A Terceira Margem – Parte DCCL

Jornada Patriótica – 3ª Perna

– Catedral do Redentor

Na manhã seguinte (03.04.2016), o Norberto serviu de guia para mostra-me os belos e centenários pontos turísticos do Centro da cidade. Iniciamos o tour pela Catedral do Redentor.

– Catedral do Redentor

Catedral do Redentor 

Catedral da Igreja Episcopal Anglicana do Brasil, conhecida como a Igreja Cabeluda, apresenta a característica de ser coberta por uma hera que muda de cor, de acordo com as estações do ano. Na primavera fica de um tom verde claro muito bonito; no verão perde as folhas e aparecem somente as raízes em tom cinza; em maio muda para o rosa avermelhado, partindo para o grená e, a seguir, o marrom. Construída em estilo gótico-céltico, abriu suas portas ao público em 1892.

– Catedral Metropolitana São Francisco de Paula

Sua torre possui 27 metros de altura. Os vitrais vieram de Nova York, apresentando motivos com símbolos e textos bíblicos. Sua construção foi possibilitada através de fundos angariados em campanhas pelos paroquianos.

– Catedral Metropolitana São Francisco de Paula

A elevação a catedral ocorreu em 1988. Seu coral, que leva o nome de Eunice Lamego, uma de suas maiores regentes, é considerado como muito expressivo. A Igreja do Redentor dispõe de um órgão elétrico de rara beleza. (www.pelotasvip.com.br)

– Catedral Metropolitana São Francisco de Paula

Concluímos nosso périplo na fantástica Catedral Metropolitana São Francisco de Paula.

– Catedral Metropolitana São Francisco de Paula – Catedral Metropolitana São Francisco de Paula
– Catedral Metropolitana São Francisco de Paula
– Catedral Metropolitana São Francisco de Paula

Um Pouco da História 

A história do mais importante edifício religioso de Pelotas pode ser dividida em, pelos menos, três fases. A primeira foi com a construção da capela em 1813, por iniciativa do Padre Felício da Costa Pereira, que foi seu autor, projetou e executou a obra, pequeno santuário, construído em alvenaria com duas águas e telhas de barro. Era constituído de uma nave de 6,6 m x 13,20 m (incluindo a capela-mor), sem torres e sacristia. A Catedral abriga, desde os primeiros tempos, a imagem de São Francisco de Paula, de origem artística desconhecida, tendo sido trazida da Colônia do Sacramento.

Em 1826, após ter sido destruída por um raio, foram iniciadas as obras de um “novo templo”, pelo lado de fora do primitivo. Em 1846, o Imperador D. Pedro II, lança, na Praça da Regeneração [hoje Cel. Pedro Osório], a pedra fundamental para a construção de uma nova catedral, no entorno da praça.

Em meados do século XIX, a Catedral já apresentava a fachada atual, com seu pórtico e terraço, com seu jogo de ordens superpostas [dóricas no térreo, jônicas no primeiro pavimento e coríntias nas torres] com sua platibanda e pequeno frontão; com duas torres sineiros e com suas duas cúpulas características. Era ainda muito primitiva: nave única, tribunas laterais, altar-mor ao fundo e duas bases nas torres. Em 1915, sofreu uma ampliação: um prédio de dois pavimentos é anexado para servir de salão paroquial. Em 1933, uma nova reforma ampliou sua capacidade para 1.700 pessoas. O altar-mor foi recuado para o fundo, a sacristia ocupou o pavimento térreo do salão paroquial, eliminaram-se as tribunas. As janelas laterais foram retiradas e substituídas por vitrais com passagens bíblicas.

Os vitrais foram doados por famílias pelotenses. A Catedral só veio assumir sua configuração atual entre 1947 e 1948, quando foram construídas a cripta e a grandiosa cúpula [desenho do arquiteto Roberto Offer, de 1847], pelo arquiteto Victorino Zani. Para completar seu trabalho, vieram da Itália os artistas Aldo Locatelli e Emílio Sessa, que se encarregaram da decoração interna do templo, a convite de Dom Antonio Zattera. A pintura mural foi realizada com têmpera sobre reboco seco.

A tinta resulta da mistura de pigmentos com aglutinantes solúveis em água, que podem ser cola, ovo, caseína, etc. Composição figurativa, estruturada sobre uma base geométrica, onde se pode sentir unidade, harmonia e equilíbrio. A combinação de cores determina a oposição entre os claros e escuros, o artista modela e produz texturas por meio da cor. Vários estilos foram utilizados pelo pintor Aldo Locatelli: renascentista, na composição, perspectiva, “sfumato” [sombreados], maneirista, complexidade das posturas, graça, forma serpentinada, variedade dos aspectos do corpo, barroco, força na ação, combinação de luminosidade e dramaticidade, iluminação em diagonal. Aldo Locatelli ficou conhecido pelo seu magnífico trabalho. Foi contratado depois para pintar a Catedral de Porto Alegre, o Palácio Piratini e a Igreja de Caxias do Sul ([1]). Mas sua obra maior está na Catedral de São Francisco de Paula, que originou sua vinda diretamente da Itália a fim de executá-la. (www.pelotasvip.com.br)

Depois do almoço em uma padaria local retornamos ao Saldanha da Gama para preparar as embarcações para a 4ª e última Perna, na Laguna dos Patos.

Encontrei uma pequena lontra (Lontra longicaudis) que agonizava no cais e consegui, graças ao 1° Sgt PM Vagner, acionar a Patrulha Ambiental. Infe­lizmente quando os atenciosos patrulheiros chegaram o animalzinho já tinha falecido. O corpo foi levado para ser entregue à UFPEL.

Nossa programação para amanhã (04.04.2016) é acampar na Fazenda Soteia (Ponta da Feitoria) e no dia seguinte (05.04.2016) aportar no Iate Clube São Lourenço do Sul. Pernoitamos, hoje, confortavelmente, nas instalações das churrasqueiras.

Discurso de Posse III
(Presidente Emílio Garrastazu Médici)

Homem da Revolução, eu a tenho incontestável, e creio no ímpeto renovador e inovador de seus ideais. E, porque a tenho assim, é que a espero mais atuante e progressista. É meu propósito libertar o nosso homem de seus tormentos maiores e integrar multidões ao mundo dos homens válidos e, para isso, convoco a Universidade, chamo a Igreja, aceno à imprensa e brando ao povo para que me ajude a ajudar o homem a ajudar-se a si mesmo. […] Creio da missão de humanidade, de bondade e amor que Deus confiou à minha gente. E, porque creio, e porque o sinto, nos arrepios de minha sensibilidade, é que, neste momento, sou oferta e aceitação. E aceito, neste símbolo do Governo da República, a carga imensa de angústias, de preocupações, de vigílias – a missão histórica que me foi dada.

Por: Hiram Reis e Silva (*), Bagé, 07.06.2024 – um Canoeiro eternamente em busca da Terceira Margem.

(*) Hiram Reis e Silva é Canoeiro, Coronel de Engenharia, Analista de Sistemas, Professor, Palestrante, Historiador, Escritor e Colunista;  

  • Campeão do II Circuito de Canoagem do Mato Grosso do Sul (1989)
  • Ex-Professor do Colégio Militar de Porto Alegre (CMPA);
  • Ex-Pesquisador do Departamento de Educação e Cultura do Exército (DECEx);
  • Ex-Presidente do Instituto dos Docentes do Magistério Militar – RS (IDMM – RS);
  • Ex-Membro do 4° Grupamento de Engenharia do Comando Militar do Sul (CMS)
  • Ex-Presidente da Sociedade de Amigos da Amazônia Brasileira (SAMBRAS);
  • Ex-Vice-Presidente da Federação de Canoagem de Mato Grosso do Sul;
  • Membro da Academia de História Militar Terrestre do Brasil – RS (AHIMTB – RS);
  • Membro do Instituto de História e Tradições do Rio Grande do Sul (IHTRGS – RS);
  • Membro da Academia de Letras do Estado de Rondônia (ACLER – RO)
  • Membro da Academia Vilhenense de Letras (AVL – RO);
  • Comendador da Academia Maçônica de Letras do Rio Grande do Sul (AMLERS)
  • Colaborador Emérito da Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra (ADESG).
  • Colaborador Emérito da Liga de Defesa Nacional (LDN).
  • Membro do Instituto Histórico e Geográfico do Tapajós (IHGTAP);
  • E-mail: hiramrsilva@gmail.com

[1]   Igreja de Caxias do Sul: São Pelegrino. (Hiram Reis)

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