Cabeçabol: conheça o futebol de cabeça esportivo “Jikyonahati” da etnia Haliti-Paresi

Alunos do 1° ao 5° ano de escolas indígenas do município de Campo Novo do Parecis, no Mato Grosso, se reuniram no dia 19 de abril para a prática de diferentes modalidades esportivas, com altas expectativas para um jogo específico: o Cabeçabol. Esse é o futebol de cabeça, chamado de Jikyonahati na língua indígena.

Foto postada em: Funai

Ao contrário do futebol tradicional, em que normalmente se chuta a bola com os pés, no esporte praticado pela etnia Haliti-Paresi a bola só pode ser impulsionada com a cabeça.

O campo de jogo precisa ser de terra batida ou areia, para garantir o movimento adequado da bola. Diferente do futebol, no Cabeçabol não existe gol. Uma equipe pontua quando o adversário não consegue devolver a bola para o campo contrário. Apesar de não poder ser tocada com os pés, as mãos ou outra parte do corpo, a bola pode tocar o chão, antes de ser rebatida com a cabeça pela outra equipe.

Com isso, os jogadores demonstram habilidade fazendo manobras arriscadas, mergulhando com o rosto rente ao chão. “As crianças adoram jogar, é sempre muito divertido. Nós organizamos esses Jogos Escolares Indígenas para reforçar a nossa cultura entre os mais jovens e reunir os alunos de escolas próximas”, afirma a professora da Escola Municipal Wazare, Valdirene Avelino.

Olimpíadas escolares movimentaram as aldeias

A 1° edição das Olimpíadas Interescolares aconteceu na aldeia Quatro Cachoeiras, com supervisão do cacique Narciso Kazoizax, na Terra Indígena Utiariti. Além do Cabeçabol, outras modalidades tradicionais também foram disputadas pelas crianças, como corrida (temati), cabo de guerra (nolokakakwat), arco e flecha (jakatyati), peteca (matyoetyati), arremesso de lança (zawatyati), entre outros.

Os vencedores em cada modalidade ganharam medalhas e troféus, com comemorações dignas de verdadeiros atletas. “Fez tanto sucesso essa primeira edição, que nós já estamos organizando a próxima, que deve acontecer em setembro”, pontua Valdirene. Após a premiação, as crianças aproveitaram o sol e calor para um banho nas águas do Rio Verde, local de visitação entre os turistas na região.

Assessoria de Comunicação / FUNAI (ver repertório fotográfico) 

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