Histórias em quadrinhos trazem expedição de artista francesa pela Amazônia em nova exposição no Museu Goeldi

A exposição faz parte da programação da 17ª Primavera dos Museus e ficará montada na biblioteca Clara Galvão até 15 de outubro. As escolas que desejarem agendar a visita mediada devem entrar em contato com o núcleo de visitas orientadas do MPEG.

Agência Museu Goeldi – Histórias em quadrinhos que retratam passado das sociedades pré-colombianas na Amazônia e exercem um papel educacional no meio científico. Em parceria com a Aliança Francesa de Belém, a exposição “A Amazônia: uma floresta virgem?” é apresentada em francês e português e é baseada no livro “Em busca da Amazônia esquecida”, da quadrinista francesa Laure Garancher, que relata sua experiência ao acompanhar uma equipe de cientistas à Guiana. A exposição chega ao Museu Paraense Emilio Goeldi (MPEG) nesta terça-feira (19), como parte da programação da 17ª Primavera dos Museus, e pode ser conferida na Biblioteca Clara Galvão.

A exposição aborda os povos indígenas da região, a importância da preservação das espécies e também da pesquisa científica, além das profissões de pesquisa envolvidas no projeto.

O coordenador de Museologia do MPEG, Emanoel de Oliveira Junior, conta que a ideia de inserir a exposição como uma das programações da 17ª Primavera dos Museus surgiu por tratar “também de um conhecimento ancestral que tem tudo a ver com a temática da Primavera. Não é possível falar de democracia sem falar do acesso à difusão científica, e não tem como falar de difusão científica sem falar do conhecimento horizontal que é produzido pelas universidades principalmente em parceria com os povos indígenas. Entendemos que abordar esses temas é fundamental quando se fala em democracia”.

A visitação mediada, com profissionais de arqueologia e antropologia do MPEG, é voltada para os grupos escolares, mas o público visitante poderá acessar também no espaço da biblioteca.

Floresta Virgem? – Uma vez já povoada, a floresta passa por ações antrópicas e o conceito de “floresta virgem” passa a ser contestável. Isso explica a razão do nome do quadrinho ser apresentado com uma interrogação. Existem diversos estudos em relação às modificações feitas pelos povos indígenas através dos anos de ocupação e as histórias dos quadrinhos é trazida com essa reflexão de uma floresta antrópica. “Hoje nós sabemos que quase 10% da floresta amazônica é de origem humana. É um ecossistema relativamente recente, que consistia em um cerrado que depois foi se transformando em floresta, então ainda temos áreas de cerrado na Amazônia”, explica Emanoel.

A exposição retrata a expedição feita por Laure Garancher, mas também traz essa discussão de que a Amazônia não é uma floresta virgem, o que não significa que deve ser explorada livremente.

Texto: Kauanny Cohen / Revisão: Jússia Carvalho / Publicado por: Histórias em quadrinhos trazem expedição de artista francesa pela Amazônia em nova exposição no Museu Goeldi — Museu Paraense Emílio Goeldi (www.gov.br)