Desmatamento em Terras Indígenas aumentou 138% nos últimos três anos, aponta Instituto

MANAUS – O salto do desmatamento em Terras Indígenas (TI), baseado na nota técnica feita pelo Instituto Socioambiental (ISA), a partir de dados do Projeto de Monitoramento do Desmatamento na Amazônia Legal por Satélite (Prodes) do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), em comparação dos últimos três anos com os anos anteriores (2016 a 2018) foi de 138%.

Antes de ser eleito, o presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), avisou que durante o seu mandato nenhuma Terra Indígena teria “um centímetro quadrado demarcado”. Ao longo dos seus três anos de trabalho frente ao governo federal, o presidente não demarcou e passou a apoiar o desmatamento e queimadas ilegais, principalmente nessas terras.

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Por meio desses dados disponibilizados em 2021, é possível identificar que já houve uma redução do desmatamento de 18% em comparação com o ano anterior, mas, segundo o Instituto, o nível de invasões e ilegalidades dessas TIs ainda é muito grande e tem uma representação de 18 milhões de árvores derrubadas, e 2,5% do desmatamento na área da Amazônia Legal.

De acordo com o coordenador do Programa de Áreas Protegidas do ISA, Antônio Oviedo, o Prodes registra apenas o desmatamento de corte raso, ou seja, a supressão total da vegetação nativa. “Entretanto, as Terras Indígenas sofrem intensos processos de invasão e degradação florestal, provenientes do roubo de madeira, garimpos ilegais e incêndios criminosos”, contou.

Indígenas isolados

Dados do Inpe mostram também que o desmatamento em TIs com a presença de indígenas isolados cresceu exponencialmente. A destruição aumentou 245% durante os três anos em que Jair Bolsonaro está no poder. Entre as TIs mais impactadas estão: Piripkura e Ituna-Itatá, localizadas no Mato Grosso e Pará, respectivamente.

A TI Piripkura é uma das mais pressionadas por crimes ambientais, principalmente pelo desmatamento, com o aumento de 9.175%. O local foi de 23,2 hectares para 2.151,9 hectares em somente um ano, de 2020 a 2021. Com isso, o cenário de degradação chegou a mais de 1,2 milhão de árvores maduras que foram derrubadas de forma ilegal.

Victória Sales – Da Revista Cenarium

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