Plataforma rastreia procedência do ouro e amplia transparência a compradores

Programa de Compra Responsável do Ouro (PCRO) está em fase final de desenvolvimento e passará a ser utilizado pela Fênix DTVM em Mato Grosso

Rastrear a localidade de onde o ouro foi extraído e verificar se os procedimentos utilizados seguem boas práticas de mineração. Essa é a proposta do Programa de Compra Responsável do Ouro (PCRO), que vai dar transparência e poder de escolha aos compradores do mineral. A plataforma é desenvolvida pelo Núcleo de Pesquisa para a Pequena Mineração Responsável (NAP.Mineração), da Universidade de São Paulo (USP), em parceria com a Fênix DTVM.

O cenário atual do mercado de mineração tem caminhado a passos largos, quando se trata de priorizar a procedência. Saber o local onde o minério foi extraído já é tão importante, quanto a própria qualidade. O desenvolvimento da plataforma do PCRO, inclusive, surgiu da demanda de investidores externos que queriam comprar ouro de extração responsável.

“O PCRO é uma plataforma online para dar poder de decisão de compra para o comprador. É de baixo custo, fácil acesso e de rápida análise. Vai verificar se o local de onde o ouro está vindo tem potencial de responsabilidade ou não”, pontua Oswaldo Nico, gerente de projetos do Nap.Mineração, da USP.

Em uma comparação básica, o programa assemelha-se a um “Serasa da mineração”. No estágio atual, o PCRO oferece ao comprador três pacotes com diferentes profundidades de análises das áreas de extração. A partir desse ponto, a plataforma cruza dados de órgãos públicos e, em alguns casos, entrega até imagens de satélite. Tudo a fim de que joalherias e compradores tenham certezas das práticas de extração e suas conformidades.

Do mesmo ponto, o produtor/minerador também poderá consultar sua própria base de dados e verificar como a sua área está sendo vista pelos compradores. Isso possibilitará o rastreio de erros para possíveis correções.

“Com este programa, o comprador pode ver, por exemplo, que o minério está sendo extraído próximo de uma unidade de conservação e não gostar. Isso é poder de decisão no ato da compra. Num garimpo com excelente governança, mostrei uma desconformidade e na hora procuraram resolver o problema que a plataforma indicou e eles não tinham conhecimento”, relembra Barbara dos Santos Ramirez, técnica pesquisadora do NAP.

A Fênix auxiliou no desenvolvimento da plataforma apresentando sugestões de aperfeiçoamento e ajustando possíveis falhas.  “Nós nascemos com essa vontade de fazer o que é certo. Sabemos que tem um caminho gigantesco para trilhar. O PCRO é mais um passo, um projeto tão sério, desenvolvido por pessoas capacitadas no mundo da mineração”, explica Vinicius Pinho, diretor de Governança, Riscos e Compliance, do Grupo FNX Participações, corporação da qual a Fênix DTVM integra.

Vinicius salienta o valor agregado do dispositivo aos compradores. “Não se discute qualidade ou teor, mas se o ouro veio de uma área onde eventualmente não deveria ter exploração. Estamos nos cercando de todas as ferramentas possíveis, nacionais e internacionais, para tentar buscar o ouro mais responsável possível”.

Pinho salienta a consciência de que a mineração é uma atividade extrativista que precisa de boas práticas, por todos os avanços que as comunidades conquistam. Destaca ainda que ações como essa pontuam, cada dia mais, a Fênix como referência do setor.

“Essa é uma corrente do bem. O PCRO é um grande passo para a cadeia do ouro e cada parte da terá seu valor. A mineração responsável é importante por tudo que ela agrega. É um setor essencial para o país, gerando empregos e melhorias para as comunidades”, finaliza Vinicius.

FONTE: Felipe Gueller – VIA EMAIL (felipe@vcrpbrasil.com)