Apesar de ter iniciado recuperação, nível do Rio Negro em Manaus ainda está abaixo da mínima histórica para o período

Boletim de Monitoramento Hidrológico da Bacia do Amazonas, divulgado pelo Serviço Geológico do Brasil (SGB), indica que, na maioria das estações, os rios estão em processo de subida

Ponta das Lajes (Foto: Gilmar Honorato/SGB)

O Rio Negro em Manaus (AM) mantém a tendência de elevação após registrar o menor nível em 121 anos. Apesar disso, a cota ainda está abaixo da mínima histórica para o período, conforme indica o 56º Boletim de Monitoramento Hidrológico, divulgado na sexta-feira (8) pelo Serviço Geológico do Brasil (SGB).

Os dados revelam que, na quinta-feira (7), o rio atingiu a marca de 14,97 m. A mediana para a data é de 19,24 m, e o menor nível alcançado anteriormente foi de 16,03 m, no ano de 2009. No ano seguinte, em 2010, a região registrou uma das piores secas da história, cujas mínimas só foram superadas neste ano.

A pesquisadora em geociências Jussara Cury explica que esse cenário de cotas abaixo da mínima é resultado da estiagem que neste ano foi severa em quase toda a bacia. “Assim leva um tempo para recuperar os níveis dos rios monitorados, mas na região à montante, como é o caso do Alto Solimões já apresenta comportamento de enchente, com níveis dentro da faixa da normalidade, assim, há uma tendência de recuperação”. Cury acrescenta que o aumento dos níveis também depende da “consolidação do período chuvoso na região de cabeceira e de chuvas distribuídas ao longo da bacia, que no momento ainda estão abaixo da média”.

De acordo com o monitoramento, o Solimões voltou a subir com intensidade em Tabatinga (AM), com elevações médias diárias de 46 cm. A cota registrada na quinta-feira (7) foi de 6,72 m. Em Itapéua (AM) e em Manacapuru (AM), a subida observada foi de 7 cm por dia. Por ser uma região de cabeceira, a tendência é de que o comportamento influencie outros pontos da bacia.

O SGB também observou subidas no Rio Acre. Na estação da capital Rio Branco (AC), a cota é de 3,47 m, e em Beruri (AM), de 7,61 m, após subidas da ordem de 7 cm diários. Em Porto Velho (RO), o Rio Madeira começou a semana com subidas e depois oscilou, alcançando a marca de 6,03 m. Em Humaitá (AM), o Madeira subiu 32 cm em três dias. A última cota registrada foi de 14,81 m.

Ainda segundo o boletim, “o Rio Amazonas subiu uma média diária de 7 cm no Careiro da Várzea e 5 cm em Itacoatiara. Já em Óbidos e Santarém, o Rio Amazonas iniciou a semana com descidas e voltou a subir nos registros mais recentes”.

Já nas estações do Rio Branco, em Boa Vista (RR) e Caracaraí (RR), foi observada redução dos níveis, que são considerados baixos para o período. Segundo o monitoramento do SGB, o rio atingiu as marcas de 47 cm e 1,08 m, respectivamente.

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Serviço Geológico do Brasil
Ministério de Minas e Energia – Apesar de ter iniciado recuperação, nível do Rio Negro em Manaus ainda está abaixo da mínima histórica para o período (sgb.gov.br)

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