73ª Tertúlia Portugal – Brasil

Será realizada no próximo dia 16 de dezembro de 2023, sábado, a 73ª Tertúlia Portugal – Brasil, sob o tema: “A quem serviu o mistério de “O Piolho Viajante”?”, tendo como convidado “João Filipe Palma-Ferreira”.

O grupo de trabalho transnacional, capitaneado pelo Prof. Dr. Cesar Bargo Perez e pelo Cel. Elcio Secomandi, por parte do Brasil, e pelo Major General Rui Moura, por parte de Portugal, CONVIDA para a 73ª Tertúlia Portugal – Brasil:

73ª TERTÚLIA PORTUGAL – BRASIL
SÁBADO, dia 16 de dezembro de 2023,
21h00 – 22h40 (horário de Lisboa) / 18h00 – 19h40 (horário de Brasília),

TEMA: “A quem serviu o mistério de “O Piolho Viajante”?

Apresentação: “João Filipe Palma-Ferreira”

Plataforma Zoom: https://us02web.zoom.us/j/6164543465

Canal das Tertúlias no YouTube: Tertúlias Portugal-Brasil – YouTube

Canal de Podcasts: Tertúlias Portugal – Brasil • Um podcast no Spotify for Podcasters

Instagram: @tertuliasportugalbrasil

Resumo da Comunicação:  

Decorridos mais de 200 anos, um mistério permanece até hoje por esclarecer em Portugal e no Brasil. Envolve a gênese do livro mais lido em Lisboa e no Rio de Janeiro na primeira metade do século XIX, cuja autoria foi incompreensivelmente mantida no anonimato durante várias décadas. Aliás, foi promovida erroneamente a atribuição da sua autoria ao oficial de Marinha José Sanches de Brito, que morreu em 1817. Todo o enquadramento desta obra literária satírica picaresca indiciou a existência de uma ampla rede editorial e livreira implantada em Portugal e no Brasil nas duas primeiras décadas do século XIX, cujo denominador comum de seus elementos terá sido a pertença a organizações maçónicas ou republicanas que defenderam a Independência do Brasil. Mais do que os “vasos comunicantes” desta rede a Dom Pedro I, alguns dos seus principais “atores” evidenciaram uma proximidade quase natural à Imperatriz Leopoldina, arquiduquesa austríaca que falava e escrevia em seis idiomas, capaz de gerir autonomamente os desígnios de um Estado independente, neta de Leopoldo de Lorena, Sacro Imperador Romano (promotor de uma constituição para a Toscânia que garantiria aos cidadãos direitos de igualdade semelhantes aos da Declaração de Direitos da Virgínia de 1778), e irmã de Maria Luísa, que mais tarde viria a casar em segundas núpcias com Napoleão Bonaparte.
Vamos aos factos: Tudo começou em 1802, no ano em que foi criada em Lisboa a organização maçónica do Grande Oriente Lusitano. O editor livreiro António Manuel Policarpo da Silva, estabelecido na capital, com loja no Terreiro do Paço, levou uns folhetos com histórias satíricas lisboetas ao Censor Régio da Mesa do Desembargo do Paço, Johann Wilhelm Christian Müller, pastor luterano alemão oriundo da Baixa Saxónia, com o objetivo de obter a sua apreciação sobre essas histórias – de “O Piolho Viajante” – de forma a saber se seriam publicadas, ou não. O parecer deste censor foi inusitadamente favorável: não se limitou a dizer que concordava com a publicação dos folhetos, louvando, ao longo de 12 páginas manuscritas, a virtude dessas prosas. Assim se iniciou o longo e surpreendente sucesso que os textos de “O Piolho Viajante” vieram a ter durante meio século, praticamente até 1860, com sucessivas edições, reimpressões e versões emendadas, nas quais foram satirizadas as vidas de 72 pessoas, maioritariamente pertencentes à mais lúgubre sociedade lisboeta. A cada uma coube a sua história, designada no livro como uma “carapuça”, onde o piolho permaneceu durante o tempo necessário à narrativa da respectiva aventura. Esta publicação não foi apenas a mais lida em Lisboa durante a primeira metade do século XIX; também se tornou a mais popular no Rio de Janeiro, tendo sido levada para o Brasil pelo editor Simão Thaddeo Ferreira, dono da oficina gráfica lisboeta onde foram impressas algumas das obras maçónicas mais complexas, como a famosa “Maçonaria das Senhoras, ou a Verdadeira Maçonaria de Adopção”, datada do “Anno III da Liberdade”.
Quais foram as consequências políticas desta rede luso-brasileira? Quem financiou as inúmeras edições de “O Piolho Viajante”? Qual terá sido o papel efetivo de José Sanches de Brito? Quem predominou neste enquadramento internacional? A Coroa portuguesa? A Casa Real Austríaca?
Mesmo que não haja fontes históricas que permitam responder cabalmente a todas as dúvidas, esta tertúlia tentará chegar onde for possível, para lançar um desafio aos investigadores académicos brasileiros e portugueses no sentido de identificarem novos dados que possam esclarecer o mistério de “O Piolho Viajante”.

Sobre o convidado: 

João Filipe Palma-Ferreira – Com mais de 36 anos de exercício de jornalismo na área de Economia, dos quais mais de 25 anos no maior semanário português, em que assegurou funções de Editor de Economia, oito anos como comentador televisivo de atualidade económica e, igualmente, mais de cinco anos jornalista de Economia no maior jornal diário português, além do exercício profissional em outros Órgãos de Comunicação Social.
Especialização nas indústrias petrolífera e automóvel, nos sectores dos transportes ferroviário, metroviário, aéreo, marítimo, das infraestruturas rodoferroviárias, portuárias e aeroportuárias.
Conhecimento das fases de desenvolvimento das operações de internacionalização concretizadas nos últimos 36 anos pelos principais grupos económicos portugueses.
Frequência de Direito na Universidade Católica Portuguesa.

AS TERTÚLIAS JÁ REALIZADAS ESTÃO DISPONÍVEIS NO CANAL DO YOUTUBE: Tertúlias Portugal-Brasil – YouTube

Comissão Organizadora do Projeto Tertúlias Portugal-Brasil: 

      • Major General Rui Moura, Reserva do Exército de Portugal;
      • Prof. Dr. Cesar Bargo Perez, Pesquisador da Universidade Católica de Santos; e
      • Cel Rfm/EB Elcio R. Secomandi, Pesquisador e Professor Emérito da Universidade Católica de Santos