Rios da Bacia do Amazonas saem da classificação de “seca”, mas ainda apresentam níveis baixos para o período

O 58º Boletim de Alerta Hidrológico da região, divulgado nesta sexta-feira (22), pelo Serviço Geológico do Brasil (SGB), indica processo de subida consistente nas estações monitoradas

Balsa Amarela no centro de Manaus – AM (Foto: Jussara Cury/SGB)

Com elevação dos níveis, a maioria dos rios da Bacia do Amazonas saiu da classificação de “seca”. No entanto, em geral, as cotas ainda estão abaixo da faixa de normalidade para o período. É o que indica o 58º Boletim de Alerta Hidrológico do Serviço Geológico do Brasil (SGB), divulgado nesta sexta-feira (22).

“Em toda a Bacia do Amazonas, estamos nesse processo de enchente e subida de nível dos rios, como é o caso do Solimões, do Madeira e do Purus. O Alto Rio Negro ainda está na fase de vazante, com algumas subidas em razão das precipitações concentradas na Região Norte”, explica a pesquisadora em geociências Jussara Cury.

De acordo com o monitoramento do SGB, a estação do Rio Solimões em Tabatinga (AM) é uma das que já estão na faixa de normalidade. Isso ocorre “em razão das subidas nos últimos dias e das chuvas concentradas na região dos Andes, nos rios que contribuem para o Solimões”, complementa Cury.

A média diária de subida foi de 6 cm, e a cota alcançada foi de 8,26 m. Em Itapéua (AM), o rio subiu 18 cm por dia, e a cota foi de 7,98 m. Já em Manacapuru (AM), o Solimões apresentou subidas médias diárias de 19 cm, alcançando a marca de 8,54 m.

O Rio Negro, em Manaus (AM), subiu 19 cm por dia e alcançou 17,29 m. Apesar da recuperação, as cotas estão abaixo da faixa da normalidade. O pesquisador Marcus Suassuna observa que esse cenário se deve à seca extrema que afetou o Rio Negro. Desde setembro, os níveis estavam na cota classificada como de “seca” e, em outubro, chegou à “seca extrema”, atingindo a mínima histórica de 12,7 m no dia 26 de outubro.

No boletim, o SGB indica que o Rio Madeira iniciou a semana com subidas em Porto Velho (RO). A cota atual é de 7,41 m. Na Bacia do Rio Amazonas, foram registradas subidas de 15 cm em Itacoatiara (AM), alcançando a marca de 4,15 m, e de 9 cm em Parintins (AM), chegando à marca de 10 cm.

Também foi observada a recuperação de níveis em Óbidos, Almeirim e Santarém, no Pará. O Rio Acre, na cidade de Rio Branco (AC), apresentou subidas acentuadas e chegou ao nível de 8,04 m. Em Beruri (AM), o rio chegou a 10,45 m.

Já a Bacia do Rio Branco, em Roraima, voltou a descer, apresentando recessão média diária de 5 cm em Boa Vista (RR). Nessa estação, a cota registrada foi de 43 cm.

Núcleo de Comunicação
Serviço Geológico do Brasil
Ministério de Minas e Energia – Rios da Bacia do Amazonas saem da classificação de “seca”, mas ainda apresentam níveis baixos para o período (sgb.gov.br)