Invasores serão retirados de Área de Proteção no Tarumã

O proprietário da área já ingressou com pedido de reintegração de posse.

Pelo menos 40 famílias que estão vivendo há pouco mais de um mês em uma invasão, na área verde de uma propriedade particular localizada no Km 4 da BR-174, dentro da Área de Proteção Ambiental (APA) do Tarumã, devem ser retiradas do terreno dentro de dez dias.

Foi o que garantiu o coordenador do Gabinete de Gestão Integrada (GGI), delegado Frederico Mendes. Segundo ele, essa invasão dobrou de tamanho no mês de julho, passando de 20 famílias acampadas no início do mês para 40 na última semana.

“Os danos ambientais à área verde preocupam o governo. O objetivo é ocupar a área com um grande efetivo policial e intimidar os invasores para que eles saiam sem confronto”, justificou Mendes.

O professor Fernando Silva, que disse ser sobrinho do proprietário da chácara Passatempo, identificado por ele como Geraldo Lima, 60, relatou que as primeiras famílias desmataram a área verde para construir barracos dia 21 de junho. Mas, segundo ele, o número de famílias vivendo na invasão é bem maior do que as 40 apontadas pelo GGI.

 Fernando alega que 200 famílias invadiram o terreno e já desmataram uma área de 12 hectares. Ainda segundo ele, também permanece no terreno um grupo que invadiu a propriedade em 2007, que podem ter “inspirado” os novos invasores. “Só falta eles tomarem a casa. Temos documentos que provam que o terreno é nosso há 25 anos.”

Reintegração de posse

O dono do terreno já ingressou na Justiça com pedido de reintegração de posse, mas o processo ainda está em curso, relatou o professor. “Não podemos usar a força para retirar os invasores, mas temos medo que eles façam mal contra a família do caseiro que cuida da área. Eles já ameaçaram”, desabafou Fernando.

O coordenador do GGI, delegado Frederico Mendes, informou que um novo relatório sobre a área invadida deve ser concluído nos próximos dias. O documento, que pretende mapear a área e identificar as famílias que estão vivendo no local, deve ajudar os órgãos ambientais, Polícia Militar, SSP, prefeitura e Estado a definir a melhor estratégia para retirada delas.

“Esta semana fizemos uma reunião para discutir as medidas a serem tomadas diante do aumento no número de invasores”, disse Mendes.

Pedreira

Em um sobrevoo realizado na última quinta-feira, técnicos da Semmas identificaram os locais de acesso à suposta área de extração mineral na APA do Tarumã, denunciada em reportagem de A CRÍTICA, no dia 25 deste mês.

No terreno, que fica no Km 3 da BR-174, encontraram sinais de exploração mineral, com uma grande quantidade de pedras amontoadas. Mas não havia marcas de pneus de veículos e maquinários, nem sinais da presença de trabalhadores.

Uma casa, que pode servir de apoio, estava fechada. Segundo o titular da Semmas, Marcelo Dutra, de posse das coordenadas geográficas da área, os fiscais poderão chegar até o local por terra para identificar o proprietário do terreno. Ele ressalta que as denúncias podem ser feitas pelo 08000-92-2000, que funciona em regime de plantão 24 horas.

 Focos de invasão

O GGI crê que existam, hoje, 20 focos de invasão de grande, médio ou pequeno portes em Manaus. “Todas em áreas de preservação ambiental ou institucionais”, afirmou o coordenador do GGI, Frederico Mendes. Em junho, a Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semmas) identificou outros sete focos de invasão, além do terreno no Km 4 da BR-174.

Dois já foram desocupados e um terceiro surgiu às margens da avenida do Turismo, no Tarumã. Sobre essa última invasão, Mendes diz que ainda não há previsão para a retirada das famílias.

 Em sobrevoo realizado ontem, a Semmas identificou novos focos de invasão na APA do Tarumã, além dos já existentes na Área de Proteção Permanente (APP) do Igarapé do Mariano, nas comunidades Novo Paraíso e Jeferson Perez.

Fonte: ACrítica

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