Documento orienta sobre impactos da seca na região do Médio Solimões

Com 24 soluções, a publicação foi desenvolvida pelo Instituto Mamirauá em parceria com entidades locais

Foto: Caroline Reucker – IDSM – Postada em: MCTI

Para orientar gestores sobre a chegada antecipada de uma nova seca extrema em 2024, na região do Médio Solimões, interior do estado do Amazonas, o Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá, lançou um documento com recomendações, produzido a partir das Oficinas Pré-Seca, realizadas pela unidade vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), na Reserva de Desenvolvimento Sustentável Amanã, município de Maraã. O material foi elaborado em parceria com a Central das Associações de Moradores e Usuários da Reserva de Desenvolvimento Sustentável Amanã (CAMURA) e a Federação dos Manejadores e Manejadoras de Pirarucu da Região de Mamirauá (FEMAPAM).

O documento “Secas na Reserva Amanã: Soluções de comunitários para a crise climática no Médio Solimões – Orientações para gestores públicos” reúne 24 soluções para diminuir os impactos causados pela seca na região, abordando problemáticas como o acesso à água, infraestrutura, produção agrícola e pesqueira, saúde, alimentação e educação durante estiagens. “A gente tem, nesse momento, centenas de milhares de pessoas afetadas em toda região amazônica em decorrência da estiagem severa e recorde”, pontuou o porta-voz em Mudanças Climáticas do IDSM, Ayan Fleischmann. “Entre as soluções propostas, eu poderia destacar para a área da saúde a necessidade de descentralizar mais o acesso, de modo que tenham, por exemplo, polos de saúde em comunidades isoladas, regiões que, infelizmente, não conseguem sair durante a seca para acessar centros, unidades básicas de saúde”, ressaltou o pesquisador titular.

Durante as oficinas, 51 lideranças comunitárias de seis setores da Reserva de Desenvolvimento Sustentável Amanã se reuniram para apresentar soluções. Dentre as ações propostas pelos comunitários, estão capacitação para tratamento emergencial de água do rio, distribuição de uma bomba d’água tipo sapo para cada comunidade, perfuração de poços artesianos em comunidades de terra firme. Também entre as recomendações está a disponibilização, com antecedência, da cota de combustível fornecido por órgãos da administração pública para o período da seca, para ser usado no gerador de luz, a disponibilização de canoas de alumínio de 9 a 10 metros de comprimento, a solicitação de apoio do Exército e/ou Marinha (helicóptero e/ou lancha) para deslocar pessoas em estado grave de saúde e adaptação do calendário escolar para o período da seca.

“O nosso intuito com essa ferramenta é que ela seja uma voz, que a gente dê voz para os ribeirinhos, para que eles, nesse processo de cocriação de soluções, consigam incidir em políticas públicas para melhorar e para enfrentar os impactos da crise climática, não só neste ano, mas nos próximos anos que virão, enfatizou Ayan Fleischmann. A seca de 2023 na região do Médio Solimões acarretou em dificuldades ao acesso à água, alimentos e à saúde,  escoamento da produção, entre outros desafios para os locais.

Para acessar o documento “Secas na Reserva Amanã: Soluções de comunitários para a crise climática no Médio Solimões – Orientações para gestores públicos”, clique aqui.

FONTE: MCTI – Documento orienta sobre impactos da seca na região do Médio Solimões — Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (www.gov.br)

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