Eu vi minha Pátria Renascer – 31 de Março

Os desmandos, o autoritarismo e as corrupções do momento atual fazem-me engarupar na memória e expandindo todos os sentidos sentir uma cálida aragem vinda de áureos tempos em que nossas lideranças polí­ticas, a sociedade civil e militar uniram-se para afastar os comunistas e seus asseclas que pretendiam implantar o caos na Terra Brasilis.

O Pium n° 10, 20.03.1975

Um STF, TSE e Congresso vermelho corrompem hoje a Constituição Federal a seu bel prazer. A liberdade de expressão é amordaçada, indivíduos são condenados sem direito de defesa… Bravos caminho­neiros e demais manifestantes, vocês são a voz do povo, que se multipliquem as manifestações, só elas desencadearão uma resposta enérgica das únicas instituições que ainda tem credibilidade nesta Nação.

Reporto um artigo do então Tenente Saraiva publicado no jornal “O Pium n° 10” do 6° BEC, Boa Vista, Roraima, em 20.03.1975, que retrata perfei­tamente o momento atual e o que virá:

Eu vi minha Pátria Renascer esplêndida, majestosa, altaneira. Eu vi minha Pátria reviver em meio das brigas, das lutas, do vendaval pavoroso da multidão enlouquecida. Era um cenário rude, torpe, muito estranho. O respeito não mais distinguia os ambientes de trabalho; o calor humano não tinha valor algum perante os interesses materiais. Só a baderna encontrava destaque nos setores onde, frequentemente se alicerçava a discórdia.

O quadro apresentado nada mais era do que um cenário de indisciplina e desrespeito. Minha Pátria queria sobreviver, impor a ordem, dignificar o respeito à criatura humana.

Sentia o peso da responsabilidade que lhe cabia de manter incólume as glórias de sua tradição; de preservar a ação benemérita de seus antepassados, de defender o valioso patrimônio histórico de suas glórias, conquistadas através dos tempos, em longos anos de extremado sacrifício. O panorama da época se mostrava entristecedor. Não se divisava entendimento. Eram feitos degradantes onde o ódio palmilhava à risca sua trilha nefanda.

O princípio de autoridade sucumbia de maneira deprimente, cedendo lugar aos abusos da ação licenciosa. Era um verdadeiro tumulto. Minha Pátria esteve à beira do abismo, seduzida sorrateiramente pelo engodo de falsos compatriotas, os famigerados do poder que, no intuito de conquistá-lo, se lançaram no mísero ridículo da hipocrisia.

A dignidade levianamente ia decrescendo de valor, subestimada em detrimento da maldade, na preservação da imunda crueldade.

Só se falava em guerra, greve, revolta, na luta dos direitos forjados como justificativa de toda desordem. A ordem e a justiça eram ridicularia­zadas em plena via pública numa projeção clamorosa que atingia as raias da traição. Era sem dúvida um quadro deprimente.

Minha Pátria dileta, cuja bandeira tremula altaneira em nossos mastros, nos quartéis, nos navios, nas escolas, nas Unidades de Fronteira, dá mais próxima à mais distante, simboliza em nossos corações o amor arraigado pela Terra que nos viu nascer.

E quando ameaçada em sua soberania, nos estimula ao processo de uma réplica austera, como sinal de resposta ao insulto provocado. O grupo da veleidade se constituía de pequena facção e foi por isso que não teve condição de sobreviver, apesar da força aparente que mani­festava ter.

Em boa hora surgiu a Revolução de 31 de março de 1964, que teve como sustentáculo básico a mão redentora da Divina Providência, permitindo que as Forças Armadas, alicerçadas em homens de bem e de caráter elevado, assumissem as rédeas do poder e salvaguardassem e integri­dade de nossa Pátria, cuja soberania esteve seriamente comprometida.

São decorridos onze anos. Hoje, em todos os quadrantes do Brasil, comemora-se esta maravilhosa data que representa o repúdio e extermínio à essa grande chaga do totalitarismo que tentarem lançar no coração da nossa sacrossanta Nação, batizada que foi com o nome de Terra de Santa Cruz.

Brasileiros fiéis que somos, ainda miramos espantados os perigos porque passamos e nos rejubilamos com o evento da grande data, que nos restituiu a paz, e confiança e a tranquilidade de vivermos numa terra ordeira, onde se cultiva o amor, atributo legado de nossos antepassados.

No momento preciso, saberemos sempre nos defender com denodo, espírito da brasilidade e alma verdadeiramente patriótica.

Ten Saraiva

REPERTÓRIO FOTOGRÁFICO
Manchete n° 622, 21.03.1964
Manchete n° 624, 04.04.1964
Manchete n° 625, 11.04.1964
Manchete n° 625, 11.04.1964
Manchete n° 626, 18.04.1964
Manchete n° 626, 18.04.1964
Por Hiram Reis e Silva (*), Bagé, 06.12.2022 – um Canoeiro eternamente em busca da Terceira Margem.  

(*) Hiram Reis e Silva é Canoeiro, Coronel de Engenharia, Analista de Sistemas, Professor, Palestrante, Historiador, Escritor e Colunista;  

  • Campeão do II Circuito de Canoagem do Mato Grosso do Sul (1989)
  • Ex-Professor do Colégio Militar de Porto Alegre (CMPA);
  • Ex-Pesquisador do Departamento de Educação e Cultura do Exército (DECEx);
  • Ex-Presidente do Instituto dos Docentes do Magistério Militar – RS (IDMM – RS);
  • Ex-Membro do 4° Grupamento de Engenharia do Comando Militar do Sul (CMS)
  • Presidente da Sociedade de Amigos da Amazônia Brasileira (SAMBRAS);
  • Membro da Academia de História Militar Terrestre do Brasil – RS (AHIMTB – RS);
  • Membro do Instituto de História e Tradições do Rio Grande do Sul (IHTRGS – RS);
  • Membro da Academia de Letras do Estado de Rondônia (ACLER – RO)
  • Membro da Academia Vilhenense de Letras (AVL – RO);
  • Comendador da Academia Maçônica de Letras do Rio Grande do Sul (AMLERS)
  • Colaborador Emérito da Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra (ADESG).
  • Colaborador Emérito da Liga de Defesa Nacional (LDN).
  • E-mail: hiramrsilva@gmail.com

NOTA – A equipe do EcoAmazônia esclarece que o conteúdo e as opiniões expressas nas postagens são de responsabilidade do (s) autor (es) e não refletem, necessariamente, a opinião deste ‘site”, são postados em respeito a pluralidade de ideias. 

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *