Hidrelétricas e o IPCC: 16 – A suposição de zonas úmidas

O efeito líquido de uma barragem é a emissão dela, menos o que teria sido emitido pelo ecossistema sem a barragem, incluindo a floresta na área inundada pelo reservatório. A Associação Nacional de Hidrelétricas dos EUA (US-NHA) reagiu à primeira publicação deste autor com resultados indicando emissões elevadas de barragens da Amazônia [1], declarando “é bobagem e é muito exagerado… O metano é produzido de forma substancial na floresta tropical e ninguém sugere derrubar a floresta tropical” (ver [2]).

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Norte Energia é autuada em R$ 7,5 milhões e recebe multas diárias de R$ 810 mil por descumprir exigências do licenciamento de Belo Monte

Foto: Cinthia Castro/Ibama

Após vistorias realizadas nos últimos meses, o Ibama decidiu aplicar seis multas à Norte Energia, empresa responsável pela construção e operação da hidrelétrica de Belo Monte, no Rio Xingu (PA), em razão do descumprimento intencional de exigências do Licenciamento Ambiental Federal. 

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#ABRILindígena: MPF recebe lideranças Kaiapós

O Ministério Público Federal (MPF) recebeu nesta quarta-feira (26) lideranças Kaiapós na sede da Procuradoria Regional da República da 1ª Região (PRR1), em Brasília. Os indígenas pedem apoio do MPF para serem recebidos pelos desembargadores do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1) que são responsáveis pelos processos envolvendo a Usina Hidrelétrica de Belo Monte, que está sendo construída na bacia do Rio Xingu, próxima ao município de Altamira (PA). 

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Só a homologação livrará a terra Sawré Muybu de usinas, garimpos e madeireiros

Neste 19 de abril de 2017, completou um ano que a Funai publicou o relatório circunstanciado da terra indígena dos índios Munduruku da bacia do Rio Tapajós, no Pará.

A Terra Indígena Sawré Muybu, dos Munduruku, fica às margens do Rio Tapajós (Foto: Ana Mendes/Amazônia Real)

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Hidrelétricas e o IPCC: 15 – “Catação de cerejas” de barragens

O “cherry picking” [“catação de cerejas”], ou seja, selecionar apenas os casos que confirmam a conclusão, é uma forma que as estimativas das emissões de hidrelétricas podem ser minimizadas. No Brasil, a hidrelétrica de Balbina, que tem emissões muito altas de metano, não foi incluída na tabulação de barragens no primeiro inventário nacional do país ([1], p. 154; Ver também [2]), embora os autores do estudo tivessem publicado anteriormente dados da emissão da superfície da barragem [3]. 

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Falta de manutenção em linha de energia na Venezuela ameaça suprimento em Roraima

Um linhão de energia entre Brasil e Venezuela que já foi símbolo das ambições de integração regional da América Latina se tornou motivo de preocupação para o governo brasileiro, devido a falhas frequentes que têm prejudicado o fornecimento de eletricidade em Roraima.

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Hidrelétricas e o IPCC: 14 – A “dívida” de aquecimento global

Uma usina hidrelétrica emite grandes quantidades de gases de efeito estufa nos primeiros anos após a sua construção, que cria uma “dívida” de aquecimento global que é lentamente paga na medida em que a eletricidade gerada pela barragem desloca combustíveis fósseis nos anos subsequentes; em contraste com isto, a geração de eletricidade a partir dos combustíveis fósseis emite gases em uma taxa constante, com a emissão ocorrendo ao mesmo tempo em que a eletricidade é gerada. Esta diferença é fundamental em comparações entre barragens e combustíveis fósseis, com qualquer valor atribuído ao tempo pesando fortemente contra as represas [1, 2]. 

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#ABRILindígena: em julgamento histórico, TRF1 decide que Belo Monte não pode seguir desobedecendo licença ambiental

O Tribunal Regional Federal da 1a Região (TRF1), em Brasília, decidiu ontem (6) manter suspensa a operação da usina de Belo Monte até que esteja em funcionamento o sistema de água e esgoto de Altamira (PA). Essa era a condição de viabilidade da usina que, mesmo depois de cinco anos do início das obras, continua sendo negligenciada pela Norte Energia, dona do empreendimento e pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama), que impôs as condições da licença ambiental, no entanto permite que a hidrelétrica prossiga normalmente sem cumpri-las.

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Hidrelétricas e o IPCC: 13 – O horizonte de tempo

O horizonte de tempo utilizado é pelo menos tão importante quanto a escolha de uma taxa de desconto, na derivação valores de GWP (sigla em inglês para Potencial de Aquecimento Global) e na contabilização das emissões dos gases de efeito estufa. O Quinto Relatório de Avaliação do IPCC deixa claro que “não há nenhum argumento científico para a seleção de 100 anos, em comparação com outras opções [1, 2]. A escolha do horizonte de tempo é um juízo de valor porque depende do peso relativo atribuído aos efeitos em momentos diferentes” ([3], p. 711-712). 

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Hidrelétricas e o IPCC: 12 – Ignorando o valor do tempo

O valor do tempo é, talvez, o fator mais fundamental que leva à subavaliação da importância para o aquecimento global das emissões de hidrelétricas. Uma ampla gama de opiniões existe sobre a questão de quanto valor, se houver algum, deve ser dada ao tempo na apreciação do valor dos gases de efeito estufa que são emitidos ou impedidos de serem emitidos. Se uma tonelada de carbono emitida hoje tem o mesmo valor que uma tonelada emitida um século ou mais no futuro é fundamental para decidir o que fazer sobre o aquecimento global, especialmente para as decisões sobre barragens. 

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Eletrobras anuncia retomada de negociações para obras de Tucuruí

Em entrevista exclusiva à Folha, o superintendente regional da Eletrobras Transmissão Roraima, Roni Franco Rodrigues, anunciou que no início de abril haverá uma reunião com os indígenas para definir os últimos entraves para a retomada da obra do Linhão de Tucuruí entre Manaus (AM) e Boa Vista, que irá interligar Roraima ao Sistema Interligado Nacional (SIN) a partir do Amazonas. Com a retomada, o processo deverá ser iniciado do zero, com previsão para a energia chegar a Roraima possivelmente em 2021.

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Hidrelétricas e o IPCC: 11 – Potencial de Aquecimento Global desatualizado

Na contabilização das emissões sob a UNFCCC, gases de efeito estufa não-CO2 são convertidos em CO2-equivalentes (CO2e) multiplicando o número de toneladas emitido de cada gás por um potencial de aquecimento global (GWP). Cada gás tem um forçamento radiativo característico, que representa a sua eficácia em bloquear a passagem de radiação infravermelha pela atmosfera de forma quase instantânea: forçamento radiativo é o saldo do fluxo de energia na tropopausa (a divisão entre a troposfera e a estratosfera, em aproximadamente 10 km de altitude) causado por uma determinada quantidade de gás após uma demora de “alguns meses” para equilibrar a temperatura estratosférica ([1], p. 170).

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MPF e MP/RO obtêm suspensão de licença da Hidrelétrica de Santo Antônio

Licença ambiental da usina está suspensa enquanto o empreendimento não cumprir as condicionantes relacionadas à Estrada de Ferro Madeira Mamoré.

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Povos indígenas, ribeirinhos e movimentos sociais fecham rodovia de RO contra construção de UHE

Com o objetivo de sensibilizar autoridades públicas e comunidades que serão afetadas diretamente pela construção da Usina Hidrelétrica do Ribeirão, a BR-425, próxima à Cachoeira do Ribeirão, trecho incidente no município de Nova Mamoré (RO), foi trancada pelos indígenas, ribeirinhos, comunidade boliviana impactada e movimentos sociais.

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Hidrelétricas e o IPCC: 10 – Concentrações subestimadas de metano

As estimativas das emissões das turbinas (incluindo as minhas) que usam dados sobre a concentração de CH4 na água à profundidade das turbinas com base em medições em amostras coletadas usando garrafas tradicionais de Ruttner têm subestimado estas concentrações, e consequentemente as emissões, quando a água é liberada abaixo da barragem.

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