Roraima: o Rio Branco, em Boa Vista, registra 6º nível mais baixo em 57 anos

Boletim de Monitoramento do Serviço Geológico do Brasil (SGB) indica que, na quarta-feira (7), o rio alcançou a cota mínima do ano: 5 cm

Níveis em Boa Vista (RR) estão abaixo da faixa de normalidade (Foto: Antônio Diniz)

Com novas descidas observadas no início desta semana, o Rio Branco, em Boa Vista (RR), atingiu a marca de 5 cm. Esse é o 6º pior nível desde o início da série histórica, em 1967, ou seja, em 57 anos. Após esse recuo, o rio se estabilizou e, mais recentemente, voltou a subir, alcançando 13 cm – o 9º menor nível. Os dados são apresentados no 6º Boletim de Alerta Hidrológico da Bacia do Rio Amazonas, divulgado nesta sexta-feira (9), pelo Serviço Geológico do Brasil (SGB).

Segundo o monitoramento do SGB, no município de Caracaraí (RR) o Rio Branco segue em processo de descida. A última cota observada foi de 68 cm, ainda dentro da faixa de normalidade para o período. As mínimas na Bacia do Rio Branco costumam ser registradas em fevereiro. “Estamos no mês mais crítico para essa bacia, que já estava apresentando níveis baixos e chuvas em volume menor do que o normal”, explica a pesquisadora do SGB Jussara Cury. Esse cenário exige atenção por parte dos gestores públicos locais para a adoção de medidas que amenizem o impacto da seca na região.

No Alto Rio Negro, os níveis também estão baixando. Na estação de São Gabriel da Cachoeira (AM), a cota é de 5,35 m; em Tapuruquara, de 2,26 m; e em Barcelos (AM), de 2,62 m. Já em Manaus (AM), o Negro manteve elevações menos intensas, da ordem de 5 cm por dia. A cota registrada foi de 21,57 m.

O Alto Solimões, que é a cabeceira da Bacia do Amazonas, apresenta oscilações consideradas normais neste processo de enchente e retomada dos níveis. Em Tabatinga (AM), a cota atual é de 9,38 m e, em Manacapuru (AM), de 13,19 m. Em Fonte Boa, após descidas, o rio alcançou 18,58 m. No município de Itapeua, a cota ficou estável, em 11,61 m.

Na Bacia do Rio Madeira, foram observadas elevações em Porto Velho (RO) e Humaitá (AM), no início da semana. No entanto, os níveis voltaram a descer e seguem abaixo da faixa de normalidade, com cotas de 10,14 m e 18,18 m, respectivamente. Também foi observada descida na Bacia do Rio Purus. O Rio Acre, em Rio Branco (AC), chegou a 7,96 m. Em Beruri (AM), o SGB observou processo de subida, de menor intensidade, atingindo a cota de 14,92 m.

Já na Bacia do Rio Amazonas, as estações seguem em processo de enchente, com cotas de 9,32 m em Careiro da Várzea (AM); 3,38 m em Parintins (AM); 8,09 m em Itacoatiara (AM); 3,36 m em Óbidos (PA); 3,66 m em Santarém (PA); e 3,82 m em Almeirim (PA).

Monitoramento subsidia ações do poder público

O Boletim de Monitoramento Hidrológico, elaborado pelo SGB, gera informações essenciais sobre níveis dos rios e previsões climáticas, de modo a subsidiar as ações do poder público local e das defesas civis municipais. “Esse material pode auxiliar os órgãos competentes na condução das eventuais ações de situações afetadas pela fase de cheia ou estiagem do período”, ressalta a pesquisadora.

As informações relacionadas à Bacia do Rio Amazonas estão reunidas aqui.

Núcleo de Comunicação
Serviço Geológico do Brasil
Ministério de Minas e Energia – Roraima: o Rio Branco, em Boa Vista, registra 6º nível mais baixo em 57 anos (sgb.gov.br)