Temas estratégicos atuais em Bioeconomia: Povos, comunidades e a floresta em pé

O evento traz à tona esses e outros aspectos para ser entender a importância do clima que tomou conta de Belém nesses dias e como esse evento é importante para valorização dos saberes locais e da utilização da floresta de forma sustentável.

A bioeconomia na Amazônia é uma das mais importantes plataformas de desenvolvimento sustentável para a região. Tão peculiar ao território, é fundamental que inclua redução da desigualdade social, o reconhecimento e a valorização dos saberes dos Povos Indígenas e Comunidades Locais (PICLs) e os investimentos em soluções baseadas na natureza, num sistema de inovação integrador que inclua Institutos de Ciência e Tecnologia (ICTs), bem como povos tradicionais, empreendedores locais, negócios comunitários e investidores. Foi pensando nisso que, um dos eventos paralelos trazidos para Belém (PA), durante essa atmosfera da Cúpula do Clima, foi o encontro “Temas estratégicos atuais em Bioeconomia”, que acontece na próxima segunda-feira, dia 7 de agosto de 2023.

“É um evento que vai acontecer de forma híbrida, presencial no Sebrae aqui em Belém e online (gratuito), onde no online é aberto para quem quiser participar através da plataforma que disponibilizamos e é possível fazer a inscrição pelo link . Esse evento, nós colocamos os desafios da bioeconomia, mas não só desafios como também a possibilidade de utilização da floresta de forma sustentável”, explicou Luiz Ricardo Marinello, responsável pela organização do evento e moderador do evento junto com Bárbara Veiga. Advogado, Marinello é sócio do escritório Marinello Advogados, com atuação em Direito da Inovação, Propriedade Intelectual (Consultivo e Contencioso) e Direito Ambiental, especialista em propriedade intelectual.

Para discutir os temas do encontro, contam com a presença de Bráulio Dias, nomeado no dia 13 de abril de 2023 pela Presidência da República como Diretor do Departamento de Conservação e Uso Sustentável da Biodiversidade da Secretaria Nacional de Biodiversidade, Florestas e Direitos Animais do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima. Braúlio é Professor da Universidade de Brasília e tem experiência na área de Ecologia, com ênfase em Ecologia Aplicada. É ex-presidente do conselho global da Birdlife International, ex-Secretário Executivo da Convenção da ONU sobre Diversidade Biológica e ex-diretor-presidente da Fundação Pró-Natureza (Funatura).

Junto a Bráulio, debate Luciana Villa Nova, Mestre em Sustentabilidade, com estudo de caso de Sociobioeconomia Amazônica, pela FGV-EAESP, que discorrerá sobre diversos aspectos atuais e estratégicos da bioeconomia. “Trazer essas duas pessoas falando de diversos projetos em outros biomas também além do bioma amazônico é trazer luz a problemas vividos aqui na região. No evento vão falar de Projetos que envolvem tecnologias, parcerias com universidades, com ICTS, com núcleos de inovação tecnológica buscando soluções para diminuir desigualdade, diminuir pobreza, criando possibilidades de uso sustentável dos recursos da floresta. Então tudo isso vai ser discutido”, explicou Marinello.

Essas são, segundo Marinello, propostas que podem subsidiar discussões na COP 28 que vai acontecer no final do ano em Dubai. “Mas, o que mais a gente tem percebido é que as agendas das COPS se misturam e se harmonizam não só no sentido de buscarem soluções para mudanças climáticas mas, também, para conservação da biodiversidade, de uma forma mais ampla”.

COPS – O que são as COPS? AS COPS são encontro das partes que fazem parte de dois grandes tratados assinados pelos países membros. “O primeiro deles é a convenção sobre diversidade biológica que trata especificamente sobre conservação e ela tem três grandes objetivos: conservação da diversidade biológica, utilização sustentável dos seus recursos e repartição dos benefícios”, ressaltou Marinello.

A Repartição de Benefícios (RB) consiste na divisão dos benefícios provenientes da exploração econômica de produto acabado ou material reprodutivo desenvolvido a partir do acesso a patrimônio genético ou a conhecimento tradicional associado. “O uso da biodiversidade tem, de alguma forma, repartir esses benefícios. Têm que de alguma forma fazer voltar esse benefício. Para quem? Para os povos e comunidades tradicionais”.

Para Marinello, é uma relação umbilical que existe entre os povos e comunidades e a floresta em pé além de ser importante trazer esses aspectos para entendermos a importância desse clima que tomou conta de Belém. “Então para que a floresta continue gerando frutos, literalmente falando, é necessário que esses grupos sejam empoderados, é necessário que eles sejam vistos, então é uma via de mão dupla. A floresta precisa muito deles e eles precisam muito da floresta”.

Serviço:
Evento Temas estratégicos atuais em Bioeconomia
Data: 7 de agosto de 2023, de 19h às 21h
Formato: Híbrido, presencial (no Sebrae) e online (gratuito)
Link para inscrição: https://www.sympla.com.br/evento-online/temas-estrategicos-dabioeconomia/2103331 – Temas estratégicos da Bioeconomia – online – Sympla
Local: Sebrae Pará – Travessa Municipalidade, 1461, Bairro Umarizal – Sala 05

FONTE: Correio Eletrônico (e-mail) recebido do autor