Refugiados em clube abandonado de Boa Vista, indígenas venezuelanos são transferidos para abrigo

Ação da Operação Acolhida foi iniciada nesta sexta-feira (8)

Espaço dará condições para os indígenas produzirem artesanato – Pedro Barbosa/Roraima em Tempo

Cerca de 350 indígenas venezuelanos que ocupavam clube abandonado no bairro Jóquei Clube, zona Oeste de Boa Vista, começaram a ser transferidos para abrigo da Força-Tarefa Humanitária Operação Acolhida no bairro Jardim Floresta.

A transferência ocorre após quatro meses de negociação com os refugiados, que aceitaram sair do local após o Exército adaptar o local para atender exclusivamente os indígenas, de etnias Warao e Eñepa. As camas foram trocadas por redes é há espaços para artesanato e cozinha comunitária.  Além disso, os indígenas possuem livre direito de sair e entrar no abrigo.

“Começamos em setembro esse movimento, achávamos que iria ser algo rápido, mas não foi. Iniciamos um processo de diálogo, que antes estava previsto para encerrar em novembro, mas que acabou se estendendo pois precisávamos encontrar um consenso. […] A cultura indígena tem peculiaridades e requer paciência. No fim das contas, construímos a solução juntos”, explicou o comandante da Operação Acolhida, general Antonio Manoel Barros

De acordo com ele, os indígenas estavam vivendo no local em condições desumanas e ainda há ocupantes não indígenas no clube abandonado. Entretanto, a transferência dos indígenas representa a superação da fase mais delicada do processo de liberação do terreno.

O procurador de Justiça Edson Damas ajudou a intermediar as negociações. Ele conta que houveram dificuldades para que os indígenas compreendessem que estavam vivendo em condições que colocavam a saúde deles em risco, e que precisavam desocupar o local para tratamento adequado.

“Nada foi deliberado ou feito à força. Fizemos solicitações judiciais de desocupação para várias localidades, mas esse não foi o caso em Ka’ubanoko. Eu penso que é a primeira vez na história que o governo brasileiro e o Exército criam um diálogo junto a indígenas de outro país”, disse.

Fonte: Pedro Barbosa – Créditos: Pedro Barbosa

PUBLICADO EM:    RORAIMA EM TEMPO 

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