Seca na região amazônica: após registrarem subidas, alguns rios voltam a descer

Novo Boletim de Monitoramento Hidrológico da Bacia do Amazonas mostra que os níveis dos rios têm oscilado e seguem baixos para o período

Orla de Manaus (Foto: Gilmar Honorato/SGB)

Os níveis de alguns rios da Bacia do Amazonas voltaram a descer, após registrarem subidas. Foram registradas descidas em trechos dos rios Amazonas, Negro, Solimões e Branco. Em Óbidos (PA), o Amazonas registrou a mínima histórica de -93 cm, na quinta-feira (9). Os dados fazem parte do 49º Boletim de Monitoramento Hidrometeorológico da Bacia do Amazonas , divulgado nesta sexta-feira (10) pelo Serviço Geológico do Brasil (SGB).

De acordo com a pesquisadora em geociências do SGB Jussara Cury, as chuvas abaixo da média nas cabeceiras dos rios – no Alto Solimões e Alto Negro – têm impactado os níveis e dificultado a recuperação. Apesar disso, ela explica que as oscilações nos níveis – com pequenas subidas e descidas – “fazem parte do processo de estabilidade da vazante”. A recuperação depende das chuvas nas cabeceiras e ao longo da bacia. O período chuvoso é esperado para a segunda quinzena de novembro.

Descida dos níveis

Em Manaus (AM), o Rio Negro caiu para a cota de 13,13 m. Outros pontos da calha do Negro também apresentaram recessão: em Tapuruquara (AM) a cota atual é de 1,33 m, tendo sido observadas descidas médias diárias de 7 cm. Na estação de São Gabriel da Cachoeira (parte norte da Bacia), foi observada a cota de 4,99 metros. Em Barcelos, o rio iniciou a semana com estabilidade, mas voltou a descer nos últimos dias, chegando à marca de 1,96 m.

Em Tabatinga (AM), o Rio Solimões iniciou a semana com descidas, mas voltou a subir. A cota atual é de 87 cm. “O rio está recebendo contribuições das chuvas na região dos Andes (que alimenta o Solimões) e apresentou subida na ordem de 49 cm nos últimos três dias. Isso, de certa forma, vai ajudar no processo de estabilidade do nível do rio, para que voltem as subidas e se configure o final da vazante no Solimões”, explica Jussara. O nível do rio no Alto Solimões impacta outros trechos da Bacia do Rio Amazonas, que tendem a reproduzir o comportamento ao longo das semanas.

Segundo os dados do Boletim, o Rio Amazonas (AM) continua descendo em Itacoatiara (AM) e Careiro da Várzea (AM). As cotas atuais são 60 cm e 68 cm, respectivamente. Já em Parintins (AM) foi observada certa estabilidade, e o rio está na marca de -2,12 m. O Rio Branco continua em processo de recessão e, ao longo da semana, apresentou pequenas descidas em Boa Vista (RR) e certa estabilidade em Caracaraí (RR).

Subida dos níveis

Já em outros pontos da Bacia do Amazonas, foi possível observar o aumento dos níveis. O Rio Madeira, em Porto Velho (RO), teve recuperação de 2,04 m do nível e chegou a 2,79 m. Na estação, foi registrada neste ano a mínima histórica de 1,1 m. “O rio se recuperou bem e essas águas estão chegando na região do estado do Amazonas, especificamente no município de Humaitá, que apresentou subidas diárias da ordem de 16 cm. O aumento vai contribuir para a estabilidade do Rio Amazonas em Itacoatiara”. Em Humaitá (AM), a cota é de 10,61 m.

Em Rio Branco, capital do Acre, o Rio Acre (da Bacia do Rio Purus), apresentou elevação média diária de 6 cm e chegou à cota de 1,96 m. Em Beruri (AM), a marca atual do rio é de 4,07 m.

Núcleo de Comunicação
Serviço Geológico do Brasil
Ministério de Minas e Energia – Seca na região amazônica: após registrarem subidas, alguns rios voltam a descer (sgb.gov.br) 

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Governo do Amazonas divulga boletim sobre a estiagem no estado nesta sexta-feira (10/11) (agenciaamazonas.am.gov.br) 

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