CRF-UFPA e Comunidade Quilombola do Igarapé Preto debatem economia circular e negócios criativos

Gestores da Comissão de Regularização Fundiária da Universidade Federal do Pará, da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Educação Superior, Profissional e Tecnológica do Estado do Pará (Sectet) e lideranças da Comunidade Quilombola de Igarapé Preto, realizam entre 9 e 13 de agosto, das 18 às 22 horas,  na Escola Municipal  Zumbi dos Palmares, localizada na BR-422, em Oeiras do Pará,  a  Oficina a Economia Circular e Negócios Criativos Comunitários.

Roda de Conversa

A ação tem como objetivo sensibilizar os participantes sobre a importância da circularidade dos recursos naturais para a criação de negócios da comunidade, tendo a identidade cultural e o pertencimento como elementos-chave para a comercialização e promoção de trabalho e rendas.

A comunidade está localizada na Região do Baixo Tocantins e possui estimadamente 380 famílias e uma população aproximada de 1.520 moradores, conforme as primeiras informações sistematizadas pelas equipes da cartografia social do território. A oficina será ministrada pelo professor Eduardo Lima dos Santos Gomes, do Instituto de Ciências Sociais Aplicadas da Universidade Federal do Pará (ICSA-UFPA), que integra o Projeto de Pesquisa e Extensão: Inovação Territorial para Jovens e Adultos de Igarapé Preto, por meio do Núcleo de Inclusão Produtiva do Projeto de Pesquisa e Extensão.   Durante a oficina, os participantes discutirão temas tais como Relação Harmoniosa Sociedade e Natureza, Economia Circular e o Desenvolvimento Sustentável e Negócios Circulares, Criativos e Comunitários.

Professor Eduardo Gomes, do ICSA, ao fundo

Eduardo detalha que a economia linear é um modelo de organização caracterizado pela extração crescente de recursos naturais, produção de bens  e descarte dos rejeitos na natureza. A economia circular tem como a oportunidade criativa e empreendedora a iniciativa de trabalhar a reciclagem, a reutilização sustentável de materiais descartáveis e resignar caminhos do processo produtivo diante da crise civilizatória entre a sociedade e a natureza. A economia circular promove o desenvolvimento sustentável, aprimora as relações harmoniosas da sociedade e a natureza com o futuro comum, promovendo renda e trabalho a partir da circularidade da economia. “A partir da realidade local, a comunidade vai elaborar e apresentar projetos de Negócios Circulares, Criativos e Comunitários”, esclarece o professor.

Os projetos elaborados pelos participantes devem apresentar ideias criativas, circulares e comunitárias focadas no desenvolvimento sustentável da comunidade que apontem uma ação principal, o público-alvo, um indicador de resultado e perspectiva de mudança da realidade comunitária. A construção do conhecimento local dar-se-á por meio das atividades que expressem a liberdade de pensamento acerca da necessidade de compreender que a partir da circularidade do que se produz e descarta na natureza é possível empreender com criatividade e fazer negócios que tenha a “pegada da comunidade com pertencimento e identidade cultural”, assinala Gomes.

Neste sentido, acrescenta o professor, a responsabilidade afetiva, por meio da participação e da descoberta, permeará o saber fazer coletivo na comunidade. “Com isso, entende-se que o ensino participativo promove uma relação produtiva e interativa, bem como uma interação dinâmica entre os participantes, que assumem o papel predominantemente de fios condutores do conhecimento construído, além de formular e encaminhar os projetos e as propostas de negócios circulares, criativos e comunitários com autonomia no território”, orienta Gomes.

Para Eduardo Gomes, o objetivo do Projeto de Pesquisa e Extensão: Inovação Territorial na Comunidade Quilombola de Igarapé Preto é o de promover o desenvolvimento humano, social e formar uma rede de empreendedores locais para escoar a produção agroalimentar como um modelo de negócio inovador de base comunitária, além de fortalecer as práticas culturais, ambientais, turísticas e de ocupação do uso do solo no território. “É fundamental repensar o modelo de desenvolvimento, de consumo e de  uso das matérias primas extraídas da natureza na sociedade globalizada, assim como é determinante valorizar, preservar e reciclar e ressignificar os processos produtivos que garantam, no local e no global, os benefícios para as presentes e as futuras gerações,” finaliza o professor.

Cleison e Gomes debatem cartografia do Igarapé Preto

Texto: Kid Reis  – Ascom CRF-UFPA  – Fotos: Kid Reis e Renato das Neves.

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