Museu Goeldi sedia o Encontro, cuja realização é fruto da parceria entre dezena de instituições científicas. O evento acontece entre os dias 21 e 25 de novembro de 2023 e tem como meta principal estruturar o Observatório de Tecnologia Social da Amazônia. A submissão de trabalhos em formato de artigos científicos e relatos técnicos de experiências foi prorrogado até o dia 23 de outubro e as inscrições para o evento são gratuitas.
Agência Museu Goeldi – Entre os dias 21 e 25 de novembro será realizado o 1º Encontro de Tecnologias Sociais da Amazônia (@tsamazonia). O evento é organizado por diversas instituições parceiras como o Museu Paraense Emílio Goeldi, Instituto Nacional de Pesquisa da Amazônia (INPA), Instituto Mamirauá, Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA), Universidade Federal do Pará (UFPA), Instituto Peabiru, Fiocruz, Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, entre outras.
O objetivo do 1º encontro é estabelecer um fórum regional de discussões sobre tecnologias sociais e estruturar o Observatório de Tecnologia Social da Amazônia, uma plataforma livre e independente que vai contribuir com os pesquisadores e atores sociais na ampliação do conhecimento e na divulgação científica sobre o assunto, a exemplo do que já vem sendo realizado pelo o Observatório de Tecnologia Social do Museu Goeldi.
As inscrições de trabalhos para o 1º encontro são gratuitas e podem ser feitas pelo link. O evento será no auditório Paulo Cavalcante, no Campus de Pesquisa do Museu Goeldi, em Belém. A programação está organizada em atividades de apresentação de trabalhos, painéis temáticos, oficinas e visitas técnicas, além de contar com a participação de grandes pesquisadores e atores sociais referência no tema.
Os trabalhos inscritos podem ser apresentados em cinco Grupos de Trabalhos (GT):
GT 1: Tecnologia social em empreendimentos produtivos: interfaces com economia solidária e gestão social
GT 2: Tecnologia social aplicada ao saneamento e gestão ambiental
GT 3: Tecnologia social e políticas públicas
GT 4: Tecnologia social para segurança alimentar e nutricional
GT 5: Disseminação de experiências de tecnologia social
As orientações gerais para a submissão dos trabalhos e a programação completa podem ser conferidas no site do evento.
Feira de Expositores – Também vai até o dia 22 de outubro as inscrições para a Feira de Expositores, que ocorrerá nos dias 22, 23 e 24 de novembro, das 9h às 18h, em frente ao auditório Paulo Cavalcante. Serão selecionados até dez empreendedores que queiram vender seus produtos (alimentos, bebidas, arte ou artesanato). O link para as inscrições da Feira é https://bit.ly/feiraTSamazonia.
Mas o que são Tecnologias Sociais (TS)? – São tecnologias reaplicáveis e livres de patentes, que unem conhecimento popular e conhecimento científico em busca de soluções para problemas de grupos vulnerabilizados. Essas são algumas das principais características da TS, considerada um processo, método ou produto que atende às necessidades e demandas concretas da sociedade, gerando transformação social.
Segundo Regina Oliveira, bióloga e pesquisadora do Museu Goeldi, “As tecnologias sociais, sejam métodos, processos ou produtos, precisam ser validadas, comprovadas pelo grupo social que tem essa demanda. E quando você tem esse método, produto ou processo a gente chama de solução sociotécnica. Esse conjunto mostra claramente que você consegue trabalhar o conhecimento científico junto com o conhecimento local e tradicional”.
No Brasil, algumas tecnologias sociais simples e de baixo custo já se tornaram políticas públicas e são amplamente conhecidas, como o programa de cisternas, que desde 2003 possibilita o acesso à água potável para milhares de pessoas que sofrem com o problema da falta de água em diversas regiões do país, inclusive em comunidades da Amazônia. Outras TS estão presentes na região e atendem a demanda de diversas comunidades nas áreas de saneamento, energia, produção de renda, alimentação, etc.
Tecnologias Sociais Sustentáveis para a Amazônia – Agenda 2030 – O projeto institucional de pesquisa coordenado pela pesquisadora do Museu Goeldi Regina Oliveira foi iniciado em 2020 e está inserido no Programa de Tecnologias Sociais do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação. O projeto é realizado em parceria com o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA) e Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá, todos vinculados ao Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI).
O projeto de pesquisa busca promover, potencializar e realizar atividades de tecnologia social. Também tem como objetivo fortalecer o sistema de inovação e desenvolvimento de tecnologias sociais para a inclusão social, econômica e redução das assimetrias regionais na produção e acesso público à ciência, tecnologia e inovação. “Dentro deste programa temos ações que são atividades que implicam realizações conjuntas entre Museu Goeldi, INPA e Instituto Mamirauá e atividades internas de desenvolvimento de pesquisa”, destaca Regina Oliveira. O programa também contribui no fortalecimento das articulações entre as instituições vinculadas ao MCTI.
Como resultado dessas ações conjuntas e atividades internas do Museu Goeldi, o programa mapeou as experiências de TS que ocorrem pela Amazônia Legal. “Nós fizemos uma busca na Amazônia inteira, foi uma metodologia de buscas em várias bases, por trabalhos publicados, utilizando vários métodos até acessar pessoas responsáveis ou que desenvolvessem alguma tecnologia social. Com esse mapeamento nós entendemos várias características, digamos assim, quais são, onde elas estão e quais as áreas de atuação das TS”, explica Regina Oliveira.
Ao todo foram selecionadas 100 tecnologias sociais de diversas áreas de atuação como saneamento, alimentação, manejo, extrativismo, agricultura familiar, produtos para geração de renda, entre outros. Todas essas tecnologias serão apresentadas em formato de coletânea, que será lançada ainda esse ano. Outro ponto importante é que o programa de Tecnologia Social atende aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) para a agenda 2030, tendo como um dos principais ODS alvo a erradicação da pobreza.
As atividades do projeto institucional de pesquisa do Museu Goeldi “Tecnologias Sociais Sustentáveis para a Amazônia – Agenda 2030”, coordenado pela pesquisadora Regina Oliveira contou com apoio de mais de 10 bolsistas entre 2022 a 2023, apoiados pelo CNPq. Está prevista uma exposição das TS do Museu no Centro de Exposições Eduardo Galvão, durante o lançamento do site do Observatório de Tecnologia Social do Museu Goeldi. Está previsto ainda a realização de um curso de especialização em TS a ser realizado pelo Museu Goeldi para o próximo ano.
Texto: Denise Salomão – Edição: Joice Santos
PUBLICADO POR: MUSEU GOELDI – 1º Encontro de Tecnologias Sociais da Amazônia — Museu Paraense Emílio Goeldi (www.gov.br)