Estudo publicado no JGSB conta história geológica do sudeste do Amazonas

Desvendar a história estrutural e metamórfica da Faixa Deformacional Roosevelt-Guariba e sua implicação na evolução geotectônica do Terreno Juruena foram objetivos de um artigo publicado na última edição do Journal of the Geological Survey of Brazil, o periódico científico do Serviço Geológico do Brasil (SGB-CPRM).

O estudo apresenta 18 gráficos com informações estruturais, metamórficas, geotectônicas, geofísicas e geocronológicas

A pesquisa é fruto do mapeamento de 36 mil km² e de um levantamento aerogeofísico de 216 mil km², tendo impacto no entendimento de toda região Sudeste do Estado do Amazonas.

O pesquisador Antonio Charles Oliveira explica que se trata de um trabalho de geologia estrutural e geofísica aplicada, mostrando que a Faixa Deformacional Roosevelt-Guariba é a principal feição geológica no sudeste do Amazonas, controlando a compartimentação geotectônica nessa região. “Concluímos que essa faixa deformacional é mais jovem do que havíamos interpretado em trabalhos prévios”, afirma.

Esquerda – Veios de quartzo mineralizado, Garimpo Acari, registro no Projeto evolução crustal e metalogenia no Sudeste do Amazonas, fotografia Geólogo Raul Meloni. Direita – Amostra de paragnaisse migmatítico (metapelito) gerado pela Faixa deformacional Roosevelt-Guariba, destacando resultado de datações U-Pb SHRIMP, em zircão.

O estudo mostra que, sob condições de alta temperatura e média pressão, ocorreu no Terreno Juruena em evento tectônico intracontinental, justapondo rochas plutônicas e supracrustais e contemporâneo a um amplo magmatismo bimodal.

Trabalhos como este auxiliam na compreensão geológica de grandes áreas e estabelecem controles estruturais para depósitos, reduzindo o risco em prospecção. O levantamento geoquímico é fundamental para estudos ambientais e prospecção de novos alvos de recursos minerais no território. “O conhecimento sobre a geodiversidade é pavimentado por trabalhos de geologia básica, em muitos casos lançando luz sobre pautas da sociedade, atualmente sobre seu aproveitamento sustentável. Isso sem contar a satisfação de desvendarmos cenários geológicos antigos escondidos sobre o manto da floresta amazônica, como vulcões, mares, desertos”, descreve o pesquisador.

Janis Morais
Bettina Gehm
Assessoria de Comunicação
Serviço Geológico do Brasil   SGB CPRM

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