MT – “Produtores estão dispostos a morrer em Suiá-Missú” – Posseiros resistem a despejo da reserva de Marãiwatséde, no Araguaia

“É um barril de pólvora. As pessoas lá estão dispostas a morrer, mas não sairão das terras de mãos abanando, muito menos sem ter outro lugar para ficar”. A afirmação é do presidente da Associação dos Produtores Rurais de Suiá-Missu (localizada na reserva de Marãiwatséde, no Baixo Araguaia), Renato Teodoro, ao resumir o contexto atual da região.
Renato Teodoro diz que “somente indígenas têm direito”; clima é de guerra, segundo ele

Situada no município de Alto Boa Vista (1.059 Km a Nordeste de Cuiabá), a área é objeto de disputa entre indígenas e posseiros, sendo que estes últimos, conforme decisão da Justiça Federal de Mato Grosso, no dia 1º de outubro, devem começar a deixar o espaço.

Porém, segundo Teodoro, ainda não foi apresentado à comunidade qualquer projeto de plano de retirada da área, ou indícios de pagamento de indenização para os quase 7 mil não-índios que deverão desocupar o local.

Por conta disso, os posseiros têm buscado apoio político, além de realizarem manifestações, para tentar reverter a decisão do Tribunal Regional Federal da 1ª Região.

Desde o dia 4 deste mês, por exemplo, como forma de protesto, os fazendeiros bloqueiam duas rodovias, a BR-158 e a MT-242.

Segundo Renato Teodoro, as rodovias só serão liberadas se representantes do Governo Federal se comprometerem em ajudar os posseiros a resolver a questão.

Nesta quarta-feira (12), Teodoro, juntamente do senador Cidinho Santos (PR), o advogado-geral da União, Luiz Inácio Adams e outras lideranças, se reúne em Brasília com o secretário nacional de Articulação Social, Paulo Roberto.

Uma das propostas dos posseiros, que também é endossada pelo Governo do Estado de Mato Grosso, é de transferir os indígenas para o Parque Estadual do Araguaia, de 223 mil hectares (58 mil hectares a mais do que Suiá Missu), situado no município de Novo Santo Antônio (1.063 km a Nordeste da Capital).

Contudo, para que a permuta aconteça, é necessário que a União autorize. Caso contrário, o remanejamento não será possível.

Na região de Suiá-Missu, além dos quase de 7 míl não-índios que lá vivem, encontram-se 72 comércios, duas escolas, dois hotéis e dois postos de combustível.

Cerca de 72% do município de Alto Boa Vista se situam dentro da área demarcada como sendo dos indígenas.

Por volta de 800 indígenas vivem no local.

Conforme a decisão judicial, os imóveis e comércios desocupados deverão ser alienados pela Fundação Nacional do Índio (Funai) e a indenização, depositada em juízo.

Disputa antiga

A disputa pelas terras de Marãiwatséde é antiga. Na década de 60, os indígenas foram retirados da área por aviões da Força Aérea Brasileira (FAB) e remanejados para a reserva de Pimentel Barbosa, num local insalubre, entre os municípios de Canarana e Ribeirão Cascalheira.

A saída dos indígenas foi uma estratégia para estimular a produção agrícola no Estado. As terras foram adquiridas por uma empresa italiana, que, anos mais tarde, foi revendida e transformada num loteamento.

Atualmente, existem cerca de 600 propriedades rurais na área e 300 mil cabeças de gado.

“É o local onde se percebe a maior reforma agrária já feita no Brasil”, disse Renato Teodoro.

Em 1993, a reserva foi Marãiwatséde foi demarcada e, desde então, os embates jurídicos entre indígenas e posseiros têm aumentado.

Duas sentenças, a primeira proferida pela Justiça Federal em 2007 e a segunda pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região em 2010, já previam a ocupação do local exclusivamente por índios da etnia xavante.

Produtores rurais, no entanto, se mantinham na área por força de liminar, cassada no final de junho.

FONTE  :  http://www.midianews.com.br/conteudo.php?sid=1&cid=133293

Um comentário em “MT – “Produtores estão dispostos a morrer em Suiá-Missú” – Posseiros resistem a despejo da reserva de Marãiwatséde, no Araguaia”

  1. ajudem essaas pessoas que tanto trabalharam para ter oseu sustento e a sua casa que as comunidades proximas ajudem eles a lutar pelos seus direitos pasificamentes as comonidade evangelica tem um pastor tambem que vai ficar sen asua igreja ajudenm essas pessoas por favor que deus vos abencoe

Deixe um comentário para regina

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *