Pesquisadora do Inpa apresenta tecnologias sociais para o combate à malária e dengue na Amazônia

O Laboratório de Malária e Dengue do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI) desenvolveu estudos com plantas amazônicas, como pau-d’angola, canela-de-velho (Piper alatipetiolatum), pimenta-de-macaco (P. aduncum), negramina (Siparuna guianenses) e pau-de-incenso (Tetradenia riparia), para a obtenção de óleos essenciais e extratos vegetais que se mostraram promissores no combate de larvas e adultos de mosquitos transmissores de doenças. Os resultados das pesquisas serão apresentados pela pesquisadora Rosemary Roque na Live Tecnologias Sociais para combate à malária e dengue na Amazônia: algumas opções para todos.

Postada em: INPA MCTI

O evento acontecerá no dia 18 de outubro (segunda-feira), às 9h (horário de Manaus) com transmissão pelo canal do Inpa no Youtube/INPA.
Os interessados em acompanhar a Live da Coordenação de Tecnologia Social do Inpa podem se inscrever no  endereço https://www.even3.com.br/tecsociaismalariaedengueamazonia/

ou acessar diretamente o link clicando aqui (https://youtu.be/okBSJGR5g_s) .

“Durante a Live, serão apresentadas alternativas de fácil preparação voltadas para o controle do vetor da malária e da dengue. Conheceremos a utilização de óleos e outros componentes de plantas amazônicas que podem ser utilizados como larvicida e adulticida de mosquitos transmissores de doenças tropicais”, destacou a coordenadora de Tecnologia Social do Inpa, doutora Denise Gutierrez, que vai atuar como mediadora.

De acordo com Roque, os extratos vegetais e óleos essenciais obtidos de plantas regionais demonstram ser promissores larvicidas e podem ser aplicados diretamente nos criadouros, que são os locais onde as fêmeas dos mosquitos depositam os ovos, sem causar toxidade a outros organismos, como peixes e invertebrados aquáticos, ou danos ao meio ambiente.

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No Laboratório de Malária e Dengue do Inpa, foram realizados testes com os óleos essenciais para as larvas dos mosquitos Anopheles darlingi, vetor da malária, e o Aedes aegypti, vetor da dengue, chikungunya e zika, enquanto que os extratos foram avaliados em larvas e adultos de A. aegypti e A. albopictus, vetor da febre amarela urbana e da dengue. “Observou-se 100% de inibição da eclosão dos ovos, além de 100% de mortalidade das larvas e pupas. Além disso, os estudos permitiram identificar que os óleos essenciais e os extratos causaram a morte das larvas e pupas após inibir as funções da enzima acetilcolinesterase, que é responsável pela transmissão dos impulsos nervosos entre os neurônios”, comentou a doutora em Ciências Biológicas.

Tecnologia social certificada

Roque destaca o uso da solução aquosa de cravo-da-índia desenvolvida pelas doutoras Eunice do Vale e Iléa Rodrigues e o doutor Wanderli Tadei (in memoriam) para controlar a infestação do mosquito da dengue em nível residencial. A metodologia foi certificada como tecnologia social pela Fundação Banco do Brasil. A solução é de fácil acesso, preparo rápido, e sua aplicação é feita diretamente nos aparadores. O modo de preparo será compartilhado pela pesquisadora na Live.

Doenças tropicais na Amazônia

O clima tropical e o regime de cheias e vazantes são alguns dos fatores que contribuem com o aumento de casos de malária na região amazônica, ampliando o número de criadouros disponíveis. Em relação à dengue, chikungunya e zika, além do clima apropriado para a proliferação dos mosquitos, outro fator que favorece o aumento de casos é a oferta de criadouros artificiais, como caixas d’águas destampadas e demais recipientes utilizados para armazenar água, aparadores de vasos de plantas, garrafas, pneus, calhas e alimentadores de animais etc.

Roque ressalta atitudes úteis para a prevenção das doenças, como o uso de roupas de manga comprida, protegendo pernas, pés, braços e mãos, e de repelentes no rosto, pescoço e orelhas, sempre que estiver em locais com risco de transmissão. Telar portas e janelas e usar mosquiteiro são outras medidas de controle que impedem a contaminação.

“É importante evitar que a residência se torne um criadouro do mosquito, evitando água limpa e parada, local preferencial para a postura dos ovos da fêmea do mosquito Aedes aegypti”, completa.

Minibiografia

A convidada é graduada em Ciências Biológicas – Bacharel em Parasitologia (2000), mestre em Ciências Biológicas, área de concentração Parasitologia, ênfase Entomologia (2002) e doutora em Ciências Biológicas, área de concentração Parasitologia, ênfase Entomologia, pela Universidade Federal de Minas Gerais (2007), com doutorado sanduíche na Universidade de Regensburgo (Alemanha). Tem experiência na área de Parasitologia, com ênfase em Entomologia e Malacologia de Parasitos e Vetores, atuando principalmente nos seguintes temas: avaliação da atividade ovicida, larvicida e adulticida de óleos volatéis e extratos vegetais, Monitoramento e controle de insetos vetores de doenças: Aedes aegyptiAedes albopcitusAnopheles darlingiMansonia spp e Culex quinquefasciatus; Desenvolvimento e avaliação de atraentes e armadilha para insetos vetores de doenças humanas. Atualmente é pesquisadora Associada Nível III do Laboratório de Malária e Dengue, Coordenação de Sociedade, Ambiente e Saúde – COSAS do Inpa, orientadora nos cursos de mestrado e doutorado do PPG-Entomologia do Inpa, PPG Bionorte e PPG-MBT, da UEA, além de colaborar no Programa de Pós-graduação em Biotecnologia da Ufam.

PUBLICADO POR:     INPA MCTI

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