50 brasileiros ilegais são presos na Guiana em área de garimpo

A Força Policial da Guiana realiza no país vizinho operação de combate a imigração ilegal, mineração ilegal e crimes ambientais cometidos em áreas de garimpo. Conforme informações repassadas pelo Escritório de Ligação da Polícia Federal em Georgetown, até o momento um indonésio e cinquenta brasileiros já foram presos. Há roraimenses entre eles.

As pessoas presas são da cidade de Purini e arredores. Todas estão sendo levadas para Georgetown, capital da Guiana, e mantidas nas prisões de Brickdam e Albertown. Há informações de que crianças e mulheres também estão sendo levadas pela polícia.   

A operação ocorre desde a terça-feira, 10, e continua por tempo ainda não definido. A intenção é espalhar a ação por todo o país e intensificar a repressão inclusive a mulheres que estejam trabalhando com prostituição. Todos os estrangeiros estão sendo alvo da fiscalização.

Todos aqueles pegos trabalhando em situação ilegal estão sujeitos a serem processados por mineração ilegal e por danos ao meio ambiente. Os empregadores também poderão vir a ser processados por empregarem pessoas em situação irregular (trabalhar sem permissão de trabalho ou apenas com visto de turista) e cumprirem pena de prisão.

As pessoas com o prazo de permanência expirado ou que não tenham passaporte serão deportados do país. Uma parte dos presos, segundo informações, já estavam sendo preparados para serem deportados ainda ontem.

Conforme relatos, o clima no país vizinho é de muita apreensão por parte da comunidade brasileira, já que muitos não têm situação legal no país ou estão à espera de uma permissão de trabalho que demora muito tempo para sair.

O valor para tirar o documento chamado de auto permiso é elevado, podendo chegar até a R$ 2 mil devido às cobranças feitas por guianenses que intermediam a retirada do documento para estrangeiros.

A demanda de tempo para ter acesso a permissão é tão grande que tem pessoas que recebem o documento com poucos meses para vencer, sendo que ele tem prazo de três anos. Há pouco tempo o documento era válido apenas por um ano.

Assim que é feito o pagamento para emissão da permissão de permanência no país vizinho um comprovante é emitido. Muitas das pessoas presas teriam esse comprovante, mas a polícia não estaria aceitando por não ser um “documento oficial”.     

A Folha conseguiu contato com roraimenses que estão em área de garimpo na Guiana. “Eles estão levando todo mundo, inclusive crianças e mulheres, dizendo que é para fazer o auto permiso. Muitas pessoas estão sem entender o que está acontecendo, até por que não tem ninguém traduzindo e muitos dos trabalhadores não sabem falar inglês. Todo mundo está apreensivo”, relatou uma roraimense.

De acordo com o Escritório de Ligação da Polícia Federal em Georgetown, muitos brasileiros estão indo em busca de informações sobre regularização e legalização no país. Não há registro de violência contra os brasileiros presos.

A Polícia Federal está acompanhando todos os procedimentos diretamente, ajudando na identificação e traduzindo os depoimentos para a língua inglesa. Além disso, está reportando todos os fatos à Embaixada Brasileira, que também presta assistência direta aos brasileiros, e já comunicou toda a operação formalmente ao Itamaraty no sentido de resguardar direitos e prevenir violações. 

FONTE: Folha de Boa Vista

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