Cheia do Amazonas deixa patamar de inundação severa

Processo de vazante do rio Negro avança e maior cheia da história de 119 anos em Manaus baixou nesta sexta-feira para nível menos crítico

Processo de vazante do rio Negro avança trazendo alívio para região central de Manaus – Postada em: CPRM

Após ultrapassar a cheia histórica e chegar à cota de 30,02 metros, o nível do rio Negro, em Manaus, baixou para 28,96 metros nesta sexta-feira (30) e deixou o patamar de inundação severa. Desde quando atingiu a cota de 29,00m, em 30 de abril, até ontem, o rio Negro permaneceu um total de 90 dias em estágio de inundação de severa, o que também é um recorde. De acordo com o Boletim de Monitoramento Hidrometeorológico da Amazônia Ocidental , publicado na última sexta-feira (30) pelo Serviço Geológico do Brasil (SGB-CPRM), o mesmo aconteceu em outros municípios do Amazonas que sofreram com a cheia.

Apesar do fato do rio ter deixado a cota de inundação severa representar um alívio para a situação do Município em geral, O Negro ainda encontra-se acima da chamada cota de inundação. A pesquisadora Luna Gripp explica que “a cota de inundação é estabelecida quando pelo menos um ponto do município está sofrendo inundação. Já a cota de inundação severa é caracterizada quando a inundação representa um problema significativo para o município como um todo. Para Manaus, a cota de inundação é de 27,50 m, o que indica que o rio precisa baixar ainda aproximadamente 1,50 m para que nenhum ponto de inundação seja observado na cidade”.

O rio Solimões, em Manacapuru (AM), marca hoje 19,77 metros e ainda se encontra na cota de inundação severa, mas já apresenta processo de vazante ao longo dos últimos dias. A cheia na cidade também superou, em 2021, a maior cota observada até então.

Itacoatiara (AM) foi outro município que sofreu com a cheia, inundado pelo rio Amazonas. Do pico de 15,21 metros atingido em 31 de maio, o nível baixou para a cota atual de 14,08 metros e não se encontra mais em inundação severa. Para Itacoatiara, a cota de inundação é de 14,00 m, que deve ser atingida nos próximos dias, indicando o fim do processo de inundação na cidade.

Mapa indicando os pontos de cheia e de vazante (Imagem: reprodução) – Postado em: SGB CPRM

Desde o mês de junho, o nível do rio Negro havia se estabilizado na cota de 30 metros, demarcados no Porto de Manaus (AM). No entanto, o último boletim confirmou as expectativas de processo de vazante dos trabalhos anteriores. De acordo com a publicação do SGB-CPRM, o rio começou a descer de forma mais nítida nas últimas semanas em todas as estações monitoradas, indicando um possível fim do período de enchente em toda a sua calha principal. O nível vem descendo em média 4 centímetros por dia ao longo da última semana.

CHUVAS- Durante o período em análise do boletim, 22 de junho a 21 de julho, estação de transição em grande parte da região, o SGB-CPRM ainda observou grandes volumes de chuvas sobre algumas bacias da área de monitoramento. Volumes mais elevados são observados nas bacias localizadas no noroeste da região e os menores no sul da área monitorada.

Segundo os pesquisadores do SGB-CPRM, o rio Negro em Manaus apresenta um hidrograma estável: em 75% dos anos da série histórica, a cota máxima ocorre no mês de junho e em 19% no mês julho. A partir daí, o rio Negro tende a iniciar seu processo de vazante até que atinja a cota mínima. O fim da vazante, por sua vez, não apresenta um período preferencial, podendo ocorrer entre outubro e janeiro do próximo ano.

Cotagrama do Rio Negro em Manaus – Postado em: SGB CPRM

O gráfico do cotagrama atual indica que os níveis diários do rio Negro em 2021 (linha vermelha) estão mais altos do que no mesmo período em 2012 (linha verde), ano em que havia sido registrada a cota máxima anterior. A linha que representa 2021 vem seguindo a tendência das máximas diárias observadas na série histórica.

Os Sistemas de Alerta Hidrológico implantados e operados pelo SGB-CPRM têm o apoio da Agência Nacional de Água (ANA), por meio de aporte de recurso para operação das estações que compõem os Sistemas, as quais fazem parte da Rede Hidrometeorológica Nacional. Das estações da RHN, mais de 200 estações de monitoramento são operadas pela unidade de Manaus em rios amazônicos. O SGB-CPRM atualiza frequentemente a situação dos rios em cprm.gov.br/sace.

Janis Morais
Yuri Murta
Bettina Gehm

Assessoria de Comunicação (ASSCOM)
Serviço Geológico do Brasil (SGB/CPRM)
yurimurta@cprm.gov.br
asscom@cprm.gov.br

PUBLICADO POR:   SGB CPRM    

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