Organização criminosa teria movimentado R$ 230 milhões com contrabando internacional de ouro

Pelos menos 15 pessoas foram presas nesta sexta-feira, acusadas de contrabando de ouro. As prisões ocorreram em operação da Polícia Federal em cinco estados.

O esquema teria movimentado R$ 230 milhões. O grupo, que teria participação de empresários e servidores públicos, seria responsável pelo comércio ilegal de, pelo menos, 1,2 mil quilos de ouro.

As investigações, que chegaram ao contrabando de mais de 1 tonelada do metal, começaram com a apreensão apenas de 130 gramas de ouro no Aeroporto de Boa Vista, Roraima, destinados a uma empresa em São Paulo, há dois anos. O produto tinha nota fiscal falsa de compra de “sucata de ouro”.

De acordo com a Polícia Federal, a investigação apontou para um grupo criminoso formado por venezuelanos e brasileiros. Eles compravam ouro extraído de garimpos da Venezuela e de garimpos clandestinos.

Uma empresa localizada em Pacaraima, Roraima (fronteira do Brasil com a Venezuela), era utilizada para dar aparência lícita ao ouro. Em seguida, a mercadoria era encaminhada para uma outra empresa no interior do estado de São Paulo. Esta fazia a receptação do ouro irregular e exportava o metal, já com aparência lícita, para os Emirados Árabes Unidos e Índia.

Servidores públicos também são acusados de participação no esquema. Eles recebiam propina para emitir documentos falsos de empresas de fachada para dar aspecto de legalidade ao material contrabandeado.

Nesta sexta-feira, os policias federais foram às ruas para cumprir 85 mandados judiciais nos estados do Amazonas, Rio Grande do Norte, Rondônia, Roraima e São Paulo. Entre eles, 22 de prisão temporária ou preventiva, além de buscas.

Durante a ação, os agentes apreenderam mais de R$ 500 mil em dólar, euro e reais; 170 quilos de ouro e prata; e mais de 10 veículos de luxo.

Entre os suspeitos de participação no esquema estão um analista da Receita Federal, além de uma auditora fiscal de tributos e um procurador do Estado de Roraima.

Outro alvo da operação possui ordem de prisão em aberto expedida pela justiça da República Dominicana por tráfico de drogas e lavagem de capitais, e está na lista da Interpol.

A Corregedoria da Receita Federal afirmou que está acompanhando o caso desde o início das investigações e adotará as medidas necessárias.

O Governo de Roraima informou que aguarda a apuração dos fatos para então se pronunciar sobre o assunto.

FONTE: EBC – RADIOAGÊNCIA NACIONAL

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