O 1º Congresso Panamazônico dos Professores de Língua, Linguagem e Literatura da Educação Básica (1º Cllimaz) e o 2º Encontro dos Egressos do Profletras da Universidade Federal do Pará (2º Letrasvivaz) promovem amanhã, 26 de setembro, quarta- feira, a partir da 08:30hs no Centro de Convenções Benedito Nunes, da Universidade Federal do Pará (UFPA), a conferência internacional Não tem terra sem gente, Não tem gente sem terra com Gersem Baniwa, líder indígena, antropólogo, defensor das culturas indígenas e professor da Universidade de Brasília (UnB), e o professor peruano, cientista social e ativista ambiental do povo Kukuma, José Manuyama Ahuite, conhecido pela luta em defesa dos rios e contra a contaminação das águas.
A mediação será do professor João Colares, do Programa de Pós-graduação em Educação da Universidade do Estado do Pará (UEPA). A tradução é da professora Gracinéa dos Santos Araújo, da Universidade Federal do Pará em Castanhal.
Para professor Marcos Cunha, professor do Profletras /UFPA, o Cllimaz e o Letravivaz promovem a interlocução entre os diferentes profissionais da área e o pensar do ensino da linguagem para além da gramática tradicional e das variantes prestigiadas da língua portuguesa, além de propor políticas de ensino comprometidas com a ecologia e a sustentabilidade, enfatizando-se a importância da inclusão social, étnica, cultural, artística e escolar, além de discutir ações que combatam as diferenças regionais na panamazônia e as influências do capital internacional e das big techs.
Para ele, estas corporações hegemonizam as discussões e o pensamento global, além de estimular a política de ódio nas redes sociais, influenciar o consumo excessivo, moldar o comportamento da sociedade, esconder verdades urgentes e promover a violência contra a natureza e os povos originários.
Os dados da Comissão Pastoral da Terra (CPT) mostram que a Amazônia Legal é uma região com uma elevada concentração de conflitos no campo e violência. Em 2023, a Amazônia Legal foi responsável por 47% dos 2.203 conflitos no campo no Brasil, sendo o Pará o estado mais violento da região. Em 2022, a Amazônia Legal concentrou 59% dos conflitos por terra, um aumento em relação a 2021, quando o bioma foi palco de 51% das ocorrências. Na década de 2011-2020, 75% dos municípios da Amazônia Legal foram afetados pela violência e injustiça fundiária. A Amazônia responde por 97% das áreas de conflito por terras no Brasil.
Marcos detalha que estas realidades perpassam pelo desmatamento, garimpo ilegal em territórios indígenas e a degradação dos rios. Existem, ainda, a luta para o acesso a terra, os enfrentamentos para combater o trabalho escravo, as imigrações e migrações, além da disputa pelo acesso água potável e os conflitos urbanos e periurbanos. “São temas que norteiam o Congresso e perpassam pela importância da educação básica, pois envolvem as famílias, os estudantes, os professores e o conjunto da sociedade nas cidades, nos quilombos, nas margens dos rios, nas aldeias e nos demais territórios”, sinaliza.
O 1º Congresso Panamazônico dos Professores de Língua, Linguagem e Literatura da Educação Básica (1º Cllimaz) e o 2º Encontro dos Egressos do Profletras da Universidade Federal do Pará (2º Letrasvivaz) têm o suporte operacional da Fundação Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), do Mestrado Profissional em Rede Nacional (ProfLetras) e o apoio institucional do Instituto de Letras e Comunicação da Universidade Federal do Pará (ILC-UFPA) e da Universidade Federal do Pará
Texto: Kid Reis – Ascom UFPA/ProfLetras/Norte.