Nove meses depois da megaoperação federal para retirada do garimpo ilegal no território indígena, máquinas e aeronaves voltam a operar, desafiando as autoridades; lideranças alertam que governo precisa ouvi-los
Reprodução de vídeo das redes sociais – Postado em: Amazônia Real
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Texto: Eduardo Rocha
BOA VISTA (RR) – Com a forte estiagem que atinge Roraima, por conta dos efeitos do fenômeno climático El Niño, na Amazônia, lideranças de comunidades indígenas do Estado lançaram campanha para arrecadar fundos e ajudar os povos indígenas. A campanha é encabeçada pelo Conselho Indígena de Roraima (CIR).
Equipes da Prefeitura de Uiramutã e da Defesa Civil Estadual vistoriam comunidades que enfrentam desabastecimento (Divulgação/Prefeitura de Uiramutã) – Republicação gratuita, desde que citada a fonte. AGÊNCIA CENARIUM
O Ministério Público Federal (MPF) conseguiu, na Justiça Federal, decisão liminar que obriga a Norte Energia S.A. a fornecer, em até 72 horas, água potável para as aldeias Karapá e Awaeté Awyra (Paredão), nas margens do Igarapé São Sebastião, e Itaete, Kanaã, Xiwe, Kato, nas margens do Igarapé Bom Jardim, todas localizadas na terra indígena Apyterewa, no Pará. O objetivo do MPF é remediar gravíssima situação sanitária, até que sejam implantados os Sistemas de Abastecimento de Água (SAA) nas aldeias, conforme obrigação condicionante descumprida prevista no Plano Básico Ambiental – Componente Indígena (PBA-CI) da Usina Hidrelétrica de Belo Monte (UHE Belo Monte). A Justiça determinou o pagamento de multa diária de R$ 50 mil, em caso de descumprimento da decisão.
BOA VISTA (RR) – A Terra Indígena Arapuá, localizada em Alto Alegre (RR), a 90 quilômetros de Boa Vista, tenta resistir à expansão do agronegócio enquanto luta pela demarcação. A região abriga 17 famílias e 57 pessoas. Território é uma das quatro terras com pendência de demarcação em Roraima. O processo tramita na Justiça Federal, em Roraima, mas enquanto não há uma definição do governo federal, os indígenas convivem com o medo da grilagem.
Cercas de propriedades rurais passam pelo território indígena (Divulgação/CIR) – Republicação gratuita, desde que citada a fonte. AGÊNCIA CENARIUM
Pacaraima – Durante cinco dias (23 a 27/10), representantes da Defensoria Pública da União (DPU) estiveram no extremo norte de Roraima realizando atendimento na cidade de Pacaraima, na fronteira com a Venezuela. As ações aconteceram nas comunidades indígenas de Sorocaima, Bananal, Ta’rau Paru e Sakau Mota, onde há o segundo maior fluxo migratório envolvendo populações indígenas. Os atendimentos se concentraram na população Taurepang, além de envolver os povos Arekuna, Kamarakoto e Macuxi.
Com a participação da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), o Governo Federal lançou nesta sexta-feira (10) em Brasília o Projeto Rede de Monitoramento Ambiental no Território Indígena Yanomami e Alto Amazonas. O objetivo é avaliar a presença de substâncias químicas comumente utilizadas na atividade de garimpo com uso de mercúrio em rios da bacia Amazônica e propor ações corretivas ou preventivas.
Manaus (AM) – Em 23 de outubro, o indígena Milton Ribeiro de Menezes, pertencente ao povo Mura, retornou ao seu terreno, na aldeia Soares, em Autazes (município do Amazonas a 111 quilômetros de Manaus) e se surpreendeu com um tubo de origem desconhecida instalado no chão. Ele não havia consentido, mas o objeto foi fincado no local, a apenas 350 metros de sua casa. A Amazônia Real enviou fotos do material a alguns especialistas sobre o que pode ser o tubo metálico: uma das possibilidades é que se trata de um marco para fins de marcação topográfica de um território. O objeto traz informações geodésicas com uma plaqueta com a sigla ELPV, sem informações onde está credenciado. A outra possibilidade é de se tratar de um tubo de prospecção de solo.
Lideranças da aldeia Soares, em Autazes, afirmam que estão sofrendo pressão para aceitar exploração de potássio em seu território (imagens enviadas por indígenas Mura). Foto postada em: Amazônia Real