Instituto Mamirauá apresenta pesquisas sobre arqueologia amazônica em Congresso no México

Pesquisadores apresentarão dados científicos que tratam sobre os modos de vida dos povos amazônicos

Divulgação Instituto Mamirauá

No início do próximo mês, os pesquisadores do Grupo de Pesquisa Arqueologia e gestão do Patrimônio Cultural da Amazônia do Instituto Mamirauá, Geórgea Holanda, Márcio Amaral e Eduardo Kazuo Tamanaha, participarão da 10ª edição do Encontro de Teoria Arqueológica da América do Sul (TAAS), na cidade de Oaxaca, no México. Na oportunidade, irão apresentar dados científicos de duas pesquisas no âmbito do projeto de Arqueologia Urbana, que foi iniciado em 2015, e abordam os modos de vida dos povos amazônicos tanto do passado, como do presente.

“A região norte do Brasil apresenta um histórico de pesquisas arqueológicas predominantemente direcionada para contextos de ocupações ameríndias pré-coloniais”, explica Márcio Amaral.

Foi o que motivou o início ao projeto Arqueologia Urbana no município de Tefé, localizado na região do Médio Solimões, situado a cerca de 522 quilômetros da capital do estado do Amazonas, Manaus.

Entre 2018 e 2019, o Grupo de Pesquisa em Territorialidades e Governança Socioambiental na Amazônia do Instituto Mamirauá, coordenou o levantamento demográfico e socioeconômico realizado nas Reservas de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá e Amanã. De forma simultânea, foram realizadas pesquisas pela equipe do laboratório de arqueologia do Instituto, que consistiu na identificação e registro de sítios arqueológicos, e na aplicação de entrevistas semiestruturadas, que contou com questões voltadas para os aspectos da vida cotidiana nas comunidades ribeirinhas e aldeias indígenas do Médio Rio Solimões, e práticas culturais do passado e do presente, com o objetivo de ampliar o conhecimento arqueológico e etnográfico em áreas supostamente consideradas como vazios culturais e arqueológicos.

Os trabalhos de campo resultaram na identificação de 59 novos sítios arqueológicos, e revisitação de outros 12 sítios de pesquisas. As interações estabelecidas entre pesquisadores e populações tradicionais, revelou perspectivas para que a pesquisa formal acesse melhor a gama de conhecimentos ancestrais e atuais, contribuindo para uma melhor compressão sobre a paisagem construída e os modos de vida na floresta.

“Na arqueologia é bastante comum utilizarmos de um arcabouço teórico e metodológico que é importante, mas às vezes nos prendemos demais a isso, deixando de lado um olhar sensível das nossas impressões e do que vivemos em campo para alcançarmos nossos resultados”, afirma a pesquisadora Geórgea Holanda.

Sobre o Congresso

A 10ª edição do Encontro de Teoria Arqueológica da América do Sul (TAAS) será sediada na cidade de Oaxaca, no México O evento ocorrerá entre os dias 3 a 07 de maio deste ano, e busca o diálogo entre instituições da América Latina.

De acordo com a primeira circular lançada pelo evento, o TAAS congrega acadêmicos e estudantes de várias universidades latino-americanas, além de comunidades locais e indígenas e instituições internacionais.

O objetivo principal do encontro, é o de “contribuir com elementos de diálogo focados na transformação da dinâmica social e na construção de alternativas aplicáveis a uma teoria arqueológica crítica com e a partir de uma perspectiva latino-americana”.

O evento deste ano será realizado nas instalações do “Museu de Culturas de Oaxaca” (Instituto Nacional de Antropologia e História), no “Centro Cultural San Pablo” (Fundação Harp Helú), no “Instituto de Artes Gráficas de Oaxaca” (fundado por Francisco Toledo – Instituto Nacional de Belas Artes) e na Biblioteca “Francisco de Burgoa” (Universidad Autónoma Benito Juárez).

A primeira edição do TAAS ocorreu em 1998 no Brasil (Vitória/ES). Os encontros seguintes foram organizados em Olavarría (Argentina) em 2000, Bogotá (Colômbia) em 2002, Catamarca (Argentina) em 2007, Caracas (Venezuela) em 2010, Goiânia (Brasil) em 2012, San Felipe (Chile) em 2014, La Paz (Bolívia) em 2016 e Ibarra (Equador) em 2018.

No IX TAAS em Ibarra (Equador-2018) foi realizada a primeira Assembleia de Mulheres, da qual participaram mulheres de vários países.

Para mais informações, acesse: http://www.taasoaxaca2022.org/

PUBLICADO POR:  INSTITUTO MAMIRAUÁ, em 29 de abril de 2022

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