Agência da ONU apoia migrantes e refugiados venezuelanos idosos no Brasil

Fundo de População da ONU, Unfpa, destaca que grupo sofre diversos riscos na jornada e adaptação em um novo local; em 2021, 5 milhões de idosos foram forçados a deixar suas casas.

Alegria Campos participa de atividade com outras mulheres no Espaço Seguro do Unfpa em Boa Vista, Brasil – © UNFPA Brazil / Isabela Martel – Postada em: ONU NEWS

Alegria Campos, de 70 anos, lembra que tinha “casa, carro e tudo que precisava” antes da crise econômica na Venezuela. Ela relata que a vida era boa, quase “perfeita” no seu país natal.

Mas ao aumentar a pobreza extrema e a instabilidade política, a mãe de três filhos e avó de cinco netos fez a difícil escolha, em novembro de 2022, de abandonar sua casa para escapar da crise

Rumo ao Brasil

Após vender seus pertences e o carro, ela conseguiu um transporte de graça até Boa Vista, no Brasil, onde mora sua irmã mais velha. A viagem durou dois dias. Viúva e com os filhos criados, Alegria Campos chegou sozinha ao país vizinho.

A migração pode ser desafiadora para qualquer pessoa. Mas para os idosos, a transição entre fronteiras pode apresentar perigos novos e específicos. A Agência da ONU para Refugiados, Acnur, destaca o risco maior de abuso e negligência, além de barreiras naturais de um novo país.

Para Alegria, não foi diferente. Ela lembra que “a adaptação foi difícil”.

Migrantes idosos

Em todo o mundo, quase 90 milhões de pessoas foram deslocadas à força em 2021, e maioria crianças e adultos com 59 anos ou menos.

No entanto, mais de 5 milhões de idosos foram forçados a fugir de suas casas em 2021 e suas necessidades continuam urgentes.

Segundo o Fundo de População da ONU, Unfpa, apenas nos abrigos para refugiados e migrantes venezuelanos, que apoiam em Boa Vista e Pacaraima, por exemplo, 290 residentes têm mais de 60 anos.

Mais de um em cada quatro deles tem uma condição médica grave.

O Unfpa está apoiando esta comunidade de idosos migrantes e refugiados no Brasil com a distribuição de “kits de dignidade” e fornecimento de educação e treinamento sobre temas como violência de gênero.

Língua portuguesa

Alegria Campos ficou sabendo do Unfpa em uma aula de cultura e língua portuguesa realizada por uma organização local.

Os funcionários da agência da ONU compartilharam informações sobre violência de gênero em português, alinhando informações que salvam vidas com o aprendizado de idiomas.

A venezuelana relata que foi muito importante aprender sobre a violência de gênero e como lidar com ela no Brasil. E agora ela pode ajudar outras mulheres.

Acesso à saúde

Com o apoio do Unfpa, Alegria Campos planeja fazer um curso de português de um ano para melhorar a fala e procurou atendimento médico no Brasil para resolver um problema nos olhos.

Agora, ela se prepara para a cirurgia pelo sistema público de saúde brasileiro, SUS. Sempre que ela tem dúvidas sobre esse processo, ela disse que recorre ao Unfpa para ajudá-la.

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