‘Muito triste e violento’, diz ambientalista sobre desmatamento na Universidade Federal do AM

MANAUS — Uma obra em construção na Universidade Federal do Amazonas (Ufam), em Manaus, desmatou um trecho da maior reserva florestal da cidade e ameaça animais como o sauim-de-coleira, espécie criticamente ameaçada de extinção.

Na Universidade Federal do Amazonas (Ufam), uma retroescavadeira é utilizada para auxiliar na limpeza dos restos da vegetação derrubada. (Ricardo Oliveira/ Revista Cenarium) – Copyright © AGÊNCIA CENARIUM – Postada em: TV Cultura

MANAUS — Uma obra em construção na Universidade Federal do Amazonas (Ufam), em Manaus, desmatou um trecho da maior reserva florestal da cidade e ameaça animais como o sauim-de-coleira, espécie criticamente ameaçada de extinção. À CENARIUM, ambientalistas destacaram que a derrubada de árvores centenárias para a construção do bloco da Faculdade de Odontologia (FAO) é “violenta”.

A reportagem esteve no local nessa sexta-feira, 20, e constatou o cenário. A obra está orçada no valor de mais de R$ 13 milhões, é realizada pela empresa de construções Tecon e ocorre no Setor Sul, onde ficam localizados outros blocos destinados a áreas da saúde e ciências biológicas, que abrigam cursos como Educação, Fisioterapia e Zootecnia. Homens trabalhavam no local, retirando os restos do que já havia sido derrubado com a ajuda de uma retroescavadeira.

Assim como a ambientalista Erika Laura Schloemp, o biólogo e professor titular do Instituto de Ciências Biológicas (ICB) Ronis da Silveira também esteve presente na reunião com a vice-reitora e explicou que a comunidade acadêmica foi pega de surpresa com a supressão vegetal da área de vegetação secundária — resultante de um processo natural de regeneração da vegetação.

“O que aconteceu é que nós, como biólogos, enquanto departamento e comunidade do Setor Sul, não sabíamos desse processo da obra. Então isso nos pega de surpresa. Eu estou na Ufam há quase 20 anos, a gente viu aquelas árvores crescendo, algumas são marcadas e são objetos de algum nível de pesquisa, têm algumas espécies que a gente marca, tipo preguiças. Então faltou algum tipo de comunicação”, disse ele.

Silveira reiterou que apesar da legalidade da obra e da disposição da reitoria de acompanhar, junto à comunidade interna e externa, cada árvore tem o seu valor e a universidade deveria dar o exemplo de preservação.

ÍNTEGRA DISPONÍVEL EM: TV CULTURA  (VER REPERTÓRIO FOTOGRÁFICO)

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