CIR quer reunir mil indígenas em assembleia no Caracaranã

O Conselho Indígena de Roraima (CIR) realiza de 11 a 15 de março a 41ª Assembleia Geral dos Povos Indígenas de Roraima. O evento acontecerá no Centro Regional do Lago do Caracaranã, na terra indígena Raposa Serra do Sol. A expectativa é reunir mil pessoas de nove comunidades indígenas.

A Assembleia Geral já é tradição entre os indígenas. O evento, realizado anualmente, é um momento importante de fortalecimento da luta dos povos, visando à construção de uma política indigenista e à promoção da união e articulação entre as lideranças e comunidades indígenas de Roraima.

As lideranças indígenas utilizam as Assembleias Gerais para a troca de ideias e experiências entre as comunidades e regiões frente aos problemas que atingem as comunidades diretamente, como o uso de bebidas alcoólicas, a presença de invasores nas terras indígenas, a agressão ao meio ambiente e os projetos de etnodesenvolvimento que possam gerar renda e diminuir a situação de exclusão social.

Conforme o coordenador-geral do CIR, Mário Nicácio, dentre os assuntos na pauta do evento, serão discutidas políticas públicas visando ao etnodesenvolvimento dos povos indígenas e articulação para implantação das mesmas a nível estadual e nacional.

O convívio das comunidades indígenas nos territórios já demarcados também será avaliado. Atualmente, Roraima possui 33 terras indígenas, sendo que algumas ainda estão pendentes de desintrusão, como é o caso da área indígena Anaro, no Município de Amajari. Os indígenas aguardam decisão do Supremo Tribunal Federal (STF).

“O nosso maior anseio atualmente é conquistar a liberdade para que os próprios indígenas possam trabalhar a terra e ter essas promoções de apoio, de produção e um atendimento de políticas públicas diferenciadas que sejam de acordo com a realidade de cada povo”, destacou Mário Nicácio.

O planejamento das atividades do CIR para o decorrer do ano de 2012 será apresentado às comunidades para validação. Cada etnoregião desenvolve planos de trabalho que são consolidados durante a Assembleia Geral para definição das atividades a serem executadas.

De acordo com o Estatuto Social, a Assembleia Geral é o órgão máximo de deliberação do CIR e estabelece as linhas de ação, as atividades e programas a serem seguidos pela coordenação geral, departamentos e demais instâncias da organização no ano que se segue.

Ao final da Assembleia serão encaminhados diversos documentos e uma Carta Final para as autoridades, com as principais reivindicações, denúncias e proposições. A coordenação do CIR se responsabiliza pela divulgação das propostas, o encaminhamento e o acompanhamento das ações solicitadas pelas lideranças indígenas. 

FONTE: Folha de Boa Vista / http://www.folhabv.com.br/Noticia_Impressa.php?id=125032

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