Rio Negro atinge os 30,02m em Manaus, mas subida não apresenta indícios de repiquete

Depois de estabilizar por cerca de 8 dias na marca histórica de 30 metros, e registrar a descida de um centímetro, o nível do rio Negro voltou a subir três centímetros em Manaus (AM) . Nesta quarta-feira (16), o rio atingiu os 30,02m, superando mais uma vez em 2021 o recorde de 119 anos.

Áreas alagadas no Centro de Manaus na maior cheia em 119 anosÁreas alagadas no Centro de Manaus na maior cheia em 119 anos – Postada em: CPRM

Segundo a pesquisadora do Serviço Geológico do Brasil (SGB-CPRM) Luna Gripp, a subida dos rios entre ontem e hoje ocorreu devido a uma chuva de magnitude muito acima do esperado, observada nos dias 13 e 14 de junho, em uma grande área das bacias dos rios Negro e Solimões. Esse expressivo volume de chuvas aumentou o volume de água nas calhas principais dos rios, ocasionando a subida dos níveis de Tefé a Manacapuru, por exemplo, no Rio Solimões.

“Considerando a magnitude dos rios, essa subida de 3cm nos rios Negro e Solimões é praticamente irrelevante. Não muda o impacto da inundação que já estamos observando há tantos dias”, afirma Luna Gripp. A pesquisadora reforça que não deve ocorrer um repiquete, já que o prognóstico indica que chuvas de grandes proporções não devem se repetir. “A retomada da subida dos níveis não deve se manter nos próximos dias. Espera-se que o rio continue descendo, mas o processo de vazante é muito lento e gradual”, explica.

A magnitude do evento de cheia em 2021 já foi atingida, portanto o rio não deve subir significativamente a partir de agora. Luna Gripp afirma que, em estações do rio Solimões, o nível da água já voltou a descer.

O rio Solimões, em Manacapuru (AM) , está hoje em 20,85m — também está variando 2cm desde ontem. Em Itacoatiara (AM) , a estação hidrometeorológica do SGB-CPRM registra 15,08m para o nível do rio Amazonas. O pico da cheia de 2021 na cidade foi aos 15,20m no dia 1º de junho. A medida é constantemente atualizada no Sistema de Alerta de Eventos Críticos do (SGB-CPRM).

Cheia na maior Bacia Hidrográfica do Mundo – O que determina a magnitude dessas cheias é a chuva que ocorre em todas as bacias que drenam pra essa região, como a bacia do Negro, do Solimões e todos os seus afluentes (Purus, Juruá, Japurá, Jutaí e etc), incluindo suas áreas externas ao Brasil, na Colômbia, Peru e Equador. A Bacia Hidrográfica do Amazonas é a maior bacia hidrográfica do mundo.

Rede Hidrometeorológica Nacional – Os Sistemas de Alerta Hidrológico implantados e operados pela CPRM tem o apoio da Agência Nacional de Água (ANA), por meio de aporte de recurso para operação das estações que compõem os Sistemas, as quais fazem parte da Rede Hidrometeorológica Nacional. Das estações da RHN, mais de 200 estações de monitoramento são operadas pela unidade de Manaus em rios amazônicos.

Janis Morais
Bettina Gehm
Assessoria de Comunicação
Serviço Geológico do Brasil (SGB/CPRM)
imprensa@cprm.gov.br 

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