SGB-CPRM apresenta projeto Novas Fronteiras Rio Maria, na porção sul da Província Mineral de Carajás

A partir de quarta-feira, dia 19/11, o Serviço Geológico do Brasil (SGB-CPRM), por meio da Diretoria de Geologia e Recursos Minerais (DGM) vai tornar disponível os produtos recém finalizados do Projeto Integração Geológica-geofísica-metalogenética das Sequências de Greenstone Belts do Domínio Rio Maria – Novas Fronteiras Rio Maria.

Pesquisadores do Serviço Geológico do Brasil em uma mina de ferro na região sudeste do Pará

O lançamento contempla mapas temáticos, bancos de dados e relatório final, que juntos constituem um expressivo acervo de dados e informações de uma área de mais de 42.000 km2, com elevado potencial para novas descobertas minerais, localizada a sul de Carajás, maior província mineral do país.

No estudo, que teve início em 2015, foram publicados onze mapas geológico-geofísicos na escala 1:100.000, três mapas geológicos, escala 1:100.000, um mapa geológico integrado na escala de 1:250.000 e dois mapas de favorabilidade para ouro, que apontam as áreas mais favoráveis para pesquisas de detalhe, fomentando investimentos do setor mineral.

Todos os mapas estão disponíveis para consulta e download no GeoSGB e RIGEO.

Os mapas e bases de dados relacionadas foram publicados em 2020, mas o relatório final foi concluído apenas no segundo semestre deste ano. O documento integra todo o conhecimento e os principais avanços obtidos por meio de diversas ações integradas, como o mapeamento geológico, o levantamento geoquímico, e a interpretação de produtos geofísicos.

Afloramento de metabasalto do Grupo Andorinhas – Projeto Novas Fronteiras Rio Maria

Sobre o projeto

A responsável pelo projeto, a geóloga Regina Célia dos Santos Silva, destaca que a ação foi criada com o objetivo de avançar no conhecimento geológico da região a sul de Carajás, conhecida como Domínio Rio Maria, especialmente no que se refere às sequências tipo greenstone belts, que representam as unidades mais promissoras, comprovadamente para ouro e ferro. Destacam-se também ocorrências de metais como cobre e níquel.

“O mapeamento geológico sistemático nessas unidades propiciou um refinamento na cartografia, no entendimento da estratigrafia e, consequentemente, no entendimento das unidades geológicas mais favoráveis para novas descobertas”, salientou a geóloga.

A retomada dos levantamentos do SGB-CPRM nessa área, por meio do Projeto Rio Maria, trouxe avanços significativos, uma vez que os últimos levantamentos foram realizados ainda na década de 1990, em escala regional (1:250.000).

O estudo sobre a origem e evolução das sequências de greenstones e crosta arqueana são historicamente polarizadas entre visões que defendem processos de subducção-acreção e os modelos chamados não-uniformitários.

“Neste contexto, o estudo sobre as características geológicas e geoquímicas dessas rochas, forneceu informações relevantes sobre o ambiente tectônico em que o terreno granito-greenstone do Rio Maria foi gerado”, acrescenta Regina Célia.

A área do Domínio Rio Maria se assemelha, por exemplo, ao Abitib Belt, do Canadá, que se destaca mundialmente por conter a mais importante concentração de depósitos de zinco, cobre e ouro do tipo vulcanogênico, associados a greenstone-belts.

Equipe de geocientistas (André Saboia, Cristiane Sousa, Hugo Polo e Regina Célia) em atividade de mapeamento na maior província mineral do país.
Contribuição ao Brasil 

Os dados e produtos oriundos da ação são fundamentais para subsidiar as atividades de pesquisa mineral na região, com potencial de se tornar mais uma importante província mineral no Cráton Amazônico. Outro destaque é a importância de se avançar no conhecimento geológico da Amazônia, estratégica em termos de potencial geológico.

O mapeamento geológico e o estudo sobre as potencialidades de uma região contribuem para o desenvolvimento socioeconômico de uma região, o que pode atrair empreendimentos e investimentos no setor mineral. Os municípios se beneficiam com a possibilidade de geração de emprego e renda para as comunidades locais.

Os produtos obtidos são disponibilizados à sociedade em geral e representam a base para o entendimento do meio físico de uma região. É importante frisar, ainda, que a compreensão do uso de recursos naturais existentes na área pesquisada poderá atender as necessidades da população local.

Eduarda Vasconcelos
Janis Morais
Assessoria de Comunicação
Serviço Geológico do Brasil ( SGB CPRM    )
Ministério de Minas e Energia
imprensa@cprm.gov.br

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