Edital prioriza os desafios de saúde do estado e os projetos devem propor soluções aplicáveis à realidade local. Submissão das propostas vai até o dia 13 de junho

Foto: Matheus Brasil/MS

O Ministério da Saúde, por meio do Departamento de Ciência e Tecnologia (Decit) da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação e do Complexo Econômico-Industrial da Saúde (Sectics), lançou, no final de abril, a chamada pública para a 8ª edição do Programa Pesquisa para o SUS: Gestão Compartilhada em Saúde (PPSUS) em Roraima. O objetivo da iniciativa é fortalecer a pesquisa em saúde no Brasil, promovendo a produção científica alinhada às necessidades do Sistema Único de Saúde (SUS) , garantindo que os resultados possam ser aplicados na prática, beneficiando diretamente a população.

O edital do programa em Roraima prioriza os desafios e os problemas críticos enfrentados no SUS local. Durante a Oficina de Prioridades de Pesquisas (OPP), em um trabalho colaborativo entre os gestores e a comunidade científica, foram definidos os eixos temáticos de pesquisas voltadas para as populações indígenas, áreas de fronteira e o impacto das queimadas na saúde da população roraimense.

Entre as linhas de pesquisa, foi destacada a vigilância em saúde nas localidades remotas, de difícil acesso e, especialmente, nas áreas de fronteira. As propostas precisam apresentar soluções para o monitoramento de doenças em regiões transfronteiriças, saúde de migrantes, de refugiados e atenção especial à inclusão de populações vulneráveis.

O estado espera receber, ainda, estudos que deem ênfase para as questões de saúde das populações indígenas integrando a saúde ambiental, educação e acesso a serviços específicos. Também estão entre as temáticas as doenças emergentes e reemergentes, como arboviroses, malária, febre oropouche e Mpox, bem como as doenças negligenciadas socialmente como a tuberculose e as doenças diarreicas.

Os debates apontaram que o SUS local enfrenta dificuldades com relação à saúde da população atingida pelas queimadas. Assim, o edital contempla esse tópico, direcionando para os impactos na saúde respiratória e ambiental.

Submissão de propostas

A chamada pública elaborada para Roraima incentiva as pesquisas aplicadas na saúde da população e com potencial de impacto direto no SUS local, considerando desde a saúde de populações específicas até estratégias para aprimorar a gestão, a integralidade do cuidado e a tradução do conhecimento científico em políticas públicas no SUS.

O estado reforçou que os projetos precisam definir estratégias para fortalecer a justiça social na saúde, a promoção da equidade e a redução de assimetrias regionais. Assim, foram definidas 48 linhas de pesquisa, distribuídas em 5 eixos temáticos:

  • Atenção Primária à Saúde (APS);
  • Saúde indígena;
  • Saúde mental e prevenção;
  • Atenção especializada;
  • Vigilância em saúde.

Os pesquisadores roraimenses com título de doutorado e vínculo formal com instituições de ensino superior ou centros de pesquisa, públicos ou privados sem fins lucrativos, precisam submeter as propostas até o dia 13 de junho próximo. O edital exige que, obrigatoriamente, cadastrem os projetos em duas plataformas: Sistema de Informação de Ciência e Tecnologia em Saúde (SISC&T) e SIGFAPERR. Propostas enviadas por apenas uma das plataformas serão desclassificadas.

Parceiros estratégicos

O PPSUS é um Programa de descentralização de fomento à pesquisa em saúde nas unidades federativas. O Programa busca promover o desenvolvimento científico e tecnológico para atender às peculiaridades, especificidades e necessidades de saúde das populações locais e sua execução envolve parcerias nos âmbitos federal e estadual. O Decit é o coordenador nacional, e o CNPq a instituição responsável pelo gerenciamento administrativo do Programa. Na esfera estadual, estão envolvidas as Fundações de Amparo à Pesquisa (FAPs) e as Secretarias Estaduais de Saúde (SES). As FAPs executam o programa em nível estadual e atuam em parceria com as secretarias de saúde

Janine Russczyk / Ministério da Saúde – PPSUS em Roraima terá pesquisas voltadas para as populações indígenas, áreas de fronteira e impacto das queimadas — Ministério da Saúde