Funai realiza transporte de nova remessa de castanha-da-Amazônia para cooperativa indígena em Rondônia

A unidade descentralizada da Fundação Nacional do Índio (Funai) em Cacoal (RO) realizou o transporte de 8 toneladas de castanha-da-Amazônia entre três aldeias da Terra Indígena Roosevelt e a sede da Cooperativa Extrativista de Castanhas Indígenas (Coocasin) na cidade de Ji-Paraná (RO).

Foto: Embrapa/Divulgação

Apesar das dificuldades de locomoção nas estradas vicinais em decorrência das chuvas, a carga foi entregue dentro do prazo com o apoio de um caminhão cedido pela Coordenação Regional da Funai em Cacoal. O produto fora coletado pelos indígenas entre os dias 20 de dezembro e 5 de fevereiro.

Em um vídeo gravado na quinta-feira (6), o presidente da Coocasin, João Paulo Cinta Larga, agradeceu a atuação do presidente da Funai, Marcelo Xavier, do coordenador regional de Cacoal, José Sotele, e a parceria com a Go Health Foods (GHF), empresa com sede em Sinop (MT) que comercializa parte da castanha-da-Amazônia coletada pelas famílias da etnia Cinta Larga.

Conforme relata Sotele, a etapa mais onerosa na produção da castanha era a do atravessador que transportava toda a safra até as empresas compradoras. “Ele buscava a castanha na aldeia, cobrava um frete muito caro e pagava o preço que queria”, conta Sotele. “Já com a ajuda da Funai no escoamento da produção, o produtor indígena tem um preço maior pelo trabalho dele e vende o produto para quem ele quiser. A gente não só leva a castanha para a cooperativa, existem outras empresas que compram a safra. Se o produtor indígena quiser vendê-la para outra empresa, a Funai fornece o transporte, ajudando-o a trazer a produção até os centros compradores. “Isso ajuda muito porque faz com que o indígena saia da mão do atravessador”, afirma Sotele.

Cooperativismo

Em dezembro do ano passado, a Coordenação Regional de Cacoal realizou o transporte de um secador industrial entre os estados do Paraná e Rondônia para ser instalado na sede da Coocasin. Adquirido pela cooperativa ao custo de R$ 29,9 mil, o equipamento começou a beneficiar famílias das etnias Cinta larga, Gavião e Zoró. Sotele reforça que o novo secador proporciona mais praticidade e qualidade na produção da castanha. “A cooperativa vai triplicar o beneficiamento da produção, pois as castanhas serão secas em um período entre 12 e 16 horas. Na estufa, a secagem levava até 12 dias”, conclui.

A coleta e o beneficiamento da castanha-da-Amazônia geram emprego para cerca de 280 famílias indígenas que garantem sua renda com a comercialização do produto para os estados de São Paulo, Santa Catarina e Goiás, além dos municípios de Rondônia. Em outubro de 2020, pela primeira vez desde sua criação em 2018, a Coocasin forneceu parte de sua produção para o Programa Estadual de Aquisição de Alimentos (PAA) do estado rondoniense. À época, os produtores indígenas venderam cerca de 3 toneladas de castanha ao programa.

Assessoria de Comunicação / FUNAI