Café indígena ganha destaque no mercado de produtos especiais

O café especial produzido por 132 famílias das Terras Indígenas Sete de Setembro e Rio Branco, no estado de Rondônia, começou a ser comercializado no mercado de cafés especiais sustentáveis do Brasil.

O cafeicultor indígena, Celso Suruí, recebeu o prêmio de melhor café especial no Concurso Tribos 2020

O lançamento do produto ocorreu durante a realização do 2º Concurso Tribos, que contou com a participação de produtores indígenas de oito etnias: Aikanã, Arikapú, Aruá, Djoromitxí, Kanoê, Makurap, Paiter Suruí e Tupari.

A iniciativa do grupo 3Corações distribui uma premiação em dinheiro para os dez primeiros colocados e garante a compra de toda a produção dos cafeicultores indígenas premiados (confira abaixo os prêmios). Na cerimônia que marcou o lançamento do produto, transmitida ao vivo no último dia 12, o presidente da companhia, Pedro Lima, destacou a importância do projeto iniciado a partir de conversa entre os diretores da empresa e produtores indígenas durante a Semana Internacional do Café de 2018, em Belo Horizonte.

“O Projeto Tribos tem três pilares indissociáveis: o protagonismo do índio, a preservação da floresta e a qualidade do café. Em novembro de 2019 nós fomos participar do primeiro concurso. Um concurso experimental, onde a gente testou a nossa competência de relacionamento para lançar o segundo concurso com os produtos prontos que vão para o consumidor brasileiro. Aprendi muito com a comunidade indígena, que tem muito mais a ensinar a todos nós e ao Brasil”, relata Lima.

Em vídeo gravado para a cerimônia de premiação, os três primeiros colocados falaram sobre a participação no projeto da empresa 3Corações. O 1º lugar no Concurso Tribos como melhor café especial ficou com o produtor Celso Lamitxab Suruí. “Essa premiação significa a valorização do meu trabalho e minha família, pois cultivamos com muito amor e dedicação. E vem sendo valorizado pelo projeto Tribos [sic]. Esperamos continuar com o projeto e trazer melhorias para as comunidades e os cafeicultores indígenas”, afirmou Celso Suruí.

Premiado como o produtor do 2º melhor café, Rafael Mopimop Suruí, disse que aprendera muito como trabalhar o café especial. “Quero agradecer todos vocês, que me deu força para esse trabalho. O resultado começou agora. Como um dos campeões, estou sentido muito grato com vocês [sic], com meu trabalho e essa equipe toda. Esse café especial foi um resultado muito bom para mim que é mostrar qual é o café de qualidade e qualidade de vida também”.

A terceira colocada, Alessandra Monteiro Makurap, disse que o projeto é uma oportunidade para valorizar o café dos povos indígenas. “Nosso café foi produzido com muito amor e carinho. Trabalhamos na nossa lavoura cultivando [sic] e não usamos nenhum tipo de produto agrotóxico. Sempre usamos nossa força física para manter um café limpo e se tornar um café de qualidade para o povo, tanto para nós população indígena quanto para a não população indígena”, declarou Alessandra Makurap.

Premiação

1º lugar: compra de 2 sacas por R$ 3.000,00 cada uma, mais o prêmio de R$ 25.000,00

2º lugar: compra de 2 sacas por R$ 2.000,00, mais o prêmio de R$ 10.000,00

3º lugar: compra de 2 sacas por R$ 1.000,00, mais o prêmio de R$ 8.000,00

4º lugar: compra de 2 sacas por R$ 800,00, mais o prêmio de R$ 5.000,00

Do 5º ao 10º lugares: compra de 2 sacas por R$ 800,00 cada uma, mais o prêmio de R$ 5.000,00 para cada um dos colocados.

Produção sustentável

Desde o início do cultivo do café, os cafeicultores indígenas receberam o apoio da Fundação Nacional do Índio (Funai), por meio da Coordenação-Geral de Etnodesenvolvimento (CGETNO), e da unidade de Cacoal (RO). O servidor da Funai Ricardo Prado acompanhou todo o desenvolvimento da cafeicultura sustentável nas aldeias. “Para garantir a qualidade do café desde o plantio até a colheita, os indígenas receberam a assistência técnica da Emater/RO e Embrapa. A Funai apoiou a capacitação profissional dos indígenas, a construção de terreiros de secagem e outras atividades”, afirma Prado.

“A cada ano verificamos uma nova conquista do projeto de café sustentável dos povos indígenas de Rondônia; este ano, destaque para as mulheres produtoras indígenas que também precisam ser visibilizadas e valorizadas na economia das aldeias. Parabéns!”, destaca o coordenador-geral de Etnodesenvolvimento Funai, Juan Felipe Scalia.

O café robusta amazônico cultivado pelos indígenas rondonienses foi considerado o segundo melhor café orgânico em um concurso na Suíça, em 2017. No ano seguinte, esse café especial alcançou posições de destaque no Concurso de Qualidade e Sustentabilidade do Café de Rondônia. Participam do desenvolvimento da cafeicultura indígena no estado as cooperativas indígenas Garah Itxá, Coopaiter, Doá Txatô, Coopsur, a Secretaria de Estado da Agricultura, a Câmara Setorial do Café e as secretarias municipais de Agricultura de Cacoal e de Alta Floresta D’Oeste.

Assessoria de Comunicação / Funai
com informações do Grupo 3Corações

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