A Terceira Margem – Parte DC

Jornada Pantaneira

Hiram Reis e Silva – O canoeiro

Mulheres Guerreiras – Parte III

Valquírias Americanas 

Maria de Souza Florisbela

[…] com os lábios enegrecidos pela ação de morder o cartucho ([1]) […] Essa mulher se tivesse nascido na França ou na Alemanha, talvez figurasse em estátua na melhor praça de suas grandes cidades, mas no Brasil, nem de leve se tomou consideração o ato de seu espontâneo e magnífico desprendimento e bravura. (PIMENTEL, 1887)

Com a Lua na Garupa

Florisbela do Paraguai

(Antonio Augusto Fagundes)
(À Memória de Florisbela Boca-Negra, uma Heroína Esquecida)

Florisbela ‒ boca negra de morder tantos cartuchos.
Espingarda e baioneta são agora os teus luxos.
Ninguém “cantou flor” mais bela no meio desses gaúchos!
“Su nombre, no era Floduarda, Ni tampouco Florentina,
Su nombre era Florisbela… y ahijuna! ([2])
Que Flor de china!”.

Um clarim toca “a degüello” ([3]) cacarejando um alarde.
Florisbela troca as saias pelas armas de um covarde.
Nos olhos de Florisbela há um fogo verde que arde
‒ O céu de Curupaití tem estrelas nessa tarde!
Florisbela perde o irmão. Florisbela perde o pai.
Florisbela fecha os olhos do quarto amante que cai.
Recebe três ferimentos de uma lança de nhanduvai ([4]
Mas segue sempre adiante, só o sangue é que se esvai
Misturando-se no barro dos chacos do Paraguai.

Os heróis que regressaram honrando nossa bandeira
Ganharam tanta medalha, que esqueceram a parceira.
Esqueceram Florisbela do outro lado da fronteira,
A Florisbela-soldado, a mulher, a companheira,
Que no calor do combate sempre queimou de primeira,
A primeira nos ataques para pular a trincheira,
Que foi bruxa no entrevero e na cama feiticeira!
(FAGUNDES, 1981)

Forte de Curupaití

Jogando Truco
(Jayme Caetano Braun)

[…] “Su nombre, no era Floduarda,
Ni tampouco Florentina,
Su nombre era Florisbela
E ahijuna! Que FLOR de china!” […]

O Gen Joaquim Silvério de Azevedo Pimentel, no seu livro “Episódios Militares (1887)” conta-nos:

Vamos falar de uma heroína.

Quem no exército não conheceu a intrépida soldada que no 29° Corpo de Voluntários da Pátria armava-se com a carabina do primeiro homem que era ferido, e entrava em seu lugar na fileira, sustentando o com­bate até o fim da luta, largando então a arma agres­siva, para tomar as da caridade, e dirigir-se aos hospitais de sangue? Quem não se recorda dos atos de heroísmo dessa dedicada mulher que, devendo fugir a uma morte certa, ao contrário, chegou certo dia a dizer a um homem que ‒ tomasse suas saias e lhe entregasse as armas ‒ e isto no mais encar­niçado do ataque malogrado de Curupaití, a 22 de setembro de 1866?

E, no entanto… quem hoje fala em Florisbela, igno­rada, desconhecida, quando merecia uma epopeia? Sempre nos hospitais de sangue marcava seu lugar à cabeceira dos doentes. Ela adotou o uniforme de “vivandeira militar”; único, com que a vimos durante todo o nosso tirocínio de cinco anos de guerra. E… com mágoa o diremos: outras passaram por heroí­nas, cantadas em romances e poesias variadas. E ela… nem numa simples menção viu figurar seu nome!

Todo o 2° Corpo de Exército, às ordens do Conde de Porto Alegre, viu-a, admirou-a, invejou-a. A Pátria esqueceu-a. Florisbela tinha a desventura de ser uma transviada ([5]), sem nome, nem família; mas se alguma mereceu o nome de heroína, ela deveria de figurar também no 1° plano ‒ “cum laude” ([6]).

Era o valor, a temeridade, o heroísmo personificado, a abnegação, a virtude marcial, a imagem da Pátria em suma, desgrenhada no calor da luta!

Quanto desalento não confundiu, quanta bravura não inspirou! Disse um filósofo:

‒  Tirai da sociedade a mulher, e aquela será um vácuo!

Florisbela ali representava o amor da Pátria. Vê-la com os lábios enegrecidos pela ação de morder o cartucho, era o mesmo que ter diante de si o anjo da vitória. Ela entusiasmava-nos! A essa heroína do Paraguai também cabe a honra de figurar na história.

D. Ana Neri, em cenário diferente, exercia a nobre missão de seu sexo. Era a caridade e a paz. Era a viúva honrada que espargia pelos necessitados tudo quanto a bondade de um coração maternal é capaz de fazer por um filho. Muitas vidas salvou com seus desvelos e carinhos. Estava envelhecida no serviço da Pátria.

A Pátria, porém, cobriu-a com o manto de sua gratidão. Pagou a dívida, e ela, sem nada exigir, sempre heroica, manteve-se na altura de seu caráter. Sempre bondosa e digna, como brasileira ilustre que era.

Não tinha a virtude de Ana Neri, é verdade, nem os recursos de sua valente educação; mas sobrava-lhe o valor varonil, e disputou-o, braço a braço, com os inimigos da Pátria, a cuja glória fê-los sucumbir, sempre que se mediram com ela! Como a Madalena da Bíblia, merecia achar um Cristo que penhorado por tamanha dedicação a amasse e venerasse!

Coube a honra e a glória de ver nascer tão grande filha à heroica Província do Rio Grande do Sul. O País inteiro há de dizer, com as vozes do coração:

‒  O Brasil vos admira e se orgulha de ter-vos por sua muito devotada filha!

Rubens Mário Jobim, no seu livro “Sargento Fortuna e Outros Contos” romanceia:

Florisbela traz os lábios enegrecidos de tanto morder o cartucho. Com seu porte, febrilmente guia os sol­dados. É olhada como heroína. Todos lhe ignoravam o passado. Junto, um companheiro começou a fra­quejar. Ela lhe estende a mão, num gesto animador:

‒  Vamos, Tonico! A pátria muito espera de ti. […] (JOBIM, 1950)

Segundo a “Nação Armada: Revista Civil-Militar Consagrada à Segurança Nacional”, n° 36, de 1942:

Maria de Souza Florisbela foi uma gaúcha, mulher do povo ([7]), que acompanhou os batalhões brasileiros, nessa guerra. Se caía um soldado, tomava-lhe a arma e entrava em combate. De uma vez chegou a dizer a um homem que tomasse suas saias e lhe entregasse a espada. Máscula na guerra, era, entre­tanto, de grande delicadeza no trato dos feridos e doentes. (PIMENTEL, 1887)

Rosa Maria Paulina da Fonseca

Rosa Maria Paulina da Fonseca

Prefiro não ver mais meus filhos! Que fiquem antes todos sepultados no Paraguai, com a morte gloriosa no campo de batalha, do que enlameados por uma paz vergonhosa para a nossa Pátria!

Rosa Maria Paulina da Fonseca

O Noticiário do Exército publicou em 17.09.2019:

Dia da Família Militar – 18 de Setembro

A Portaria do Comandante do Exército n° 650, de 10.06.2016, aprovou a entronização de D. Rosa Maria Paulina da Fonseca [1802 a 1873] como Patrona da Família Militar e estabeleceu o dia 18 de setembro, seu nascimento, como o Dia da Família Militar, consagrando e incentivando o sentimento de família no seio da Força.

Diante dos desafios de uma época na qual valores se perdem, referências faltam e princípios e convicções são relativizados, a instituição de D. Rosa da Fonseca como a Patrona da Família Militar foi muito oportuna, pois resgata os exemplos de união familiar, de patriotismo e de devoção ao Brasil, bem como enaltece a história de devoção familiar dos Fonseca, destacando o sacrifício supremo dos três irmãos pela Pátria, o sucesso profissional dos demais militares e a abnegação dos familiares, em especial da matriarca.

A nossa Patrona da Família Militar nasceu em 18.09.1802, na antiga capital de Alagoas, atual município de Marechal Deodoro, e casou-se no ano de 1824 com Manuel Mendes da Fonseca, militar do Exército, dando início à formação de uma das mais importantes linhagens militares do Brasil. Dessa união nasceram dez filhos: oito homens e duas mu­lheres.

Dos filhos homens, sete deles se devotaram ao serviço da Pátria, incorporando às fileiras do Exér­cito.

Durante a Guerra da Tríplice Aliança, conflito que se estendeu de maio de 1865 a março de 1870, por decisão conjunta dos irmãos Fonseca, uma vez que o patriarca da família, então Tenente-coronel, havia falecido no ano de 1859, apenas um de seus filhos militares permaneceu no seio familiar com a finalidade de garantir a segurança da matriarca e das outras mulheres e crianças da família. Seis dos irmãos militares seguiram para as frentes de batalha.

Fruto da educação recebida, faz-se necessário assinalar alguns aspectos da vida de seus filhos:

– o mais jovem, o Alferes do 34° Batalhão dos Voluntários da Pátria Afonso Aurélio da Fonseca morreu heroicamente em Curuzú;

– o Capitão de Infantaria Hipólito Mendes da Fonseca foi morto na Batalha de Curupaití;

– o Major de Infantaria Eduardo Emiliano da Fonseca foi ferido mortalmente no combate da ponte de Itororó;

– o General de Brigada João Severiano da Fonseca foi médico, professor, escritor, historiador e, como militar, participou da campanha do Paraguai, sendo o primeiro médico a ascender ao generalato e, hoje, figura como Patrono do Serviço de Saúde do Exército Brasileiro;

– o Marechal Severiano Martins da Fonseca recebeu o título nobiliárquico de Barão de Alagoas e foi Diretor da Escola Militar de Porto Alegre; e

– o Marechal de Exército Manuel Deodoro da Fonseca foi o Proclamador da República e o primeiro Presidente do Brasil. Era o valor em pessoa, a coragem, a decisão e a firmeza.

A par disso, ainda, o primogênito, Hermes Ernesto da Fonseca, foi pai de outro importante ícone da família, o Marechal Hermes Rodrigues da Fonseca, oitavo Presidente da República do Brasil.

Os grandes feitos realizados pelos seus filhos e neto sem dúvida foram frutos do esforço de D. Rosa da Fonseca a serviço da Pátria e da educação recebida com ênfase nas virtudes morais e intelectuais, tão necessárias aos que se sacrificam por ideais de liberdade e de bem comum.

O Exército Brasileiro, cujas bases se firmam solidamente em pressupostos de ética, honra e caráter, ao lado da hierarquia, da disciplina e da camaradagem, entende que uma concreta base familiar é condição “sine qua non” na consolidação de traços positivos de comportamento.

Desta forma, a presença indireta dessa valorosa mulher nos campos de batalha da Guerra do Paraguai foi percebida na atuação heroica de seus filhos em combate.

Consta dos relatos históricos que, nas comemorações da vitória de Itororó, D. Rosa recebeu o boletim com a notícia da morte do filho caçula (Afonso Aurélio) e dos graves ferimentos de Manuel Deodoro, mas nem por isso deixou de homenagear as tropas, estampan­do a Bandeira Nacional em uma das janelas de sua casa. E quando pessoas amigas chegaram para dar-lhe os pêsames, D. Rosa teria afirmado:

– Sei o que houve, talvez até Deodoro mesmo esteja morto. Mas hoje é dia de gala pela vitória; amanhã chorarei a morte deles.

Sua firmeza, equilíbrio e força foram mais uma vez evidenciados quando, em um dos momentos de tristeza e angústia pela vida dos seus filhos, recebeu a visita de um representante da Corte em nome do Imperador para apresentar-lhe os pêsames, e com muita calma e impassividade disse ao mesmo:

– A vitória que a pátria alcançava, e que todos tinham ido defender, valia muito mais que a vida de seus filhos.

Após esse verdadeiro ato de altruísmo, o referido oficial curvou-se ante aquele caráter forte e diaman­tino e, visivelmente comovido, beijou a mão daquela admirável dama, que lhe parecia a encarnação da própria Pátria. […]

Verdadeiro modelo de desprendimento, amor, cari­dade, renúncia e, principalmente, resignação pela maneira como se portou nos momentos difíceis da vida.

Será sempre um exemplo de mãe, símbolo maior da família, que todos nós emulamos e que indica os valores norteadores da ética para a família militar do Exército Brasileiro.

Ao instituir o dia 18 de setembro, data natalícia de D. Rosa da Fonseca, a matriarca exemplar, como o Dia da Família Militar, o Exército Brasileiro presta a devida homenagem à família na figura dessa res­peitada e admirada esposa e mãe de militares, reco­nhecendo a importância do espírito de sacrifício e de luta, que possibilita aos integrantes da Força Terres­tre alcançarem o sucesso pessoal e profissional, com o sentimento de dever cumprido, seja qual for a missão.  Dia da Família Militar – 18 de setembro – Noticiário do Exército (eb.mil.br) 

Os Sete Macabeus (Antonio Ciseri, 1863)

Os Sete Irmãos Macabeus

No livro em que reporto a minha Descida pelo Rio Madeira desde Porto Velho (RO) até Santarém (PA), de 22.12.2011 a 15.02.2012, onde naveguei, pouco mais de 2.000 km, pelos Rios Madeira, Amazonas, Trombetas e Tapajós, reproduzi algumas das expedi­ções mais extraordinárias executadas neste dinâmico manancial que tem a característica singular que é a de arrastar milhares de troncos de árvores ao longo do leito por dia. – Descendo o Madeira (ecoamazonia.org.br)

Acompanhei, remo a remo, as heroicas emprei­tadas de Antônio Raposo Tavares, de Francisco de Mello Palheta, de José Gonçalves da Fonseca e a mais recente delas a do Coronel João Severiano da Fonseca. A narra­ção dele (FONSECA), como integrante da Comissão de Limites entre o Brasil e a Bolívia, foi, sem dúvida, a que mais me cativou. Nela o insigne Patrono do Serviço de Saúde do Exército descreve os costumes e compila um glossário do vocabulário linguístico das diversas etnias indígenas com as quais a Comissão entrou em contato.

A obra além de mostrar a participação dos nativos como auxiliares na exploração e colonização do território, narra com detalhes as dificuldades enfrenta­das nas passagens pelas Cachoeiras e ilustra com deta­lhadas gravuras as rotas utilizadas pelos expedicio­nários para ultrapassá-las.

Recorri, na época, à obra “Os Patronos das For­ças Armadas” de autoria do Gen Olyntho Pillar e publicada pela Biblioteca do Exército, para apresentar a biografia do Cel Severiano da Fonseca.

Nela o autor compara D. Rosa Maria à mãe dos Sete Macabeus:

Neste passo é justo ressaltar-se que a respeitabi­líssima matrona, que com desvelo os soube embalar ao regaço materno, logrou, pelas suas virtudes espartanas, sobreviver nos fastos da história cívica com o imortal epíteto de “Mãe dos 7 Macabeus”.

Bíblia Sagrada ‒ Macabeus – Livro II
Capítulo VII
Martírio dos Sete Irmãos Macabeus,e de sua Mãe

1. Havia também sete irmãos que foram um dia presos com sua mãe, e que o rei, por meio de golpes de azorrague e de nervos de boi, quis coagir a comerem a proibida carne de porco.
2. Um dentre eles tomou a palavra e falou assim em nome de todos: “Que nos pretendes perguntar e saber de nós? Estamos prontos a morrer, antes de violar as leis de nossos pais”.
3. O rei, fora de si, ordenou que aquecessem até a brasa assadeiras e caldeirões.
4. Logo que ficaram em brasa ordenou que cortassem a língua do que falara por todos e, depois, que lhe arrancassem a pele da cabeça e lhe cortassem também as extremidades, tudo isso à vista de seus irmãos e de sua mãe.
5. Em seguida, mandou conduzi-lo ao fogo inerte e mal respirando, para assá-lo. Enquanto o vapor da assadeira se espalhava em profusão, os outros, com sua mãe, exortavam-se mutuamente a morrer com coragem.
6. “O Senhor nos vê” – diziam – “e certamente terá compaixão de nós, como o diz claramente Moisés no seu cântico de admoestações: Ele terá compaixão de seus servo”.
7. Desse modo, morto o primeiro, conduziram o segundo ao suplício. […]
10. Após este, torturaram o terceiro. Reclamada a língua, ele a apresentou logo, e estendeu as mãos corajosamente. […]
13. Morto este, aplicaram os mesmos suplícios ao quarto, […]
15. Arrastaram, em seguida, o quinto e torturaram-no. […]
18. Após este, fizeram achegar-se o sexto, […]
20. Particularmente admirável e digna de elogios foi a mãe que viu perecer seus sete filhos no espaço de um só dia e o suportou com heroísmo, porque sua esperança repousava no Senhor.
21. Ela exortava a cada um no seu idioma materno e, cheia de nobres sentimentos, com uma coragem varonil, realçava seu temperamento de mulher. […]
24. Receando, todavia, o desprezo e temendo o insulto, Antíoco solicitou em termos insistentes o mais jovem, que ainda restava, prometendo-lhe com juramento torná-lo rico e feliz, se abandonasse as tradições de seus antepassados, tratá-lo como amigo e confiar-lhe cargos.
25. Como o jovem não lhe prestava nenhuma aten­ção, o rei mandou que a mãe se aproximasse e o exortasse com seus conselhos, para que o adolescente salvasse sua vida. […]
30. Logo que ela acabou de falar, o jovem disse: “Que estais a esperar? Não atenderei às ordens do rei. Obedeço àquele que deu a Lei a nossos pais, por intermédio de Moisés”. […]
41. Seguindo as pegadas de todos os seus filhos, a mãe pereceu por último.

Por Hiram Reis e Silva (*), Bagé, 16.06.2023 – um Canoeiro eternamente em busca da Terceira Margem.

Bibliografia 

FAGUNDES, Antônio Augusto. Com a Lua na Garupa: Florisbela do Paraguai – Brasil – Porto Alegre, RS – Editora: Martins Livreiro, 1981.

PILLAR, General Olyntho. Os Patronos Das Forças Armadas – Brasil – Rio de Janeiro, RJ – Biblioteca Do Exército Editora, 1982.

PIMENTEL, Joaquim Silvério de Azevedo. Episódios Militares – Brasil – Rio de Janeiro, RJ – Editor Tipografia a Vapor A. dos Santos, 1887.  

(*) Hiram Reis e Silva é Canoeiro, Coronel de Engenharia, Analista de Sistemas, Professor, Palestrante, Historiador, Escritor e Colunista;  

  • Campeão do II Circuito de Canoagem do Mato Grosso do Sul (1989)
  • Ex-Professor do Colégio Militar de Porto Alegre (CMPA);
  • Ex-Pesquisador do Departamento de Educação e Cultura do Exército (DECEx);
  • Ex-Presidente do Instituto dos Docentes do Magistério Militar – RS (IDMM – RS);
  • Ex-Membro do 4° Grupamento de Engenharia do Comando Militar do Sul (CMS)
  • Presidente da Sociedade de Amigos da Amazônia Brasileira (SAMBRAS);
  • Membro da Academia de História Militar Terrestre do Brasil – RS (AHIMTB – RS);
  • Membro do Instituto de História e Tradições do Rio Grande do Sul (IHTRGS – RS);
  • Membro da Academia de Letras do Estado de Rondônia (ACLER – RO)
  • Membro da Academia Vilhenense de Letras (AVL – RO);
  • Comendador da Academia Maçônica de Letras do Rio Grande do Sul (AMLERS)
  • Colaborador Emérito da Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra (ADESG).
  • Colaborador Emérito da Liga de Defesa Nacional (LDN).
  • E-mail: hiramrsilva@gmail.com.

[1]    O homem tinha que retirar o cartucho da patrona, cortá-lo com os dentes na parte torcida e manter as necessárias precauções para que não caísse a pólvora no chão; em seguida, introduzir a parte rasgada do cartucho na boca do cano, fazendo cair toda a pólvora no fundo do cano; depois, tirar o cartucho e introduzir o projétil até o estojo do cartucho, rasgar o invólucro exterior, arrancando o estojo que era jogado fora; fazer com que o projétil descesse um pouco por pressão do dedo indicador. Isso feito, tirar a vareta do canal e introduzi-la, na vertical e de cabeça para baixo, na boca da arma e, pressionando a bala, fazê-la descer até assentar-se sobre a carga, dando, em continuação, uma pequena pancada com a vareta sobre o projétil, para ajustá-lo bem à carga; finalmente, retirar a vareta e colocá-la no respectivo canal, na arma. (DUARTE, 1981)

[2]    “Ahijuna”: expressão que denota especial admiração. (Hiram Reis)

[3]    “A degüello”: toque de clarim ou corneta que ordenava que as tropas lutassem sem quartel, sem fazer prisioneiros, cortando o pescoço de “orelha a orelha” (degola) de qualquer inimigo que se rendesse. (Hiram Reis)

[4]    Nhanduvai: árvore da família das Leguminosas, cuja madeira, de grande resistência ao tempo. (Hiram Reis)

[5]    Transviada: meretriz. (Hiram Reis)

[6]    Cum laude: com valor. (Hiram Reis)

[7]    Mulher do povo: prostituta. (Hiram Reis)   

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