Rede Cenarium e FAS lançam guia Caminhos da Amazônia para a COP28

MANAUS (AM) – A REDE CENARIUM AMAZÔNIA, a Fundação Amazônia Sustentável (FAS) e a Rede de Soluções para o Desenvolvimento Sustentável da Amazônia (SDSN Amazônia) lançaram o guia “Caminhos da Amazônia” para a 28ª Conferência das Partes (COP28) das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC). O material é especial para o público amazônida que busca se aprofundar sobre o maior evento do mundo relacionado ao clima, a partir de um olhar regionalizado.

Homem em área ribeirinha atingida pela extrema seca no Amazonas (Ricardo Oliveira/Revista Cenarium Amazônia)

O guia está disponível em três idiomas:

O material apresenta as origens e o histórico das Conferências das Nações Unidas (ONU) sobre Mudanças Climáticas, um dicionário de termos técnicos e siglas, um contexto atual das questões climáticas e temas-chave para entender a importância da COP28 para a Amazônia.

A diretora-geral da Rede Cenarium Amazônia, Paula Litaiff, destaca que a Amazônia deve ter um papel central nas discussões da COP, considerando a importância da região para a dinâmica climática global.

“A Amazônia é estratégica para as deliberações da COP28, por isso, é fundamental que o público acompanhe esta conferência com um olhar atento para a injustiça climática enfrentada pelas comunidades e povos tradicionais. A ideia é contribuir para que as ações de combate aos efeitos da crise do clima considerem as perspectivas das pessoas que vivem na região”, pontua.

Para Virgilio Viana, superintendente-geral da FAS, os países mais ricos devem destinar recursos financeiros para adaptação e justiça climática. “Enxergamos a seca extrema no Amazonas como um exemplo de injustiça climática. Tudo isso que vem ocorrendo é particularmente cruel e injusto com os mais pobres. Ainda que todos sejam afetados, as populações mais vulneráveis são aquelas que recebem esse impacto de forma mais violenta”, afirma.

REDE CENARIUM AMAZÔNIA é um grupo de comunicação disponível nas versões online, revista digitalrevista impressa, agência de notícias e TV Web, com o objetivo de noticiar informações dos nove Estados da região amazônica. O grupo atuará em parceria com o FAS e a SDSN Amazônia na cobertura da conferência. 

O que é a COP?

A Conferência das Nações Unidas (ONU) sobre Mudanças Climáticas (COP) é um dos principais fóruns de diálogo e tomada de decisões sobre os rumos da política ambiental e climática em nível internacional. A próxima edição da conferência, a COP28, começa no dia 30 de novembro em Dubai e se apresenta como mais uma oportunidade de entendimento e compromisso entre países, governos e empresas no ajuste de suas condutas, metas e modos de consumo e produção, diante de um desafio comum: a emergência climática, que ameaça a viabilidade da vida humana no planeta.

A Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas é mais conhecida como COP. Essa é a sigla para Conferência das Partes (em inglês, Conference of the Parties); e as “partes” são os 198 países que integram a Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima (no termo original United Nations Framework Convention on Climate Change – UNFCCC).

As conferências são espaços de reuniões entre essas nações para firmar compromissos, trocar experiências e criar soluções para o clima em uma esfera global. As COPs também são espaços para incidência de movimentos socioambientais e a comunidade científica apresentar suas demandas, questões e propostas para frear o avanço das mudanças climáticas.

Amazônia na COP28

A Amazônia tem uma posição central nas discussões da COP devido à influência que exerce na dinâmica global do clima; nela está a maior floresta tropical do mundo, com uma parte significativa ainda em bom estado de conservação. As florestas tropicais úmidas desempenham um papel fundamental na redução dos níveis mundiais de poluição.

O Brasil, país que possui a maior porção do bioma em sua extensão territorial, chega à COP28 em um novo momento da política externa, mais disposto a integrar-se às demais nações que formam a Pan-Amazônia e aberto a articular uma visão conjunta sobre as questões ambientais que dizem respeito à região.

A Cúpula da Amazônia, realizada no início de agosto em Belém do Pará, reuniu os presidentes da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA) e foi uma mostra dessa nova disposição e um retorno do protagonismo nas discussões globais sobre o clima. Belém também está em preparativos para sediar a 30ª edição da COP (COP30), em 2025, o que marca a primeira vez que uma cidade amazônica receberá uma Conferência do Clima.

Ao mesmo tempo, a Amazônia está sofrendo de forma desproporcional os efeitos do aquecimento global, causado em grande medida pela emissão de gases poluentes gerados em outras regiões. E quem paga esse preço, especialmente, são as populações amazônicas, que já estavam em uma situação de vulnerabilidade social.

Da Amazônia, também podem surgir soluções para mitigar os impactos da crise climática, perspectivas e tecnologias que ensinam outras formas de viver em equilíbrio com a natureza, conciliando conservação ambiental e geração de renda. Essas alternativas amazônicas podem servir de exemplo e inspiração para o mundo, mas antes deve haver respeito, espaço e escuta atenta para os amazônidas na COP28.

(ver galeria de fotos)

João Cunha – Especial para Revista Cenarium Amazônia – Cenarium e FAS lançam guia Caminhos da Amazônia para a COP (revistacenarium.com.br) 

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Amazônia na COP28 em meio à crise climática: o que a região pode esperar da Conferência (revistacenarium.com.br)

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