Espécie de ave usa fios de nylon para construir ninhos, enquanto resíduos plásticos descartados incorretamente vão direto para os rios

Neste episódio do Ambiente é o Meio, o professor José Marcelino de Resende Pinto recebe o biólogo e professor universitário José Eduardo Martinelli Filho, da Universidade Federal do Pará (UFPA), para falar sobre a presença de plásticos e microplásticos na Amazônia.

Martinelli explica que os plásticos estão na Amazônia há algum tempo, mas com um certo atraso quando comparado com centros industriais, como São Paulo e Rio de Janeiro. Ele afirma que a indústria de produção de plástico ainda é limitada na região Norte do País, mas que esses plásticos chegam até lá por meio de embalagens descartáveis, plásticos de uso único, como copos, pratos e talheres descartáveis e sacolas de mercado. O professor afirma ainda que cidades de médio e de grande porte na Amazônia são grandes consumidoras desses produtos.

O professor também fala sobre como alguns plásticos são inertes, ou seja, não são tóxicos a princípio, porém podem receber alguns aditivos tóxicos em sua composição que os tornam prejudiciais. Um exemplo citado por Martinelli é o do fio de nylon azul, utilizado por aves da espécie japu para construir seus ninhos. O professor explica que o nylon em si não é tóxico; no entanto, o pigmento azul usado em sua coloração, sim. Esse pigmento pode causar danos ainda não conhecidos à saúde das aves e de seus ovos.

Durante o programa, o biólogo ainda cita que os plásticos podem diminuir de tamanho até chegar ao tamanho de nanoplástico, quando se tornam capazes de se incorporar às células. Martinelli também fala como a falta de saneamento básico é uma das maiores fontes de poluição por microplásticos na Amazônia, uma vez que, sem o tratamento adequado, o esgoto vai direto para os rios.

Saiba mais sobre a presença de microplásticos na Amazônia clicando no player acima.

VER MAIS EM: Ambiente é o Meio #155: Amazônia sofre com poluição por microplásticos – Jornal da USP