermenêuticos ensinamentos do ser ribeirinho são apropriações resultantes do cotidiano do mundo vivido. As vivências desse espaço de ação e as apreensões materiais e imateriais dos modos de vida vão no decorrer das temporalidades, moldando significativamente os processos fáticos de reconstrução da existência humana.

Esses processos fáticos do homem ribeirinho se transformam em briosas lições que precisam ser reconhecidas e valorizadas pela diplomacia internacional de fronteira na Amazônia, principalmente quando se trata da delituosidade nas travessias e suas atividades ilícitas. Diplomacia, soberania e beligerância, são considerados temas incontornáveis nos territórios da Amazônia, ao tempo em que se tornam indissociáveis da sua imponente rede fluvial e de sua relevante estratégia nacional de segurança fronteiriça.

Se a Organização do Tratado de Cooperação Amazônica – OTCA como importante bloco socioambiental e como uma autônoma organização intergovernamental – cuja uma das missões é exatamente “promover a adoção de ações de cooperação regional que resulte na melhoria da qualidade de vida dos habitantes da Amazônia” – consideramos urgente e necessário que os organismos internacionais de segurança invistam na valorização, estudo e entrelaçamento de suas instituições com a substância ontológica ribeirinha nas fronteiras da Amazônia.

Por: Marquelino Santana

FONTE: Correio Eletrônico (e-mail) recebido do autor

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