Cientistas discutem avanços da pesquisa no Pantanal

Entre os dias 1º e 3 de agosto, cientistas do CPP – Centro de Pesquisas do Pantanal vão se reunir em Chapada dos Guimarães (MT) para discutir os avanços das pesquisas no bioma. Trabalhos desenvolvidos pelas redes de bioprospecção, pecuária e pesca serão analisados por um comitê científico e pelo Ministério da Ciência e Tecnologia.  “Essa reunião de avaliação é importante para medir os avanços das pesquisas e também ampliar a troca de experiências, que é fundamental no trabalho em rede”, explica Paulo Teixeira de Sousa Júnior, pesquisador sênior do CPP.

Na segunda-feira, 1º, serão apresentados os projetos da rede de bioprospecção.  “As pesquisas são voltadas para a criação de produtos a partir de plantas nativas.  Acreditamos que agregar valor à biodiversidade é a melhor maneira de estimular a preservação”, explica Paulo Teixeira. Em Mato Grosso, os estudos são voltados para produção de medicamentos a partir de plantas regionais.  A casca do guanandi, por exemplo, é estudada por seu potencial anti-úlcera.

 “A pesquisa busca tornar o tratamento da úlcera mais barato e simples, já que o guanandi age tanto no combate à bactéria helycobater pylori, quanto no controle do suco gástrico e na proteção da mucosa estomacal”, adianta Domingos Tabajara,  coordenador do sub-projeto.  Em Mato Grosso do Sul, um dos destaques é a produção de um bio-inseticida que já está em fase de protótipo e pode ajudar no combate ao mosquito da dengue.

Na terça-feira, 2, será o dia de debater os progressos obtidos pelos cientistas que pesquisam a pesca no Pantanal.  Entre os nove projetos desenvolvidos nos dois estados, está o Censo da Pesca, um levantamento para traçar o perfil de quem vive da atividade econômica na região.   Há também estudos sobre a produção de iscas e a conexão entre o do uso do solo na planície alagável pelos pecuaristas e a distribuição de peixes.  A proposta é verificar, por exemplo, se a introdução de pastagem exótica altera o volume da comunidade de peixes. Já se sabe que os estoques são maiores em regiões de reserva.

Na quarta-feira, 3, os pesquisadores da Rede de Pecuária vão revelar os resultados de mais um ano de trabalho.   “Queremos mostrar que homem e natureza não devem andar separados.  Os cientistas nos mostram a importância da pecuária tradicional dentro da dinâmica do Pantanal. A atividade contribui para a manutenção dos campos e a configuração do Pantanal que conhecemos”, afirma o professor Paulo Teixeira de Sousa Jr.

Entre os projetos para estimular a sustentabilidade da pecuária na região, há pesquisas sobre a genética do gado pantaneiro e as condições ideais de manejo do rebanho.  Outro destaque é o estudo que vai subsidiar a normatização da limpeza de campo na Lei de Gestão do Pantanal.  O avanço do cambará e do pombeiro nos pastos do Pantanal norte degrada os pastos e vem comprometendo a existência de várias propriedades rurais.  “Essas espécies são da flora do Pantanal, mas estão avançando para os pastos. O lugar natural do Pombeiro, por exemplo, é nas margens dos rios. Estamos pesquisando a dinâmica dessas plantas, pois temos que entender como funciona esse avanço. Assim, poderemos propor alternativas para ajudar as populações tradicionais”, reforça Cátia Nunes, coordenadora do sub-projeto.

O evento será realizado na Pousada Penhasco, em Chapada dos Guimarães, sempre das 8h às 18h.

Fonte: 24horasnews   

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