A floresta amazônica brasileira corre o risco de ser perdida não apenas pela continuação do desmatamento, mas também pela degradação florestal por exploração madeireira, efeitos de borda, mortalidade de árvores durante secas e, especialmente, incêndios florestais.

Uma região de floresta no Acre (Foto: Alexandre Cruz Noronha / Sema-Acre). -Imagem postada por: Amazônia Real
As mudanças climáticas já estão piorando o impacto dessas ameaças, e as mudanças futuras projetadas cruzariam vários pontos de não retorno tanto para a floresta amazônica quanto para o clima global.
O aquecimento global está próximo do ponto em que escaparia do controle humano e, se isso for permitido, o Brasil seria uma das maiores vítimas. Isso torna lógico que o Brasil assuma um papel de liderança na luta global para controlar as mudanças climáticas, especialmente com a oportunidade oferecida pela COP-30 da Convenção do Clima a ser realizada em Belém em 2025.
Infelizmente, com exceção do Ministério do Meio Ambiente e Mudanças Climáticas, praticamente todo o governo federal, incluindo o chefe de estado, está agindo para aumentar as emissões de gases de efeito estufa do Brasil.
Essas ações incluem abrir vastas áreas da floresta amazônica para a entrada de desmatadores com um projeto para reconstruir a rodovia BR-319 (Manaus-Porto Velho), subsidiar pastagens e soja na Amazônia, legalizar ocupações ilegais e reivindicações fundiárias em terras do governo e abrindo novos campos de petróleo e gás na floresta amazônica e no mar.
Uma reversão completa dessas políticas é necessária, e a COP-30 pode ser a última chance para que isso ocorra antes que seja tarde demais para a floresta amazônica.
FONTE: Última chance para a floresta amazônica brasileira? – 1: resumo da série – Amazônia Real
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Última chance para a floresta amazônica brasileira? – 2: mudanças climáticas – Amazônia Real – O Brasil corre sério risco de perder sua floresta amazônica, e os próximos meses serão cruciais para definir o destino da floresta. Embora interromper o desmatamento seja essencial, não é a única ameaça. O clima global está próximo, ou possivelmente já passou, de um ponto de não retorno além do qual o aquecimento global pode escapar do controle humano.
Última chance para a floresta amazônica brasileira? – 3: desmatamento – Amazônia Real – Embora o Ministério do Meio Ambiente e Mudanças Climáticas (MMA), liderado pela conhecida ambientalista Marina Silva, tenha lutado heroicamente para fazer cumprir as leis ambientais e reduzir o desmatamento ilegal (que diminuiu significativamente), o desmatamento legal continua. As operações de comando e controle do MMA são necessárias, mas acabar com o desmatamento exigirá grandes mudanças nas ações de outros ministérios e do chefe de estado.
Última chance para a floresta amazônica brasileira? – 4: degradação florestal – Amazônia Real – Muita atenção é dada ao desmatamento da Amazônia, mas pelo menos tão importante é a degradação florestal, onde a floresta permanece de pé, mas perde parte de seu estoque de carbono, capacidade de ciclagem de água e outras características valiosas. A extração seletiva de madeira, incêndios florestais, efeitos de borda e mortalidade de árvores durante secas severas são as principais causas da degradação florestal amazônica, que liberou pelo menos tantos gases de efeito estufa quanto o desmatamento nos últimos anos. As áreas expostas à extração seletiva de madeira a cada ano são tão grandes ou maiores do que as áreas que estão sendo desmatadas.
Última chance para a floresta amazônica brasileira? – 5: gás e petróleo – Amazônia Real – Brasil está abrindo novos campos de petróleo e gás na Amazônia, como no leilão “fim do mundo” de direitos de perfuração em 2023 [1, 2] e o planejado megaprojeto de petróleo e gás “Área Sedimentar do Solimões” na área que seria aberta pela AM-366 e BR-319 [3]. No mar, o Brasil está abrindo novos campos de petróleo ao longo da costa da região Nordeste [4, 5] e expandindo os campos do pré-sal na costa da região Sudeste [6]. Um plano massivo para abrir um campo de petróleo na foz do rio Amazonas é emblemático, tanto por seu impacto no aquecimento global (e a proximidade irônica com o local da próxima COP-30 da Convenção do Clima) quanto pela escala do desastre ambiental que seria causado se um vazamento de petróleo ocorresse[7-9].
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